Capítulo 26 - Nervoso

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Felipe

Cada dia que passa sem resolver essa situação eu me sinto mais e mais inútil. Se passou dias desde a última vez que pude ter Camille em meu braços, nunca pensei que pudesse sentir tanta falta de alguém como eu sinto dela. Isso não é normal. Só queria que essa maldita não tivesse esse vídeo. Queria que fosse só fugir com a Cami e tudo ficasse bem, mas eu sei que assim que Paola percebesse ela iria expor tudo e não sei se Camille conseguiria lidar com tudo isso, ela parece forte, mas ser exposto dessa forma não é algo fácil de lidar.

Acredito que não vá demorar para resolver isso e vou poder ficar perto dela e da nossa filha o quanto antes.

- Felipe? — ouço Bruno chamar e bater na porta do meu quarto me tirando dos meus pensamentos, me levanto da cama sem ânimo algum para fazer nada.

- O que foi? — respondo assim que abro a porta.

- Sua mãe.

- O que tem ela? — perguntei com tédio. - Por que você está sem camisa moleque?

- Tá calor ué. — neguei. - Ah sua mãe tá lá em baixo.

- Que? Por que? Como assim? Aconteceu algo? — perguntei preocupado.

- Não sei, ela chegou ai com uma mala e disse que quer falar com você. – tentei pensar se estava me esquecendo de algo.

- Será que esqueci algo? — sai do quarto e comecei a descer as escadas.

- Não que eu me lembre. — ele coçou a nuca demonstrando estar tão confuso quanto eu.

- Ah finalmente, só assim para eu te ver. — minha mãe falou assim que me viu e veio ao meu encontro já me abraçando. - Não tem comido? Você está muito magro. — confesso que não tenho sentido fome.

- Claro que tenho comido. — menti.

- Tem tomado seus remédios? — assenti. - Acho bom.

- Aconteceu algo? — pergunto preocupado.

- Não posso visitar meu filho? É proibido? — neguei. - Cadê minha nora? Tá na hora já meu filho, quero conhecê-la antes que minha neta nasça. — eu mantive minha mãe atualizada das coisas, incluindo sobre Paola, ela está louca para arrancar os cabelos dela, mas prometeu não se meter.

- Mãe nem eu vejo ela, acha que ela vai querer te ver? — suspirei.

- Isso é culpa sua, quem mandou ser burro? Deveria ter tido mais cuidado com essa biscate. — ela bufou.

- Mãe sem agressão verbal. – ela revirou os olhos e neguei.

- E essa mala? — apontei para a mesma.

- Vim passar uns dias, o que acha? Assim podemos fazer um jantar para minha nora querida. — por dentro estava tendo um AVC (acidente vasculhar cerebral) por fora minha cara estava paralisada.

- Mãe você sabe muito bem que não vai rolar, não vai dar certo e eu não quero problemas com Paola. — ela me olhou e deu um sorriso sonso. Isso foi estranho.

- Tô nem aí. Se vira, cadê o número da minha nora, vou ligar para ela agora. — ela estendeu a mão para mim.

- O que? Você está doida? — não daria o número a ela.

- Tá chamando sua mãe de doida? — engli seco.

- Mãe não piora as coisas. Ela não vai querer aceitar isso. — falei desanimado.

- Bruno você tem o número dela? — olhei para Bruno que negou na hora, ele tinha mas não iria fazer nada sem minha aprovação.

- Ou você fala com ela ou me dá o número que eu falo, anda logo que eu não vim aqui atoa. Agora vou ajeitar minhas coisas no meu quarto e espero que quando eu voltar as coisas esteja resolvidas.

Amor Por Acaso (Felipe Neto)Onde histórias criam vida. Descubra agora