Capítulo 39 - Terminou

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Camille

Alguns dias depois

Após o susto que levei com as contrações de treinamento os dias que se seguiram não foram diferentes. Vez ou outra sentia contrações, mas minha bolsa não tinha estourado. Arrumei minhas coisas, arrumei as coisas da Ally, minha irmã e minha mãe agora me ajudam e cuidam de mim o tempo todo, não que minha irmã não cuidasse antes. E sim, pedi que minha mãe viesse cuidar de mim também, passei meses sem tê-la por perto e agora o quanto eu puder a terei perto de mim. Eu não esperava, mas minha sogra também está por aqui. Nunca vi tanta gente querendo me ajudar. Isso é bom, mas quero ver quando a Ally nascer se alguém vai se lembrar de mim.

Tenho tentado não ficar ansiosa e fazer exercícios que ajudam a induzir o parto de forma natural como caminhadas, mas está bem difícil essa espera, estou me sentindo cansada e exausta parece que não vou parir nunca, choro, fico brava e Felipe que aguenta tudo, minhas patadas, minhas agressões, todo meu temperamento. Agora ele dorme no estúdio porque não quero mais olhar para ele. Por culpa dele eu tô grávida.

- Camille você está precisando de alguma coisa? — olhei minha sogra e neguei. - Tem certeza? Eu posso preparar algo se estiver com fome.

- Não precisa sogra, pode relaxar eu tô bem. — sorri para tranquiliza-la e me levantei do sofá.
- Está bem. Você e meu filho conversaram? – suspirei e neguei.

- Não quero falar com ele. – senti meus olhos encherem de lágrimas. Meus hormônios simplesmente tomaram conta de mim e não consigo mais me segurar.

- Tudo bem, desculpa perguntar. —  pediu desculpa toda preocupada e assenti.

- Desculpa, eu odeio isso, toda hora eu choro. — reclamei enquanto secava meu rosto, será que um dia vou voltar a ser quem eu era?

- O que houve? — Felipe apareceu todo preocupado.

- Nada. — o olhei friamente, essa mudança de humor é irritante.

- Você está chorando. Não é possível ser nada. — ele olhou para a mãe dele e depois para mim.

- Toma conta da sua vida. — falei irritada e fui para cozinha, minha vontade era bater nele, mas depois eu me sinto culpada, ele ainda está marcado da última vez que me irritei com ele e joguei um porta retrato nele e ele teve reflexo de gato morto. Isso é horrível. Eu não sou assim, mas sinto tanta raiva quando vejo ele.

- Tô tentando, mas você não deixa. —  ele disse que eu sou a vida dele? Felipe não era assim, eu não sei o que aconteceu eu com ele. Ouvi seus passos me seguindo e respirei fundo.

- Felipe me dá um tempo por favor. Eu não quero te machucar, mas você esta me irritando. — abri a geladeira e peguei uma garrafa de água.

- Eu sei que não quer me machucar, mas eu sinto falta de te abraçar, te beijar. — o olhei séria.

- E eu sinto vontade de te bater. — bebi água

- Eu não me importo que me bata. Eu aguento. — ele veio andando na minha direção e apoiei a garrafa sobre a bancada.

- Mas eu me importo. Isso não é certo. Por mais que eu esteja brava isso não me dá direito de te agredir, mas me sobe uma raiva muito grande.. — senti meus olhos encherem de lágrimas de novo. - Eu estou cansada. — ele me abraçou e chorei.

- Eu sei que está cansada, mas falta pouco  a qualquer momento a nossa filha pode chegar. — Felipe falava calmamente enquanto me abraçava e acariciava minhas costas.

Isso é tão bom, tão relaxante.

- Quer que eu faça uma massagem? — assenti e ele me levou para o quarto.

Amor Por Acaso (Felipe Neto)Onde histórias criam vida. Descubra agora