scars to your beautiful

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CAMI POV

Finalmente o feriado de Ação de Graças chegou e podemos ter 7 dias inteiros de folga, é quase um sonho. Meus pais foram para o Brasil, então esse ano estou por conta própria e preciso decidir o que vou fazer nesse dia. Bom, na realidade já tenho uma ideia muito clara,  como Kage vai ficar comigo, vamos cozinhar e preparar nosso próprio jantar de comemoração e tudo mais.

Maggie e Rachel irão ficar conosco também, elas dizem estar com saudade de mim, e também é uma ótima desculpa para dar nossa primeira festa de "família" em casa. Talvez seja a última também, estou sentindo a necessidade gritante de ter meu próprio canto. Eu amo viver com as meninas, mas para ser bem sincera faz muito tempo que não vivemos realmente juntas. Maggie e Rachel vivem juntas, eu sou só um nome no contrato de locação e transferências bancárias, tem meses que não sei o que é pisar em casa.

Todos já foram embora, só nós dois ficamos para trás, quase nem conseguimos um vôo porque deixamos para última hora. Na verdade eu esqueci, mas não deixe ninguém saber disso. Temos que sair em breve ou vamos acabar perdendo  esse tão premiado vôo, mas Kage precisa conseguir fechar a mala.

Espero que ele já tenha conseguido fazer isso, assim como fechar a mina própria mala e vestir uma roupa, ainda estou tirando coisas da geladeira para não estragar.

- Baby, já fechou a mala? - grito e nada - Kage?

- Sim e sim.

- Temos que ir ... Quer um lanche de presunto, queijo, abacate, tomate e cebola roxa?!

- Sim.

- Também tem um pouco de frango desfiado - grito mais alto.

- Coloca tudo que eu como, tô morto de fome mesmo.

Kage aparece saindo do corredor, arrastando nossas malas com nenhuma delicadeza e as coloca de pé no meio da sala.

- Ainda tem tudo isso de comida fresca?

- Da pra fazer uns 3 lanches bem recheados.

- Já estão prontos?

- Vou montar e você embala.

- Ok.

Eu cuido de enfileirar as fatias de pão no balcão, passe maionese, colocar as sobras e fechar, Kage faz muito sujeira com essa parte, é estabanado e acaba derrubando comida no chão o que não teria problema em um dia normal onde ele poderia limpar, mas hoje já estamos muito em cima da hora e prefiro evitar o trabalho. Ele é melhor embalando coisas, então enquanto ele faz isso coloco os potes vazios na lava louça, ligo tudo e corro para pegar meu casaco.

Kage chama um carro de aplicativo enquanto descemos de elevador. Estamos realmente em cima da hora.

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Deu tudo certo.

Acabamos de chegar em casa, quer dizer, Kage está tirando nossas malas do carro, papeando sem parar com o motorista que é um mexicano muito simpático com um forte sotaque que torna suas palavras bem arrastadas.  Os dois se despedem, também me despeço do homem que embarca no carro e sai feliz da vida com a gorjeta que ganhou.

- Kage, não pode ficar imitando as pessoas - cutuco seu braço - vai acabar se metendo em uma encrenca.

- Não imitei ninguém - arqueio as sobrancelhas e ele ri baixinho - foi só brincadeira, o sotaque dele era muito legal. E sabe que ele gostou, até me indicou um programa mexicano para assistir.

- Tá bom - bufo - vamos logo com isso.

- Que programa?

- Chaves - responde com um sotaque engraçado - já viu?

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