Capítulo 4 - Manhã Fria.

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- Você vai pedir dinheiro para minha mãe? - Tess perguntou - Isso é um sequestro John?

A ideia de John fazer uma troca de Tess e dinheiro parecia um absurdo na cabeça dela.

Mas oque mais seria?

Tudo se passava na cabeça de uma garota prodígio que acabou de ser retirada dos braços de sua mãe.

Sequestrador.

Serial Killer.

Canibal.

Mas sabendo o pouco que ela sabia sobre John, poderia descartar estas hipóteses.

- Oque vou fazer com dólares? São apenas folhas verdes. - Ele disse parecendo intrigado. - Posso comprar borboletas com elas?

Eles estavam sentados no chão, John na frente da porta e Tess a sua frente. O prato de comida completamente vazio ao seu lado.

O réptil que ela e ele haviam comido era horrivel. Mas ela comeria mais um se pudesse.

Ela pensou um segundo sobre oque John dissera.

Ele não iria entrar em contato com sua mãe. Era óbvio que ele não tinha um telefone-celular.

- Oque vai fazer então? Me trancar pro resto de minha vida? John, sou uma garota, preciso ir ao médico, tomar vacinas, preciso de minha família.. . - Ela hesitou -... Amigos. - mentiu.

Os olhos dele caíram no chão.

Ele a deixava louca.

Porque essa era a hora de ele gritar com ela.

Dizer que ela nunca iria sair dali. Que era pra ela esquecer sua família, pois nunca mais iria ver-los.

Mas não.

Ele não era rude.

- Jonh?

Ele levantou o olhar.

- Porque fica fazendo isso? Porque se deixa sentir oque não deveria?

- Oque não devo sentir Tess?

- Compaixão, compaixão por sua prisioneira.

- Não te vejo desse jeito. Vejo uma filha. Vejo que agora finalmente tenho companhia. Alguém para ensinar. Pra mostrar as borboletas. Você pode ter oque quiser aqui. - Completou.

- Você disse ensinar?

Ele assentiu.

A ideia de Tess de estudar, era dentro de quatro paredes, em uma das escolas de Denver. Onde ela morava.

Com uma professora inteligente, e um tanto distraída em sala de aula - assim era sua professora, Rose -, e ela respondendo todas as perguntas com facilidade.

Ela era a menor da turma, devido a estar anos adiantada. Também estava acostumada com o bullyng excessivo. Por ser estranhamente inteligente e estranhamente estranha.

Receber olhares de repugnância, e ignorância.

Depois da aula ir correndo para o Teatro da escola. Ajudar o comitê e contemplar a beleza do teatro em silêncio.

Usar o intervalo, não para comer, mas para ler livros.

E depois, mais um pouco de bullyng dentro do ônibus.

- E oque me ensinará?

- Oque estiver interessada.

Ela se pergunto se ele falará sério. Como um insano isolado poderia saber tanto?

E de novo ela sabia a resposta.

Ela era de certa forma insana, ou pelo menos tinha problemas consigo mesma, e isolação era o seu forte.

Teria ela mais coisas em comum com John do que pensará?

- Jonh, como está o céu la fora?

Ela queria imaginar o dia. Saber como estava o céu, queria ter noção do tempo agora.

- Está de manhã. E está frio.

Dentro do quarto a temperatura era agradável.

- Vou conseguir roupas limpas pra você. Você pode esperar?

- Claro John.

Ele se levantou do chão e saiu pela porta.

E dessa vez ele não à trancou.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora