Pois bem diria o significado de amor pra mim, amadurecer foi entender o amor não como algo em resposta, ou algo grandiosamente impossível. Mas sim como uma linda magia de dizer "adeus". Deixar ir, abrir mão, sacrifícios seriam o amor pra mim! Todavia, eu tendo a querer ser mimada desse criança, desde meus 3, 4 anos tendo a querer ser uma princesinha mimada do papai, o problema óbvio foi nunca ter sido a princesa do papai. Foi ter tido problemas com ele para falar a verdade.
Logo, crescer foi então desenvolver hábitos diferentes do padrão aceito socialmente, foi gostar de tudo quanto excentricidade, tudo quanto filosofia e literatura tinha de excêntrico. Tudo que a história mostrava de diferente, tudo que a área de exatas me fornecesse paixão, foi ali minha outra se não a primeira paixão. Nas exatas junto de até antes os livros. O mundo culto me trouxe o gótico, e o mundo me trouxe ele. Tanto quanto as excentricidades da vida, eu tinha com ele.
Explico logo não ser o grandioso sentimento confuso e complicado, explico não ser a amizade exasperada de colorida, digo a excentricidade cujo tema é freudiano até morrer. Excentricidade da literatura gótica e erótica, a excentricidade explicada no livro "A Vênus das peles", esse tipo de dinâmica excêntrica. Compartilhávamos os mesmos gosto freudianos "bizarros" e diferentes. Tínhamos essas mesmas vontades no olhar.
Ah sim o olhar, olhar dele para tudo quanto é diferente, eu estava olhando também. Olhava até antes, olhava profundo. E como ele sempre gostou dos meus olhos, bonitos olhos eu tenho e bonitos olhos ele tem! Como eu queria poder exaltar os olhos dele, tão lindos quanto o olhar.
Então retomo a minha vontade de ser mimada, vontade essa que as vezes cediam. Mimavam-me! As vezes ele, as vezes ele me mimava pelo olhar e pelo cuidar. Vejo então o meu querer, querer ser dele, querer ser totalmente entregue a ele. Devoção explícita nos olhos de quem vê de fora e quem vê de dentro. Não nego, o amo, sou devota, o tenho como superioridade.
Pois tão bem posso como tão bem devo. Então explique-me porquê seria egoísmo não querer deixar ir?
Eu deixo até. Não tenho poder de veto, não tenho o "não". Quero é impedir qualquer ato libidinoso com terceiros, quero impedir a posse de qualquer outra garota sobre aquele olhar. Não é egoísmo! Eu vou deixá-lo ir, eu nem o seguro pra falar a verdade. Eu só não suporto.
Não tenho dependência nele, não preciso dele. Eu só quero, quero mais do que tudo. Queria era poder bater o pé e implorar pro meu avô comprar-me ele, quero ele, quero ele, quero ele!
Não é egoísmo, mas eu queria ser. Queria obrigá-lo a olhar só pra mim, queria impor a posse dele. Queria tanto ser dele! Mas eu o amava, se eu o amo, preciso aceitar a não reciprocidade, e eu o amo tanto que só consigo torcer pela felicidade dele. O egoísmo foi quando eu disse: "Desejo alguém que o ame intensamente assim como eu o amo, mesmo tendo a certeza de que jamais alguma outra mulher irá amá-lo como eu o amo. Jamais será possível tal nível de amor por ele se não vindo de mim!"
Não pode ser egoísmo da minha parte, são só verdades proferidas por quem o ama imensamente. Espero sim uma mulher digna do amor dele, espero sim o melhor sempre pra ele, mas eu tenho a certeza mais absoluta que o governo de Elizabeth, A virgem, ninguém ousa amá-lo como eu o amo!
Vejo receio, bloqueio, amor, desejo, fogo, proteção, teimosia e complexidade onde outros veem seus olhos. No fundo de sua íris tem muito mais do que só a coloração caramelo E-150d (sim a mesma cor da Coca Cola). Nunca antes vi lágrimas, mas vi compaixão, temor e raiva. Fervorosa raiva essa que ele sente, só eu enxergo mais do que a raiva nos seus olhos, só eu tenho a capacidade de enxugar lágrimas nunca antes derramadas.
Tremendo olhar de superioridade, tremenda é a vontade de ser melhor, tremendo esse olhar de uma criança precisando de cuidados. Disse antes ser mimada como uma criancinha de 3 anos por ele, pois também disse antes ser devota e amá-lo mais do que qualquer outra grandiosa vontade. Pois tenho em mim uma vontade de cuidar, cuidar daquele que cuida de mim, cuido, porém de longe, cuido porém sem ver.
As suas vistas castanhas e poderosas eu sou pequena e protegida, as minhas vistas verdes cinzentas e temerosas eu sou quem toma as dores de sua vida. Quem vê o fervor não vê o temor, ou o tanto de amor escondido ali. O profundo poço de sentimento nas retinas e córneas por apresentarem somente dureza e indiferença.
Sinto a responsabilidade de tomar a mim por sua felicidade, não é egoísmo tomar partido de alguém se for somente pro bem! Não pode ser! Não o tomo para mim, desejo? Muito, porém não tomo. Tomo só a devoção e o cuidado, tomo só um olhar responsável. Este mesmo olhar foi proferido a mim por nossas estranhezas, foi assim o nosso início de intimidade. Pela responsabilidade passada pra ele cujo pesar agora é meu. Responsável sou pela sua felicidade, nomeada por mim mesma assim como ele mesmo nomeou-se responsável por me mimar uma vez.
Tomo suas dores como algum dia tomei seu olhar, fixo nos meus enquanto as sensações eram passadas por nervos e pontos sensíveis, enquanto meus olhos verdes iam ao fundo de sua iris castanha caramelo, procurando mais sensação, mais intimidade, mais responsabilidade!
Tomo suas dores como tomei confiar, como ele tomou apoderar-se não só de mim em corpo como em alma. Uma conatus em poder somente dele, como conectei-me aos olhos vulneráveis e quentes ao invés dos críticos e frios apresentados ao mundo. Egoísta eu fui comigo mesma ao passar a minha vulnerabilidade a quem eu tenho de lutar pra conseguir quebrar seus muros!
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Amor, café e outras drogas...
RomanceSabe quando um elemento químico é tão perfeito ao ponto de já ter os oito elétrons na camada de valência? Então, é o caso de Neônio, um gás nobre utilizado como apelido para a pessoa da qual existência na minha vida causou uma injeção forte de ocito...