O resultado de todo esse contratempo foi que só consegui chegar em casa de madrugada. Embora exausto, encontrei forças para tomar banho e comer alguma coisa, depois disso me deitei e adormeci, mas não sem antes tomar um ansiolítico.
Não sei quanto tempo dormi, mas quando acordei já estava escuro novamente. Sentei na poltrona da sala e permaneci um longo tempo refletindo sobre tudo que havia acontecido nos últimos tempos e me perguntando o que estava fazendo com a minha vida.
Algum tempo depois, por volta das 20 horas, o interfone do meu apartamento tocou, era Álvaro. Pedi ao porteiro que liberasse sua entrada no edifício, enquanto me perguntava como ele, que me conhecia há tão pouco tempo e nunca havia me visitado, sabia onde eu morava.
"Peguei o endereço com seus colegas de classe", respondeu-me logo que saiu do elevador e me avistou no corredor, como se lesse meus pensamentos.
"Nossa, mas não era mais fácil me procurar nas redes sociais se precisava falar comigo?"
"Eu tentei, mas você não respondeu..."
"Poxa, desculpa!"
"Sem problema, eu só queria entregar suas coisas", respondeu ao mesmo tempo em que retirava algo das costas.
"Mas como você conseguiu?", questionei quando me entregou a mochila que os ladrões haviam levado - todos os meus pertences estavam dentro, inclusive o telefone.