MIN YOONGI
HADES
Todos estiveram lá, em momentos distintos. Mesmo Hoseok veio, ainda que o luto o tivesse quebrado por completo. Jin apareceu por último, o medo de que a loucura pudesse acabar piorando as coisas acabava isolando-o de nós, porém o fato de ter vindo me deu algum conforto. Depois do resgate, quando o grupo retornou com um Jimin muito machucado, mas vivo, me agarrei a ideia de que o pior tinha passado, até perceber que ainda que respirasse, Jimin não estava consciente. Nas primeiras horas, achamos que eventualmente ele acordaria, até que as horas se tornaram dias, dois para ser preciso, e nada mudou. Na verdade, estava ficando pior. Foi quando induzimos a transformação dele em sua versão do submundo, que por ser mais forte, era mais resistente ao veneno.
— Diluir o veneno poderia ajudar — Gavera explicou para Jin, assim como fez para todos os outros — Mas nós não conseguimos, mesmo que espíritos sejam da mesma família, ainda somos incompatíveis. Então eu não conseguiria absorver. Seria possível realizar o processo entre deuses, cada um absorver uma pequena quantidade e a magia no corpo de vocês faria essa... filtragem? — ela não conseguiu pensar em uma palavra melhor — O problema é que não seria o suficiente.
— Por que não? — Jin perguntou.
— Tem veneno demais dentro dele — falei — Mesmo se cada um de nós ajudasse, e não seria possível porque já tem vários dos nossos tentando se livrar de doses de veneno, ainda haveria muito. Só o fato de Jimin ainda estar vivo é surpreendente — cheguei mais perto, a coroa de flechas estava ao lado dele na cama, a última vez que toquei seus cabelos, os fios longos e escuros, se desfizeram em meus dedos.
— Ele vai... — Jin não queria falar a palavra, mas estava implícita.
— Não sei — menti, eu sabia. Ele poderia ser forte e aguentar mais algum tempo, porém chegaria um ponto que não resistiria, seu lado divino se romperia e exigiria um novo corpo, Jimin morreria e Eros voltaria ao Universo. Provavelmente nunca iria retornar, seu poder iria dispersar, assim como foi com Perséfone.
— Se não tivéssemos corpos limitados, tudo seria diferente — Jin murmurou.
— A humanidade nos fez melhores. Fui mais feliz sendo Min Yoongi do que fui em eras sendo Hades — tive uma família, algo que nunca consegui antes. O Olimpo nunca foi um bom lugar pra mim — Ele vai sobreviver, sei que sim — menti, pra mim mesmo dessa vez.
Jin teve de ir, já que permanecer muito tempo no submundo fazia mal a quase todos os deuses, seria ruim até mesmo para Jimin se não fosse pela sua forma atual e mesmo assim, o ambiente não permanecia estável com nós dois juntos. Gavera não podia fazer muito também, entre os bons espíritos, era a mais forte e ainda assim não conseguia nos ajudar, então só ficava por perto, ajudando as flores a crescer. Aquele quarto era um jardim, não por minha ideia, Jongin que o fez daquele jeito, convencido por Jeongy que isso faria Jimin se acalmar depois dela ter destruído todas as roseiras do templo de Eros.
O jardim foi crescendo depois de Jimin assumir o quarto como seu, as flores subindo pelas hastes da cama, a grama brotou, os dentes de leão nasciam ali e seguiam em trilha, atravessando as paredes até chegar nos elísios. Pelo castelo eram apenas um rastro de luz, mas era possível vê-los crescendo do lado de fora, sobre pedras fumegantes e enxofre.
— Y-Yoongi... — ouvir a voz dele me assustou ao ponto de achar que estava delirando. Cheguei mais perto, o veneno estava afetando seu corpo a ponto de mudar a cor de seus olhos, que estavam num tom de preto tão profundo que fazia os meus parecerem cinzentos — Moros... c-chame... M-Moros.
(...)
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HAG: The God Killer - LIVRO 2
Fantasy[CONCLUÍDO] Os inimigos estão cada vez mais poderosos, o assassino de Zeus não foi descoberto e Jeongguk está mais perdido do que nunca. Com as ameaças crescendo, Jeon se aventura no Arcádia, o maior hotel do mundo humano e divino, chefiado por Bac...