Nada aconteceu, mas nos aproximamos bastante a partir desse dia e, ao cabo de algum tempo, nos tornamos melhores amigos. Trocávamos mensagens o dia inteiro pelas redes sociais e não descolávamos um do outro na universidade.
Estávamos sempre juntos nos intervalos e, com frequência, faltávamos às aulas chatas para passear no shopping ou ir ao cinema. Essa proximidade, entretanto, não passou despercebida.
Seus colegas de curso, que eram também seminaristas, não me viam com bons olhos, pois me consideravam uma má influência ou, usando uma expressão que certo dia escutei da boca de um deles, 'uma pessoa do mundo'.
Também ficavam alarmados com a maneira carinhosa com que Álvaro me tratava: ele gostava de me abraçar, de me fazer massagem e de me dar beijos nas bochechas.
Como consequência, não demoraram a surgir boatos de que tínhamos um relacionamento. Mais do que isso, se espalharam histórias absurdas, como as de que frequentávamos motéis e de que nos encontrávamos para fazer sexo nos banheiros do nono andar e até no estacionamento do departamento de medicina.