Bad Habits

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CAMI POV

Uma mão serpenteia sob minha coberta, acaricia minha coxa nua devagar de cima para baixo várias vezes, contorna meu quadril e descansa em minha barriga nua, todo meu corpo se acende com esses pequenos e suaves toques, minha garganta fica seca e perco, não posso mais fingir que estou dormindo porque ele conhece as reações do meu corpo.

- Mesmo que você fosse uma boa mentirosa ainda saberia que está fingindo dormir - ele beija meu ombro com suavidade, a ponta da língua tocando minha pele - preciso ir ou vou me atrasar.

- Ok. Mas é uma pena - me espreguiço e viro para ver o rosto logo acima do meu - tem certeza que quer sair desse quarto?

- Com certeza não quero, mas preciso, e você também - ele se abaixa e me beija - ok, vou lá.

Observo o homem levantar da cama, ele realmente virou um homem alto e musculoso quase da noite para o dia, tudo é agradável aos olhos, aos ouvidos e a pele, sua voz, suas tatuagens, os calos nas mãos, a barba grossa quando cresce. Talvez eu goste demais do conjunto todo, e do seu humor bobo e personalidade enervante. Começa a recolher as roupas do chão e vestir.

- Não vai tomar banho? - sugiro, sento na cama sem me preocupar com o lençol - dá tempo de me acompanhar.

- Isso é uma armadilha perigosa - ele enfia os tênis e se inclina em minha direção - vou tomar banho sozinho, lá no meu apartamento. Nos vemos logo.

- Certo - faço bico, ele me beija e se afasta rápido - até logo.

- Não se atrase.

- Suma.

Sua risada alta e satisfeita preenche tudo ao redor, esse é o tipo de risada verdadeira que te faz sorrir, escuto ele cantarolar enquanto atravessa o apartamento e depois a porta abrir e bater ao fechar. Deito de volta na cama, respiro fundo e solto devagar, de olhos fechados lembrando da noite passada que foi maravilhosa mais uma vez, mesmo que errada do ponto de vista de algumas pessoas, não mais no meu, deixei isso de lado a muito tempo, no momento que cheguei a conclusão que não sou, não somos capazes de resistir.

O celular toca me tirando para fora das lembranças, me viro na cama e busco o aparelho esquecido na mesa de cabeceira. Não sorrio para a foto, não sinto nada para dizer a verdade, nem um eco do que sentia a quase 1 ano atrás.

- Bom dia, Charles - cumprimento com alegria, porque de fato estou feliz.

- Nossa, bom dia. Parece que acertei a hora de ligar - rolo os olhos para seu comentário, mas deixo pra lá - como se sente?

- Muito bem, e você?

- Estou bem. Ansiosa para o San Diego Comic Con?

- Bastante, gosto desses eventos onde fico mais perto dos fãs.

- Eu sei. Também estou amando aqui, a produção é maravilhosa, meus colegas. Ontem fizemos uma cena que ….

Coloco no viva voz e aviso para continuar falando enquanto me arrumo, mesmo que eu não falasse isso Charles iria continuar, ele gosta muito de falar de si mesmo. Fico feliz pelas conquistas dele, mas gostaria que ele pensasse um pouco mais em mim, em nós, isso não existe, é sempre ele, ele e ele na maior parte do tempo, só somos nós quando eu o magoo com qualquer gesto e então preciso ouvir tudo aquilo que não sou e não faço pela nossa relação.

Charles fala sobre cada momento de gravação do dia anterior enquanto tomo banho, escovo os dentes, me visto e preparo a bolsa para sair. É o último dia de gravação antes da nossa viagem em elenco para a SDCC que com certeza será maravilhosa mais uma vez.

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