Um hábito curioso que tínhamos era o de dividirmos o chuveiro na hora do banho.
Na primeira vez em que isso aconteceu, lembro que fiquei com as pernas trêmulas, pois realmente não esperava. Eu estava sem roupa me refrescando quando, de repente, meu amigo surge nu e entra embaixo da ducha comigo.
"Por que está com essa cara engraçada?", perguntou depois de algum tempo em que eu permanecera paralisado olhando para ele de boca aberta. "Nunca viu um homem sem roupa?"
"Não é isso...", respondi desviando o olhar e tentando me acalmar, pois o coração ribombava mais que tambor de escola de samba em dia de desfile na sapucaí.
"Está com vergonha de mim?", perguntou sorrindo. "Não precisa ter medo, eu não mordo!"
"Eu sei, cara, relaxa!", respondi aos risos. Tentava me recuperar do impacto e disfarçar o nervosismo, mas sem saber se soava convincente.
"Você não vai pegar?", me perguntou em seguida, ainda sorrindo.
"Pegar o quê?", indaguei retirando forças sabe-se lá de onde para não olhar para aquele lugar.