Bônus de Ano Novo

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   Respirei fundo

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   Respirei fundo. O coração batendo eufórico enquanto eu sentia a grama sobre meus pés descalços. Contornei uma das pilastras que estavam naquele jardim e logo avistei uma cabeleira loira correndo para se esconder no arbusto. Andei lentamente até lá, olhando para o céu como quem não quer nada. Logo escutei gargalhadas abafadas.

   _Onde será que está Hael? - questionei-me olhando em volta, mas nunca para o arbusto. Andei até a pilastra mais próxima - Será que está aqui? - rodeei a pilastra, novamente escutei as gargalhadas que mais pareciam músicas para mim. Eu as escutaria o dia inteiro. Andei até o esconderijo nem um pouco eficiente e coloquei meu rosto entre as folhagens. A criança saiu correndo de lá para me abraçar.

   _ Você me achou de novo! - comentou alegre enquanto suas mãos brincavam com uma mexa do meu cabelo - A senhora é muito boa!

   _ Ah, mas foi muito difícil te achar! - inquiri encarando os seus olhos brilhantes. Um sentimento bom aqueceu meu peito ao ver o quão rápido ele estava crescendo e ficando igual ao pai. Meu coração se apertou dentro do peito... Ah, Bart!

   _ É porque eu sou um guerreiro! - Hael estufou o peito, igual o pai fazia ao se exibir. Uma risada melancólica escapou de meus lábios. - Mamãe, não tem graça. Eu falo sério! Vou ser um grande guerreiro, igual o papai e o vovô!

   _ É claro que vai. Você será Hael Tumleh, o conquistador de reinos. - meu coração parecia estar se reduzindo a pó com as lembranças que me invadiam. O ataque no castelo, os nobres correndo apavorados pelos túneis, a carruagem que me traria para cá. O Castelo do Refúgio, o lugar para onde os nobres covardes correm quando veem uma espada sendo desembainhada. Eu sou uma covarde, porque ao invés de ficar e lutar, eu corri e me escondi atrás de um muro de pedras ainda maior. E isso só gerou uma catástrofe. Bartolomeu Terceiro Gerathain, Rei das Terras Geladas, foi capturado e mantido refém. Depois de tanto tempo, as dúvidas dele estar morto rondam o castelo.

   _ Rainha Miranda! - virei-me em direção ao dono da voz. Klaus estava na entrada do jardim, o rosto vermelho e o peito arfante indicava que ele havia corrido, mas o mais preocupante era o seu rosto contorcido em uma expressão de pavor. Andei até ele, sentindo meu coração se transformar em um recipiente para sentimento aterrorizantes, como se eu já soubesse o que estava acontecendo.

   _ Klaus, o que aconteceu? - perguntei indo direto ao ponto.

   _ Eles estão aqui... Brand está aqui!

   Eu corria pelos corredores do castelo

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   Eu corria pelos corredores do castelo. Klaus estava atrás de mim com Hael no colo, sua voz tentava constantemente me fazer mudar de ideia, mas eu estava furiosa demais para lhe dar ouvidos. Mandei Klaus esconder Hael e ele ficou em dúvida se ficava para me dar suporte ou se protegia o herdeiro. Ele foi sábio e escondeu Hael dentro dos túneis. Assim que o vi sumir de vista, adentrei na sala do trono com passos firmes e confiantes. A raiva borbulhou em meu peito ao ver a mulher sentada no trono de gelo.

   _ Onde ele está? - gritei indo em sua direção, pronta para desfigurar seu rosto.

   _ Você fica uma graça quando está nervosa! - alfinetou.

   _ E você também vai ficar uma graça como estátua de gelo! - retruquei.

   _ Encoste em mim e nunca mais verá Bart. - ameaçou. Respirei fundo e tentei me acalmar. Brand sempre levou suas ameaças á sério.

   _ O que você quer de mim, Brand?

   Ela se levantou do trono, revelando por completo o vestido negro sedutor. Ela andou ao redor do trono, pensativa. Nada de bom acontece quando Brand resolve pensar. Seus olhos caíram em mim, ela abriu um sorriso torto e seus olhos se iluminaram.

   _ Vire de lado, Miranda. - pediu docemente. Eu já sabia o que ela queria ver, por isso me recusei. Brand ficou com o rosto vermelho e seu cabelo ruivo começou a sair fumaça. Típico de pessoas que são jogadas em vulcões e sobrevivem ao calor. - Agora!

   Dois homem surgiram das sombras e ambos seguraram meus braços com força enquanto eu me debatia. Brand se aproximou de mim e analisou minha barriga.

   _Essa criança será minha. - anunciou.

   _ Nem por cima do meu cadáver! - gritei.

   _ Do seu não, Miranda. Mas de Bart? Pode ser que sim.

   _ Por quê você a quer? - perguntei. Meu coração batendo apavorado contra o peito. Eu queria morrer apenas com o pensamento de ter meu bebê sendo arrancado de meus braços e sendo criado por alguém tão cruel como Brand.

   _ Ela é mais forte do que você pensa, Midy. - respondeu. Suas mãos tocaram minha barriga e eu comecei a sentir dores, como se a criança estivesse se debatendo para fugir do toque. O enjoo me invadiu e eu comecei a ficar cansada. - A criança está tirando suas forças. Está sugando todo o seu poder... - Brand murmurava para si. Suas mãos se afastaram da minha barriga e o bebê se aquietou, minhas forças voltaram. - O acordo é o seguinte: quando a criança desmamar, será minha e, em troca, lhe darei o seu amado de volta.

   _ Você é uma pessoa horrível!

   _ Não, eu sou uma pessoa traída. - me corrigiu - Uma pessoa traída que quer vingança.


FELIZ ANO NOVOOOO!!

Desejo para cada um de vocês um ano melhor do que 2018. Desejo para vocês um ano de excelência!

Agradeço muito á vocês por estarem lendo esse livro. É algo que me faz muito feliz e toda vez que vejo o tanto de visualização que temos, eu mal consigo acreditar. É surpreendente que já estamos nos 88K. Muito obrigada por fazer isso possível!

Aliás, o que acharam desse bônus de ano novo? Vocês conheceram como o acordo surgiu, mas não está nem perto de terminar... Não se esqueça de votar e comentar!

Vocês são incríveis!

PS. Minha intenção era postar á meia-noite em ponto. Porém fiquei com medo de não conseguir. Então aqui está! Algumas horas adiantadas, mas o que vale é a intenção. Certo?



O Coração Gelado de CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora