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Vendo que o cerco se fechava ao nosso redor, sugeri que evitássemos nos ver e nos falar na universidade, mas disse que aos finais de semana ele poderia me visitar, já que nesses dias os seminaristas tinham direito a um momento de folga.

Ele topou, mas me alertou de que precisaria de uma boa desculpa, pois teria que explicar aos seus superiores que locais frequentava quando se ausentava do seminário. 

Pensamos muito a esse respeito e chegamos à conclusão de que visitar um familiar seria uma boa justificativa, porém, como Álvaro não tinha nenhum parente na cidade, incrementamos um pouco mais a mentira e inventamos uma: Dona Leopolda.

Irmã de sua falecida avó materna, Dona Leopolda morava sozinha com seus catorze gatos em um luxuoso apartamento no bairro mais nobre da cidade. Como era uma alma generosa, nunca casara nem tivera filhos e gostava muito do sobrinho-neto, ela pretendia deixar todos os seus bens para o seminário de que ele fazia parte quando morresse.

Foi com grande alegria que os superiores de Álvaro o liberaram para visitar essa respeitável senhora todos os sábados.

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