Capítulo 11

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Estava sentada no sofá esperando o Felipe voltar, ele tinha ido trocar de camisa, não sei ao certo porque, enquanto isso peguei o caderno e um lápis para pelo menos parecer que estava ali para a entrevista. Sentia um frio em minha barriga e um leve enjoo, mas nada que respirar fundo não ajudasse.

- Pronto. — ele alertou e assenti.

- Bom. — liguei o gravador do celular e o olhei. -  Como se sente sabendo que influência milhares de pessoas? — fiz a pergunta e o encarei. Ele me olhou por alguns segundos e começou a responder.

- Me sinto feliz, satisfeito com o que faço, mas sei o peso de tudo isso, e que tem algumas consequências, então procuro ser autêntico e fazer o certo, vários públicos me assistem e jamais farei algo para prejudicar alguém. — assenti e fiz umas anotações.

- Como se sente a respeito dos haters? — ajeitei meu cabelo e sentia seus olhos sobre mim.

- Eu já me importei muito com essas coisas, mas hoje em dia eu sou de boa. Eles falarem mal de mim, me caluniarem não vai me fazer mudar quem eu sou, não me faz mal. Eu desejo a eles tudo de bom. — ri e ele riu também.

- Você é mais calmo do que pensei que fosse, eu não sei se teria essa compaixão, acho que ficaria brava, mas não falaria nada. — risquei uma pergunta e olhei a próxima.

- Precisa ter calma, as vezes as pessoas só precisam ser compreendidas. — ele falou e fez uma careta.

- Pode ser. — concordei com ele e
sorri ao ver o quão ele parecia ser verdadeiro e humano. Era óbvio que se importava com o público dele, assim como me importo com o meu, ele parece tão maduro.

Continuei fazendo as perguntas que planejei e ele parecia estar animado com tudo aquilo, ele parecia não querer que eu parasse, mas eu precisava falar , precisava falar o motivo de estar ali.

- Eu preciso falar uma coisa. — o olhei e ele se manteve atento. - Não é a primeira vez que nos vemos.

- Como assim? — perguntou curioso.

- Nós nos conhecemos a uns meses atrás uns três quase quatro meses.  
— ele parecia cada vez mais confuso quanto mais eu falava.

- Onde? — ele se posicionou para frente se demonstrando ainda mais curioso e senti um certo desespero crescer dentro de mim.

- Numa boate...

- Numa boate? — ele me interrompeu e assenti. - E como foi isso?

- Nós dançamos juntos e depois transamos. — fui logo direta.

- Que? Que loucura é essa? — ele se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

Fiquei o olhando, não sabia se deveria falar nada. Estava na metade do caminho, não tinha soltado a bomba toda.

- Meu Deus, eu me lembro de você, aquela noite foi incrível. — vi um sorriso surgir no canto de sua boca e mordi meu lábio. - Olha, aquilo não devia ter acontecido, foi um erro. — ele tinha mudado de alguma forma, ele agora estava nervoso. - Eu espero que não esteja apaixonada por mim. — abri a boca para falar e a fechei. Como ele podia ter se tornado tão idiota de um segundo para o outro?

- Não Felipe, eu não estou apaixonada por você, infelimente,  infelizmente não porque para mim não é algo ruim, mas é algo pior. — me levantei e guardei as coisas na bolsa.

- Pior? O que pode ser pior garota? — ele estava nitidamente alterado.

- Eu estou grávida, estou grávida de você seu idiota. Tudo isso é sua culpa, você não usou camisinha como disse que estava usando. Mas esquece que eu vim aqui.  — sai andando para fora da casa e e ele segurou meu braço.

Amor Por Acaso (Felipe Neto)Onde histórias criam vida. Descubra agora