Finais felizes e contos de fadas nunca combinaram muito com Elle. Muito pelo contrário, sua vida parece ter sido estrita pelos próprios irmãos Grimm.
Elle tem apenas um objetivo na vida: entrar em Yale e recomeçar a vida, deixando a madrasta malvad...
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Todos estavam em clima de festa. A música ainda estava animada, como no primeiro dia. Alguns lordes caíam no chão, dominados pela bebida, mas sempre levantavam rindo e continuavam seu caminho, esbarrando em quem quer que fosse. O salão de festas estava uma bagunça! As donzelas já não eram mais tão delicadas, e nem tão santas. Um exemplo é Kura, uma das minhas damas reais, ela havia acabado de sair com um desejo malicioso brotando no coração por um camponês das terras geladas. Ele realmente é muito bonito, admito.
Eu queria estar como Kura. Não indo atrás de homem, mas atrás de liberdade. Desde que a festa começou eu só fui liberada para beber duas taças. Duas taças não embebeda nem um pássaro. Toda vez que tento pegar outra, um dos puxa-sacos de papai me censuram na hora. Então chegou uma hora que eu desisti e me limitei a sentar no trono e fazer cara feia pro rei.
_ Vá se divertir, Miranda! - pediu pela terceira vez. Ele sim estava se divertindo, é claro que o motivo era a embriaguez.
_ Não consigo, papai! - rebati - Eu sou a única da festa que não pode beber!
_ Não aja como criança! - me repreendeu - Você é uma princesa...
_ E o senhor é o rei!
_ Já dei minha ordem. Agora chame uma de suas damas e vá dançar. - pediu, mas ele mesmo a chamou. Polly se aproximou sorridente e fez uma reverência para nós dois - Leve Miranda para dançar. Eu quero ver o sorriso da minha filha!
Polly estendeu a mão e eu a segurei sem vontade. Os dedos dela se fecharam ao redor dos meus e ela me puxou para o meio da roda. Logo pegamos o ritmo da dança e em poucos segundos já riamos enquanto fazíamos rodopios. A dança possuía troca de pares, então a cada palma as mulheres rodavam em direção a pessoa ao lado e voltava a fazer a mesma sequência dos passos de antes. Eu já estava ficando tonta quando olhei para meu novo par. Os cabelos loiros quase brancos e os olhos azuis mais gentis que já vi.
_ Minha rainha! - saudou. Sua mão guiou a minha para o alto e depois ele me girou, conforme a dança.
_ Que surpresa agradável, Bart! - comentei sentindo o coração bater mais alegre - Como...
Minha pergunta foi interrompida pelas palmas. Rodopiei para o próximo par, porém meu olhar continuou no homem loiro com cara de quem foi abandonado. Dei de ombros e voltei a minha atenção para a dança. O suor já descia pelas minhas costas e eu estava prestes a sair, quando a música parou de repente. Todos olharam uns para os outros, como se alguém tivesse a resposta do que estava acontecendo. Foi quando alguém gritou:
_ O rei!
Me espremi entre o aglomerado de pessoas que formou ao redor do trono. Meu coração nunca bateu tão ansiosamente, tão amedrontado. Quando consegui avistar o trono, meu coração, que antes batia loucamente, errou uma batida ao ver papai esparramado no chão implorando por ar. Alguns guardas começaram a afastar as pessoas e um dele me segurou pelo braço.
