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Álvaro tentava me tranquilizar, eu estava amedrontado. Ele foi o primeiro rosto conhecido que encontrei quando cheguei ao campus e o primeiro que soube do ocorrido.

Estávamos no jardim da faculdade, um imenso gramado bem aparado onde nós estudantes podíamos nos reunir para conversar, estudar ou simplesmente jogar conversa fora.

Era um lugar muito bonito. Havia árvores centenárias onde pássaros construíam seus ninhos e macaquinhos saltavam de galho em galho. Também havia um lago artificial com peixes e patos.

Um filete de sangue escorria do meu pescoço e manchava a gola da camisa. Meu colega me levou ao banheiro, lavou o corte com água e sabão e depois secou com toalhas de papel.

"Não faça careta, parece um bebê...", disse ele enquanto passava um algodão ensopado com álcool no ferimento.

"Mas está ardendo", protestei.

"Ele riscou sua pele com a ponta da lâmina", disse enquanto colocava o curativo. "Mas é um ferimento superficial, tanto que já parou de sangrar".

Depois ele pediu que eu tirasse a camisa, pois eu também havia sido chutado. Todos os estudantes que estavam no gramado agora olhavam para mim e cochichavam, uns com pena, outros achando graça da surra que eu tinha levado.

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