Eu não ficava com ninguém desde que terminara com meu namorado. Quanto tempo sem me envolver com outra pessoa? Um ano? Dois? Não me recordo, mas temia nunca mais encontrar alguém.
De repente, no entanto, esse medo bobo se dissolveu. O celular vibrou no bolso, uma notificação do aplicativo de paquera que eu tinha instalado.
Eu havia puxado conversa com aquele cara há uma semana e só agora me respondia. Bom, antes tarde do que nunca, não é mesmo? Trocamos fotos de rosto e ambos se interessaram.
"Que tal nos conhecermos pessoalmente?", sugeriu ele empolgado. "Sei que está tarde, mas posso te deixar em casa depois. Topa ir ao shopping?".
Concordei, mas não sem sentir um frio na barriga. Sair à noite com um estranho que tinha acabado de conhecer...
"E se for um daqueles psicopatas que usam a internet para encontrar suas vítimas?", refleti, mas ponderei que o shopping estava repleto de câmeras, logo, caso ele tentasse me fazer algum mal depois, haveria provas de que tínhamos estado juntos.
Por precaução, encaminhei as fotos dele para uma amiga, pedindo que ela repassasse para a polícia caso eu, sei lá, sumisse ou meu corpo aparecesse boiando dentro de uma lagoa.
Tomei banho, escolhi um par de roupas legais e saí de casa. Cheguei ao shopping em 15 minutos e mandei mensagem. Ele disse que estava no estacionamento, onde logo nos encontramos.
Confesso que, quando o reconheci, dei um passo para trás, surpreso. Bernardo - esse era o seu nome - era um baita de um gostoso, muito mais do que aparentava nas fotos...