KJ POV
Filhotes são pequenas amostras de perda de sanidade. Truffle come tudo que vê pela frente, chora de noite, mija e caga ao lado do tapete ao invés de em cima do mesmo. E eu já disse que ela come tudo? Sim, come, e tem preferência pelos meus sapatos e todas as outras coisas, e então o culpado sou eu por ter deixado o tênis na entrada e não dentro do armário. Que diferença faz isso? Essa cachorra deveria me reconhecer como autoridade, mesmo que mínima.
E agora que as gravações finalmente acabaram precisamos voltar para Los Angeles e não tem como voar com Truffle porque é muito pequena, bom até poderiamos se Cami concordasse em colocar a cachorra para dormir, mas essa possibilidade está fora e não vou mais sugerir porque tenho amor as minhas bolas. Assim sendo, estamos prontos para uma adorável viagem internacional, de carro. E eu espero que Truffle não vomite na van alugada, não me importo com a multa ou com a limpeza, mas o cheiro dentro do carro. Enfim, lá vamos nós.
Truffle não parece preocupada com nada disso, ela tá bem tranquila deitada no sofá dormindo com sua vaca de pelúcia.
- Estamos prontos? - Cami chama minha atenção - porque tá olhando assim pra ela? Tudo bem?
- Pensando em quantas vezes vai vomitar no carro.
- Não vai acontecer.
Essa frase foi dita pela minha garota a 4 horas e agora Truffle acaba de vomitar pela quarta vez, a van fede a azedo, Cami está debruçada para trás tentando acudir a cachorra.
- Para esse carro - fala desesperada - que caralho.
Avisto um posto de gasolina a poucos metrôs, ótimo, porque não estou afim de parar na beira da estrada.
- Tem um posto de gasolina logo ali.
Cami segue tentando consolar Truffle enquanto guio o carro até o posto e encontro um lugar para estacionar, assim que paro salto para fora e abro a porta traseira. Cami passou para trás e está limpando a cachorra com lenços umedecidos.
- Ela parece muito tonta - observo - vai ter que dar o remédio.
- Tadinha - Cami pega a garrafa d'água e despeja e um pouco em uma pequena vasilha - ela ta vesga - começo a rir - não tem graça, Kage.
- Desculpa ... acha bom ela tomar tudo isso de água?
- Vou dar o remédio. Pode pegar pra mim? Está na bolsa azul no porta malas.
Quando volto com a pequena bolsa, Cami está fora do carro com Truffle que ameaça vomitar mais uma vez. Estou começando a ficar realmente preocupado com a peludinha, mas não posso dizer isso em voz alta, então controlo meu impulso de boca aberta e abro a bolsa para pegar o frasco e ler as instruções.
- Abre a boca dela que eu pingo ... vai ... Camila - ela torce o nariz e resmunga - baby, quer pingar?
- Vai você ... 4 gostas.
- Eu sei ler.
- Grosso.
Mal terminei de pingar o remédio e Cami solta a cachorra e sai andando, preciso dar um pulo e segurar Truffle antes que ela saia correndo para baixo de um carro e seja morta. Acaricio sua cabeça mantendo meus olhos na porta da loja de conveniência esperando aquela garota nervosinha voltar. Truffle fica sonolenta rapidamente, a coloco dentro do carro, presa no cinto de segurança, próprio para cachorro quero deixar claro, passo um lenço com álcool no banco de couro e me escoro para continuar esperando. Demora uns minutos, mas Camila aparece saindo da conveniência carregando dois pacotes de batatas, refrigerantes e água. Cruzo os braços enquanto ela se aproxima, ela faz uma careta de desdém com minha postura e tenho certeza que não mostra o dedo do meio porque está com as mãos ocupadas.
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Paralelos
RomanceAs duas pessoas deitadas na cama, ofegantes, suadas e satisfeitas, enroscadas sobre o emaranhado de lençóis quentes, com a brisa fresca entrando pela janela aberta, o quarto escuro iluminado apenas pelas luzes da rua também esconde o fato deles esta...