A rosa me pegou desprevenida.
Quer dizer, o que raios Peter estava querendo fazer com aquilo? Qual era o significado? Era uma demonstração de que gostava de mim, ou então, apenas uma rosa qualquer? A única resposta que eu tinha era: Peter está acabando com o meu psicológico.
Eu guardei a rosa dentro da mochila, mesmo sabendo que as chances de ser esmagada, despedaçada e murchar eram grandes. Mas eu ainda a teria. Porque era minha. Não de Nanda. Apenas minha.
Olhei pela janela uma última vez para me certificar se Peter estava lá. Ele não estava. Peguei minha mochila, passei uma de suas alças por cima do ombro e saí do quarto no mesmo instante em que as gêmeas e Diana saíram do quarto de Claire. Blair parou de andar assim que me viu, o que fez sua irmã esbarrar nela com a parada repentina. Elas olharam para mim com um olhar confuso e deslumbrado. Elas estavam lindas. Ambas usavam vestidos rosa bem parecidos e as mechas da frente de seus cabelos estavam postas para trás e presas com um grampo. Diana era a única que se destacava entre elas, com um vestido verde que percorria seu corpo até os pés e que possuía um corte sensual nas laterais.
_ O que está fazendo? - perguntaram as irmãs juntas, o que era bem irritante.
_ Estou indo para o baile - respondi sorridente - Assim como vocês. - apontei para as três. Blair deu um riso sarcástico e então pendeu a cabeça para trás antes de berrar pela mãe. Catrina berrou de volta, perguntando o que ela queria dessa vez. Blair berrou novamente.
_ O que você... - Catrina veio andando pelo corredor, mas agiu da mesma maneira que as meninas e cessou os passos - O que está fazendo?
_ Ela está pensando que vai pro baile. - Claire respondeu por mim em tom sádico - Que fofa!
_ Eu não estou pensando - rebati - Eu vou pro baile.
_ Com a permissão de quem? - Catrina se intrometeu. Ela se aproximou e se posicionou ao lado das meninas, Diana automáticamente se encolheu com a proximidade da minha madrasta, mas ela possuía um sorriso zombeteiro nos lábios.
_ De ninguém...
_ Então você não vai. - ela me interrompeu, fazendo Blair e Claire baterem as mãos, comemorando - Você já passou o dia inteiro fora e não cumpriu suas obrigações.
_ Eu faço quando voltar. - menti. Eu já estaria bem longe da megera e sua Mansão do Terror.
_ Não - ela se contrapôs firme. Pela primeira vez, não tive medo - Você não vai e ponto final... Ou quer ir pro seu "cantinho"?
_ Você não me assusta mais, Catrina - anunciei em um ímpeto de coragem. Droga Elle, cala a boca! Você vai por tudo a perder! - Eu sou mais forte, mais jovem, mais poderosa. Eu não sou mais aquela garotinha assustada que se escondia debaixo da cama. Eu não sou mais a garota frágil que obedecia uma mulher nojenta como você! Eu não sou mais sua empregada ou das Monstrinhas mimadas. Pela primeira vez na vida, eu não sou seu fantoche. - senti um alívio percorrer meu corpo em êxtase. O rosto de Catarina se transfigurou de maneira assustadora, demonstrando todo seu ódio e me fazendo perceber o quão estúpida eu fui. Ela colocou os dedos entre os fios do meu cabelo e me arrastou em direção ao seu quarto. Blair e Claire nos seguiram, ansiando por um pouco de diversão.
Catrina pegou sua garrafa de vinho aberta em cima do criado-mudo e derramou em cima do meu vestido. Abri a boca surpresa, fazendo com que ela jogasse um pouco dentro dela também. O gosto era horrível, até porque eu nunca gostei de vinho. Como se não fosse o suficiente, Catrina retira da gaveta uma tesoura, o que me aterrorizou ainda mais.
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O Coração Gelado de Cinderela
FantasyFinais felizes e contos de fadas nunca combinaram muito com Elle. Muito pelo contrário, sua vida parece ter sido estrita pelos próprios irmãos Grimm. Elle tem apenas um objetivo na vida: entrar em Yale e recomeçar a vida, deixando a madrasta malvad...