Na sua cabeça

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OLA! Bem vindos a introdução do novo arco da historia, o arcádia! Os próximos capítulos devem chegar no final de outubro/novembro, mas eu tô no meio do meu TCC e não faço ideia se vou conseguir entregar nesse período. EU ESPERO QUE SIM! Mas vejam no tt de vez em quando, se puderem, pra saber os prazos direitinho.

Vou pedir por favor pra comentarem e votarem, eu realmente preciso de apoio agora, tá sendo um momento meio ruim... mas só façam se gostarem do capitulo ok? se não, tudo bem não votar ou comentar.

amo vocês, obrigada por tudo <3

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JEONGGUK

[HUMANO-NÃO-HUMANO?]

BUSAN

A floricultura funcionava no horário de sempre, das oito às seis da tarde. Minha mãe almoçava no restaurante logo ao lado e meu pai vinha buscá-la antes das seis e meia. Quando vivia em Busan com eles, eu quem ia buscá-la. Não era longe da minha escola e íamos caminhando para casa. Ela perguntava das aulas, dos meus amigos, se eu veria alguém no fim de semana e desde aquela época eu já mentia sobre algum encontro com uma garota que não existia.

Eu não tinha muitos amigos, tinha colegas. A maioria do colégio não ia muito com a minha cara, as pessoas me achavam estranho e nem era um tipo de piada secreta, diziam isso na minha cara. A única pessoa realmente próxima a mim era Kihyun, que tentava me motivar a chamar caras pra sair. Na época eu vivia em negação, fugia de qualquer pessoa que demonstrasse algum interesse, não importasse o gênero. Minhas notas eram somente aceitáveis, e eu não saía de casa para além das obrigações.

Joguei fora boa parte da minha juventude em traumas, notas aceitáveis, sono desregulado e tentativas de cura com terapia.

Olhando para o outro lado da rua, vendo a fachada cor de rosa da floricultura, tudo que consegui pensar era se daquela vez eu teria coragem de entrar e falar com ela. Tinha duas semanas que voltei à Coreia, uma que estava em Busan, e não tinha tido coragem de falar com meus pais, nem chegar perto deles. O máximo que consegui foi aquela manhã, chegando até uma cafeteria do outro lado da rua e ficar olhando como um idiota, esperando por só deus sabe o que.

— Ei! — olhei para frente ao ouvir o chamado e prendi o riso com a visão diante de mim — Sou eu, Jimin. Eu estou disfarçado. — a risada entalou na garganta porque o disfarce dele consistia em óculos escuros e um lenço verde amarrado em volta da cabeça.

— Disfarçado de que? — perguntei, tentando de todo coração não rir. Qualquer pessoa que entrasse na cafeteria naquele momento o reconheceria.

— De cidadão comum!

— Um cidadão comum do Sul da França? — nem precisou tirar os óculos para saber que estava me olhando feio, o bico entregava — Se veio saber se já falei com eles... não. Eu não tive coragem ainda.

— Você tá tomando as rédeas da sua vida, eu entendo que é assustador — a dona da cafeteria foi se aproximando devagar, com a câmera do celular já apontada pra nós — E você quis vir pra falar com eles e se tirar essa foto, minha senhora, seus filhos vão morrer sozinhos! — apontou na direção da mulher - que correu bem rapidinho de volta para detrás do balcão - como se estivesse condenando a alma dela ao submundo. Se olhasse apenas para seus óculos, mesmo com a armação vermelho vibrante, o tom da lente até parecia com o dos óculos de Irene. E Jimin tinha herdado parte do submundo, isso com certeza o tornava um pouquinho mais assustador — E como eu ia dizendo-

— Eu não devia buscar aprovação. — murmurei — Meus pais estiveram mais ausentes na minha vida do que sendo parte dela... Por que eu tô aqui? — suspirei, mas consegui rir quando um rapaz entrou no café e Jimin segurou a borda do lenço, tentando esconder mais o rosto para não ser reconhecido — Isso é um péssimo disfarce.

HAG: The God Killer - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora