- Como está meu amor e nosso bebê? - Disse um homem alto e bem aparentado, com seus quase trinta anos de idade. Os olhos verde-esmeralda brilharam ao aguardar a reação da esposa sobre a cama. Largou sua pasta em cima de uma poltrona e sorriu ainda mais para ela.
- Tive novamente outro pesadelo! - Disse a esposa, deitada sobre uma cama bem acolchoada e quente. Tinha por volta dos seus vinte e quatro anos, e era tão bela quanto uma ninfa dos bosques, com seu rosto delicado e longos cabelos castanhos da cor de seus olhos.
Sua barriga imensa dava sinais de que o bebê não tardaria em chegar ao mundo. O casal se beijou.
- Hugo, não quero ficar mais neste lugar. Precisamos ir embora do Rio de Janeiro - vociferou a mulher, fazendo cara de dor. - Quero que me prometa que iremos embora assim que Angela nascer? Prometa-me!
- Maria, meu amor - começou novamente o homem, sentando-se ao lado da mulher. Afagou sua barriga, fazendo-lhe carinhos. -, os seus pesadelos não devem interferir na nossa vida. São só pesadelos.
- Não, Hugo! - gritou Maria, nervosa. - Há pessoas querendo o mal de Angela. Eu posso sentir. Homens estranhos me perseguem durante os sonhos, à procura de Angela. Ouça-me, precisamos fugir.
- Tomou seu calmante? - disse Hugo, preocupado.
- Você não acredita em mim, não é mesmo? - Maria deu um tapa na mão do marido. O frasco com os calmantes caíram no chão. - Insiste em me tratar como seu eu fosse uma louca!
- Eu só quero que fique bem, só isso, meu amor! - ele beijou a sua testa. - Talvez fosse melhor contratar uma enfermeira para ajudá-la quando eu não estiver. Celeste lhe dá alguma assistência, mas ela só é uma diarista. Não está aqui vinte e quatro horas por dia... O que acha?
- Sempre me virei sozinha. Não preciso de ninguém - Maria estava irritada com a insistência do marido. Ele não ousou dizer mais nada. - Só quero esperar o nascimento de Angela... Nós temos que sair desta cidade o quanto antes.
- E para onde você quer ir?
- Para qualquer lugar seguro longe desta cidade - replicou a mulher, alisando sua barriga. - Eu não quero que a nossa filha sofra alguma coisa.
Hugo baixou a cabeça. Não sabia o que estava acontecendo com a mulher. Talvez estivesse ficando louca, ou seria apenas algum tipo de fobia ou acesso?
Hugo passou a trabalhar em casa durante os últimos meses de gestação da mulher. Ela sentia-se um pouco mais segura tendo a sua companhia, mas de uns tempos para cá, ela adquirira o hábito de trancar todas as portas e janelas. E foi numa manhã de domingo de outono, do dia dez de maio, há dezesseis anos que Maria Millvina começou a sentir fortes contrações no pé da barriga. Ela gritou o nome do marido, do quarto. Gritou novamente, ao que todo o apartamento parecia ter estremecido.
Hugo largou a papelada por cima de seu notebook e levantou-se da cadeira do seu pequeno escritório improvisado, ao lado da lavanderia.
- Precisamos ir - disse a mulher, segurando a parte inferior da barriga e mal podendo se manter ereta. - As coisas já estão no carro?
Ele assentiu, segurando a mulher desajeitadamente para não machucá-la.
Maria abriu os olhos devagar: um forte clarão a cegava. Ela não tinha dúvidas de que já estava na sala de parto. Olhou para o lado e viu enfermeiros correndo de um lado para o outro e afagando sua cabeça estava Hugo, seu marido, a postos como um grande Anjo guardião.
- Prometa-me que você não sairá de perto da Angela, querido? - disse Maria, aflita. - Prometa-me?
- Prometo! - prometeu-lhe o marido através da máscara cirúrgica. - Agora fique calma. Eu estou aqui!
- Eu o amo muito - Maria tentou sorrir, mas não conseguiu.
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Enviada - Série Eternos
Roman pour AdolescentsSinopse de Enviada - Série Eternos Tudo havia se tornado turvo em minha mente. Talvez fosse mais um dos meus sonhos esquisitos. Porém, não era. Frederik perdera suas asas. Meu Anjo se fora para talvez nunca mais voltar. Eu precisava me convencer que...