Tipo roleta russa

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KJ POV

Ainda bem que farmácias são necessárias 24 horas por dia, porque se todas estivessem fechadas Cami, estaria surtando num nível muito mais alto que sair de casa as 3 da madrugada. Já passamos por duas lojas, mas quando disse que conhecia os funcionários ela me mandou dar meia volta. Como se mesmo que eu não conheça a pessoa ela ainda pode reconhecer nossa cara, mas não falo isso ou essa mulher pode enfiar o celular no meu olho.

Estaciono a moto em frente a terceira farmácia, a maior, e escondo o fato de que conheço a atendente do caixa  e que ela talvez me odeie porque não liguei no dia seguinte. Detalhes que não fazem diferença mesmo. Espero Cami descer da moto antes de baixar o pedal e sair de cima, a ajudo com o capacete e seguro sua mão.

- São muitas opções - Cami resmunga parada em frente as prateleiras - qual o melhor?

- Acho que todos tem alguma eficácia.

- Nossa como falou bonito, boo - abraço sua cintura e beijo seu pescoço  - quantos levo?

- Uns 5.

- Algum motivo específico para o número? - me olha segurando o riso.

- Melhor de 5, tipo uma roleta russa do espermatozoide.

- É uma conclusão inteligente para uma resposta idiota.

- Você fica muito mau humorada sem trepar - beijo seu ombro e aperto mais meus braços ao seu redor - pega qualquer um e vamos embora. 

- Não fala assim 'qualquer um', tem que ser o melhor para o nosso bebê - Cami usa uma voz magoada e descansa a mão sobre a barriga - tadinho.

- Para com isso - estremeço.

- Olha - ela vira e aponta o dedo no meu peito, me sinto vigiado e quando olho para o fim do corredor percebo porque - parece que você não quer assumir sua responsabilidade.

- Talvez  - concentro minha atenção em Cami, usando meu sorriso sedutor para fazer ela me obedecer - pega um de cada.

- Não eram 5, agora um de cada? Tem uns 10 aqui - Camila olha mais uma vez as prateleiras - você não sabe o que fala.

- E você tá me deixando confuso ... se eu falo 5 não ta bom, se falo 10 também não tá bom. Ta precisando de uns tapas.

‐ Não tô no clima - mas se curva e enfia a bunda na minha virilha.

- Olhando daqui parece muito no clima ... demais  - bato com as duas mãos, uma de cada lado, antes de apertar - gostosa ... pega logo qualquer coisa e vamos pra casa produzir mais alguns corredores.

- Eca, KJ - Cami pega duas caixas, e eu pego mais umas tantas e enfio na cesta de plástico - não esquece que já tem um bebê à caminho.

- O resultado sai em alguns dias e nunca mais vou ser perturbado com essa história.

- Desculpa, baby - ela segura meu rosto e então beija minha boca -  pague a compra e vamos embora.

- Não precisa de mais nada?

- Vou olhar - a seguro pela cintura com mais força  - sai sai.

- Vamos embora  - resmungo, mas ela consegue escapar - babe.

- Dois minutos, cara.

Cami, some para o próximo corredor. Evito o olhar da atendente do caixa, Hanna ... Hailey? Caralho.  Mantenho meus olhos nas prateleiras, a distribuição de produtos é bem interessante, testes de gravidez, preservativos de todos os jeitos, lubrificantes, pego um coloco na cesta porque nunca se sabe, quando giro sou recebido por absorventes de todos os modelos e fraldas. Fraldas são caras de verdade. Caras para a criança cagar e ir para o lixo, bom ainda é melhor que lavar merda com as próprias mãos de fraldas de pano.

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