KJ POV
Estou longe de Vancouver a alguns dias, tenho um filme para ser lançado em breve e a divulgação está a todo vapor, isso significa que também estou longe de Cami e tentando desintoxicar meu sistema de toda essa confusão que somos nós dois. Claro que tenho sentimento por ela, é uma das minhas melhores amigas e tento deixar isso acima do passado que tivemos e do presente, apesar de eu curtir cada momento ao seu lado sei que só estamos fazendo mal a nós dois, mentindo para nós mesmos que isso pode continuar do jeito que está e não dar merda. É certo que estamos correndo em alta velocidade para a beira do abismo.
Eu sou apaixonado por aquela morena? Óbvio ou não me sujeitaria a ser a segunda opção dela, o problema é que ela não está apaixonada por mim, tem um namorado que ama mas a relação não está bem então sou apenas o "namorado reserva", o cara que pode fazer ela se sentir desejada, reverenciada, satisfeita, fazê-la rir porque tudo que eu mais quero é ver seu sorriso. Não estou dizendo que sou o coitado, claro que não, todas as vezes que mergulho nela é uma delícia, quando beijo sua boca e tomo a gemidos é a porra da melhor coisa do meu dia, assim como Cami estou nessa porque sou viciado nas sensações que seu corpo trás ao meu, não consigo largar essa droga mesmo que ela me faça ter vontade de gritar de frustração depois porque sei que nunca vai passar disso.
O fim é certo só não sei quando. Mas um dia ela vai dizer que quer dar uma segunda, ou quinta, chance para seu relacionamento de merda e eu serei chutado para o lado como todas as vezes. E isso só acontece porque não consigo negar nada que aquela baixinha me pede. Nada.
É ridículo.
- O que está pensando, Kage? - Mia pergunta me trazendo de volta - parece prestes a gritar.
- Queria ser um filho da puta.
- Dia mãe não iria gostar disso - dou uma risada com o pensamento - algo que eu possa ajudar.
Mia toca minha coxa e deixa a mão por ali, fazendo um carinho suave com o polegar. Nós nunca tivemos nada de fato, só flertes e uma quedinha, mas claro que eu estava enrolado demais com outra garota para poder curtir e nunca passamos desse limite. Mia é legal, divertida, calma, ela não faz meu coração acelerar feito louco ou meu estômago doer, não me deixa louca de raiva e tesão ao mesmo tempo, nem me faz sorrir lembrando das suas bobeiras que combinam com as minhas, mas ela é linda e faz eu me sentir bem.
- Quer conversar? - pergunta, olho em volta para as pessoas entrando e saindo do estúdio em que vamos gravar algum tipo de divulgação - as vezes só precisa desabafar.
- Claro. Podemos jantar quando acabar aqui?
- Com certeza.
- Algum lugar especial?
- Nenhum - ela sorri e entrelaça o braço no meu - me surpreenda.
É ótimo porque assim eu não fico pensando o tempo todo que Camila não me liga tanto, ou manda tantas mensagens porque Charles está em Vancouver e eles estão curtindo um dia com o pessoal e provavelmente tentando ficar bem. É uma merda que eu esteja pensando nisso, não deveria me importar e não quero. O único jeito de não me importar é entorpecer.
As entrevistas seguem, entre uma e outra dou uma olhada rápida no Instagram, os vídeos de Cami rindo só me dão vontade de beijar ela e não é isso que eu quero. Isso tem que parar, essa minha dependência em uma mulher que não é minha, nem nunca será. A coisa ficou bem claro no passado quando Cami disse que eu não era o homem certo para ela, que não se sentia segura comigo e que estar apaixonada não importava tanto assim.
Confesso que senti ódio dela, raiva e decepção completa quando ela começou a sair com Charles, não interferi ou dei opinião, simplesmente não era da minha conta.
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Paralelos
RomanceAs duas pessoas deitadas na cama, ofegantes, suadas e satisfeitas, enroscadas sobre o emaranhado de lençóis quentes, com a brisa fresca entrando pela janela aberta, o quarto escuro iluminado apenas pelas luzes da rua também esconde o fato deles esta...