Paralelos

That Way

CAMI POV

Sem dúvidas os últimos dias foram os melhores que tive em muitos meses, me diverti com as meninas, as entrevistas e os bastidores, esqueci parte dos meus problemas e todas as coisas confusas e ruins que tenho que lidar. KJ e eu experimentamos o melhor da nossa relação, conversamos como a muito não fazíamos, de verdade, e transamos como loucos. Até mesmo conseguimos reagendar nosso vôo para mais tarde e voltamos sozinhos. Não é que eu não quisesse a companhia dos meus outros amigos, mas nós dois se.pre funcionamos melhor a dois.

Quem sabe esse clima se mantenha agora que estamos de volta a realidade. Quem sabe nossa relação pode continuar boa e fácil fora da cama, sem rodeios e termos. Sem distância segura e silêncios perto de outras pessoas, como se não soubéssemos tanto um do outro que o silêncio tem mil significados diferentes.

Sem Charles.

Olho para Kage encostado do outro lado do elevador, ele sorri para mim antes de desviar o olhar para o painel que mostra os números. Sinto um ardor no peito ao ver que falta apenas um andar para o meu, não é nada demais apenas foram dias legais e agora acabou.

- Chegou - Kage anuncia e me olha com um sorriso que não toma todo sei rosto - até amanhã, Cami.

- Até amanhã - as portas se abrem, quero pedir que ele desça comigo, mas me calo - não se atrase.

- Nunca - ele bufa - boa noite.

Saiu do elevador e fico esperando, não sei pelo que, só espero. Mas KJ continua parado no mesmo lugar, ele sorri uma última vez e então desvia os olhos antes das portas se fecharem. O andar está vazio, silencioso, e isso ecoa dentro de mim como um sentimento ruim penetrando meus poros, corro para abrir minha porta o mais rápido possível, e tomo um susto enorme quando ela se abre antes aue eu coloque a chave na fechadura.

- Cami - dou um grito com a figura surgindo a minha frente - calma, isso é felicidade?

- Que susto, Charles - meu coração bate acelerado de susto e nada mais - o que está fazendo aqui?

- Que tipo de pergunta é essa? - passo por ele parado na porta - ao invés de ficar feliz está brava?!

- Só me assustei, Charles, só isso. Podia ter avisado.

- Quis fazer uma surpresa. Você nunca reconhece o que faço de bom, depois reclama que não tento te surpreender.

Sei o que ele está fazendo, jogando minhas próprias palavras contra mim parar fazer sentir culpada por qualquer coisa idiota. Não quero lutar com isso hoje, meu humor já mudou e me sinto exausta.

- Desculpa - peço mesmo que não tenha culpa dele ter aberto a porta feito um fantasma - só estou cansada.

- Eu também, peguei um voo sem descansar depois de dias de trabalho, queria te ver. Fazer uma surpresa.

- E fez - ela fecha a porta e se aproxima - como está?

- Bem - fala sem vontade.

Então ele abraça minha cintura e aproxima o rosto do meu, e eu não faço nada para sair, só deixo que ele me beije e retribuo, não é nenhum beijo quente e apaixonado, só um beijo rotineiro, sem graça, até mesmo meio frio, mas não digo nada. Quando se afasta eu sorrio e largo minha mala, viro para a cozinha e abro a geladeira para me ocupar.

- Se divertiu no evento? - pergunta, ouço ele ligar a tv - assisti algumas coisas.

- Foi legal.

- Você e KJ estavam bem entrosados.

- Todos estávamos, foram dias legais.

- Uhum. Uma pena que não pude ir.

- Sim, baby, teria sido divertido com você lá - pego uma garrafa de capuccino Starbucks e fecho a geladeira - mais divertido.