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Era um homem alto, de olhos escuros e braços fortes.
E havia nele algo interessante, algo que o fazia se destacar em meio à multidão, a elegância.
"Quem põe terno e gravata para ir a um encontro?", me perguntei curioso, mas não incomodado, pois ele definitivamente não era de se jogar fora.
Ele, como se lesse meus pensamentos, aproximou-se com um sorriso sutil e se justificou. Disse que havia acabado de sair do escritório - era advogado - e não tivera tempo de passar em casa para trocar de roupa.
Em seguida, pediu que eu o acompanhasse para a praça de alimentação, pois estava com bastante fome.
Permanecemos não mais do que uma hora no shopping - para o meu desgosto, pois eu já começava a me apaixonar. Eu estava enfeitiçado pelo homem. Ele além de bonito era charmoso.
Perto dele o meu ex-namorado parecia um espantalho e não pude deixar de me perguntar como pude ter sofrido tanto por uma pessoa como ele, quando havia tantos caras legais e solteiros no mundo.
Convidado por mim para assistir um filme, ele declinou do convite, pois ainda teria que ir para a musculação naquela noite, o que foi um verdadeiro banho de água fria em minhas expectativas.
"Ele não me curtiu", pensei chateado e tentando disfarçar a frustração. Ele, cumprindo sua promessa, se ofereceu para me deixar em casa. Retornamos ao estacionamento e partimos.
No meio do caminho, entretanto, não muito distante de onde eu morava, ele entrou em uma avenida diferente da que levava para a minha residência e estacionou o carro em uma rua deserta e mal iluminada...