Epílogo - Efeito Borboleta

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Tudo estava como ela havia deixado. As rosas ainda estavam nos mesmos lugares. A toalha no chão com frutas ainda estava ali, oque queria dizer que John não havia feito nada nesses últimos quatro ou três dias. O lugar seguro estava todo fechado, é claro que ela sabia como abrir aquela porta, era como um piscar de olhos. Ela sentiu um êxtase, borboletas no estômago, foi a melhor sensação de todas. Ela agora estava ali, enfim.
Não poderia desejar nada além de que John estaria lá dentro.
Abraça-lo, ela iria abraça-lo. Ela havia fantasiado tanto esse momento, e ela não se cansava, continuava pensando apenas nele, repetia a mesma cena em sua cabeça, era de um jeito triste, porque ninguém acreditava nela, mas a esse ponto ela realmente não se importara, até porque ela estava ali agora. Era oque lhe fazia bem, era oque queria.

Sophie estava ao seu lado, Tess sentia a tensão no corpo da infermeira. Ela também olhava oque tinha a sua frente.

Tess deu um passo a frente e pediu a Sophie para que ficasse em seu lugar.
A garota soltou o cabelo, não queria se mostrar diferente para John. Foi até os três degraus de madeiras, os mesmos que um dia ela desceu e pensou em fugir, como a vida dá voltas. Ela subiu um, pensou nos momentos que eles ficavam juntos, jogando, estudando, caçando, aquilo era maravilhoso. Ela subiu no segundo, e pensou nos ataques de John, e em como ela havia ajudado, ele estava finalmente saudável, pronto para o amor, e ela estava ali para isso. E o terceiro degrau, em sua mente veio uma onda de imagens, todas elas haviam borboletas, o primeiro dia em que ela as viu, na "sala de vidro" era como John chamava apesar de apenas a porta ser de vidro. Pensou no dia em que se livraram do mural de borboletas, apenas porque o amor era suficiente, e a coleção de êxtase agora era o amor, a coleção era o conjunto de lembranças que eles compartilhavam. Tess estava tão emotiva neste momento.
Ela abriu a porta, ela se abriu num rangido, - como sempre - ela deu um primeiro passo para dentro do lugar seguro.
Ela pensou na nostalgia, ela sentira tanta falta deste lugar, de John, e havia passado apenas quatro dias. Isso foi o suficiente para ela saber que o amava. Que se fosse qualquer outro ela não se importara. E o exemplo de sua família veio em mente. Ela passou sete anos sem eles, mas quando se reencontraram ela não ficou imensamente feliz a ponto de não caber dentro dela, mas agora apenas por estar no lugar seguro ela sentia uma coisa perfeita para o momento. Se imaginou vendo John e abracando-o, a ideia a fez surtar.
Um segundo passo para dentro, e ela viu tudo como estara antes.

A garota prodígio se entregou ao verdadeiro lugar, um que ela deveria ter nascido, não se preocupem, ela não poderia estar em um lugar melhor. Fiquem feliz ela está no lugar seguro.

- John? - Ela disse por último, apenas para ter certeza da figura a sua frente.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora