Capítulo 18 - Reencontro não desejado

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- Tess por favor, preciso que diga que não tem problema deixar sua família entrar. - Assim disse o Dr. Miller, seus olhos azuis arregalados e sua voz rouca.

- Não quero ve-los, não agora. - Ela disse decidida.

- Tess! - Chamou Sophie.

- Não, já disse que antes deles, quero ver John.

- Porque isso agora Tess? Ele é mais importante que sua família? - Perguntou o Dr. Ela já tinha se perguntado isso, e parecera um pouco ridículo no começo, era lógico que era John, mas ela não podia desvalorizar sua família, não era culpa deles. - Não me responda Tess.  - Ele levantou suas s ombrancelhas brancas,  percebendo, sem nem mesmo ela ter respondido, que sim, para ela, ele era mais importante. 

Sophie sorriu, segurando o riso.

Tess deu de ombros, de alguma forma querendo dizer que sentia muito,  mas sim, John era mais importante.

- Você sabe que de qualquer forma eles vão entrar, certo?

- É. - Ela disse seca,  preferindo esconder o medo que sentira agora.

- E então Tess? - O Dr. agora fez um gesto com a mão, xomo se quisesse dizer "me dê a resposta que quero ".

Depois de pensar, e aceitar que não poderia fazer muita coisa, até porque eles eram seus pais,   tinham o direito de rever-la, ela suspirou. Se recompôs e disse.

- Tudo bem. Mas não vou garantir que vou ser amigável e ter compaixão. Isso é difícil pra mim. Assim como para eles, acho.

- Eles ficaram tão felizes! - Sophie disse com um brilho no seu olhar,  olhos cor de mel.

Tess desviou o olhar para Magali,  a senhora ainda estava da mesma forma que hoje de manhã. Não tinha visita para ela, Tess não viu ela nem ao menos se levantar para ir ao banheiro, Sophie apenas trouxe o almoço dela, e à ajudou a comer.

- Triste não Tess? - Perguntou o Dr. ao perceber o olhar da garota para Magali.

- Não é triste, é lamentável!

Tess tirou os pensamentos de Magali e os colocou em sua família. Havia Dhaw sua tia maneira, Tess não se lembrava de muitos momentos com ela, ela sabia que as memórias estavam em sua cabeça, mas de alguma forma não tinha acesso. Seu pai, Allan, ele era comerciante, não morava com sua mãe, eles haviam se separado, mas Tess o amava, ele era doce com ela, de uma forma que sua mãe não era, mas tudo bem, ela tinha os seus motivos. A mãe de Tess, Gracy, era amigável e carinhosa, mas não dava à Tess a atenção que ela queria.  - Que era como filha e não como garota prodígio - Também havia sua avó Antonietta, Tess tinha lembranças dela? Não, ela sabia que ela era boa, e que fora uma excelente mãe para com a sua, mas não havia lembranças.

Tess, depois de pensar e repensar no que queria perguntar, tomou coragem e disse.

- Eles já estão aqui? Vão entrar a qualquer momento?

Sophie acentiu com a cabeça sem demonstrar nenhuma emoção,  ou expressão do que pensava.

- Dr. Miller?  - Chamou.

- Diga.

- Pode pedir para que eles entram?

Dr. Miller se demonstrou curioso e um tanto duvidoso, mas antes mesmo de dizer algo ele saiu do quarto, antes que Tess desistisse da ideia de sua família ao seu lado depois de sete anos. Para ele isso era importante,  Dr. Miller foi um dos muitos médicos que acompanhou a história de Tess,  Ele já havia encontrado os pais dela antes, em programas e até a mesmo no hospital em Denver. E como ele acompanhou de perto tudo isso, - e tendo ele duas filhas grandes - poderia imaginar o sofrimento e angústia que é ficar sem ver sua própria filha.

Quando ela saiu do quarto Tess perguntou.

- Porque quando digo ao Dr. sobre John, ele tenta mudar de assunto? Ele não gosta de John?

- Essa pergunta é relativa Tessy. - Sophie disse levantando uma sobrancelha. - O Dr. Miller tem um certa... hã...  - Ela hesitou - Ele apenas não compreende o seu sentimento por John, é só isso.

- Não entende? John foi minha única família em sete anos, oque ele espera que eu sinta?

- Eu não sei Tessy.

Sophie disse que não sabia, mas porque Tess achava o contrário? Algo em seus olhos dava-lhe a impressão de que ela escondia algo. E também pedia - com suplência - para que Tess não perguntasse.

- Oque é?  - Tess disse e sentiu seus olhos amarejarem - Diga me.

- Tessy,  Dr. Miller não acredita na existência de John.

Um sentimento aguniante subiu pela garganta de Tess, fazendo assim com que sua boca margasse, ela se enjureceu, sentiu o medo vindo em sua direção, o medo das pessoas não acreditarem nela. Como ele podia pensar aquilo? Porque ela inventaria John? Oque ele pensara sobre como ela viveu? Não era óbvio que alguém cuidou dela? Alguém teve que estar com ela todo esse tempo.

- Porque? - Seus olhos começaram a lacrimejar.

- Se acalme Tess, você vai ter tempo para pensar e falar sobre isso. Agora você precisa pensar no que vai acontecer. E no que está sentindo.

Ela não queria pensar em nada,  exceto pela teoria ridícula do Dr., Tess não tinha porque mentir.

- Sua família está aqui. - Disse o Dr. entrando no quarto. - Posso deixa-los entrar?

Tess não queria ver sua família, ela nem ao menos os considerava mais. Não se lembrava e talvez não quisesse, ela só pensava agora em John, era simplesmente horrível pensar na ideia de que ele não existe.

- Por toda via...  - Dr. Miller chamou eles. Quem quer que seja que estava atrás da porta.

Eles entraram, duas pessoas. Um homem e uma mulher.

Tess sentiu uma emoção nova, um sentimento, um que ela ainda não havia experimentado, seu coração acelerou. Sua mão suou, e ela piscou várias vezes, para que ficasse claro na cabeça dela.

Gracy e Allan.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora