9-Já te escrevi mais romances.

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    Não é esta a primeira iniciativa minha de escrever meus amores para com meu Neônio, muitos foram as investidas a fim de desabafar meus severos sentimentos sejam estes desabafos somente para o espelho, somente para as minhas anotações, ou sejam estes desabafos para terceiros. Todos estes foram recebidos por alguém, exceto por quem realmente precisa receber e reter de uma vez por todas essas minhas juras romancistas.
   Já antes cheguei a escrever um livro, sim eu o fiz, não finalizado, entretanto o projeto ainda tenho. Seria diferente deste, seria uma ficção romântica que de tudo um pouco poderia acontecer, seria apenas inspirado nas nossas personalidades, as histórias lá contadas seriam em suma invenção baseada em momentos reais. Achei bobo, fútil, não exprimia realmente meus sentimentos, abandonei logo de início e pus-me a escrever este aqui, no qual trago mais convicção e verossimilhança dos fatos.
   Tenho poucos dos meus antigos escritos, a maioria foi declamada ao vento ou por ligação ou áudios em mensagens, entretanto, já é de tanta exposição ao meu ver nesta nova iniciativa de declaração que expor mais esses escritos por aqui não seria de lá aquelas coisas. Pois bem, faço isso! Publicarei meus devaneios das madrugadas, mostrarei minhas prosinhas, minhas palavras em mensagens, meus surtos amorosos! Trarei aqui e agora o que tenho por escrito sobre o meu desejo com o menino/homem tanto aqui proferido, faço assim uma exposição estilo artístico ou estilo da rede social "Twitter"!
   Apresento então meu surto da madrugada, vamos assim chamar. O contexto? Dato o dia 16 do mês de Fevereiro desse mesmo ano, às 00:01 foi o horário exato no qual enviei para uma familiar minha a mensagem representando minha "síncope". As horas anteriores eu tinha passado com Neônio, chegando de uma patuscada na rua, estando na cozinha preparando um lanche qualquer, foi quando eu o observava, admirava e então cada vez mais o amava. Tive a visão dos meus sonhos, ali estava o que sempre quis ver. Segue as mensagens:
"Você não está entendendo o quanto o amo. O quanto eu preciso dele sabe? Eu sei que ele é babaca e tudo o mais, mas mesmo assim, ele é perfeito pra mim. Com todos os seus defeitos, com todo seu ataque de raiva e frieza. Eu quero que ele tome conta de mim, eu quero ser o porto seguro dele, eu quero que ele me queira! E se ele se casar com outra mulher eu só espero que ela a admire como eu o admiro,  eu quero que ela o faça feliz e eu quero que ela seja muito feliz e entenda o porquê de ser tão sortuda por ter ele. Eu só quero que ele seja muito feliz e encontre alguém que seja tão admirável para ele quanto ele é para mim. Eu o amo demais e posso me contentar em deitar no colo dele para assistir "gameplay" de "Minecraft" ou então me contentar com ele me proibindo de beber porque da última vez ele quem me deu banho. Eu posso me contentar com a imagem dele sem camisa, escutando um rock e bebendo uma cachaça enquanto frita batata pra gente, que foi o que aconteceu ainda agora e eu fiquei tão apaixonada pela imagem que te mandei mensagem pra explicar. Eu só quero ser dele, eu só quero que ele entenda que vou amá-lo mais do que qualquer outra pessoa no mundo, que eu acho perfeito cada detalhe dele, que eu amo as estrias das costas dele, que eu amo o mamilo minúsculo dele e que eu amo o jeito que ele é tão autoritário e tem tanto culhão para as coisas que ele quer. Eu o amo, *insira nome da parente*, e eu vou amá-lo pra sempre e eu sei disso, só queria que ele soubesse também..."
  A partir daí seguiu-se a conversa somente às 11:47, após essa minha declaração e discutirmos esse assunto, tive a necessidade de complementar com:
   "Foi a visão mais linda que eu já tive e me doeu porque apesar de ser eu quem estava ali observando ele cozinhar, apesar de ser pra mim quem ele manda as fotos de bunda dele, e ser eu quem ele deu banho porque estava bêbada, ele ainda não é meu, ele não pensa como se fosse meu, mas ele sabe que sou dele e eu sei que ele sabe"
   Foi de longe, meu surto mais verdadeiro, foram palavras inspiradas por uma imagem tal como a prosinha escrita para minha alma gêmea. Tive outros antes desses mas foram falados e perdidos no ar de muitos meses atrás. O próximo surto tinha sido de preocupação quando ele resolveu sumir por três horas a fim de espairecer por consequência de uma briga familiar, nunca antes estive tão nervosa por ver 1 hora da manhã no relógio. Um dia depois desse momento horrível sem saber onde ele estava e se estava seguro eu enviei para ele um áudio um pouco alterada pedindo por tudo que era mais sagrado pra ele nunca mais me fazer passar pelo horror do sumiço novamente.
     No dia 9 de Março desse ano, eu estava conversando com minha Lua justamente sobre ele, sobre como é incerto os sentimentos dele comigo, logo eu passo a declamar às 20:04, as seguintes palavras:
   "Não dá pra aguentar isso! Eu quero gritar na cara dele que eu o amo, eu quero fazer dele meu! Eu quero que a imagem dele de calça e avental tomando conhaque enquanto frita batatas pra gente seja só minha, eu quero ser a única garota que já o assistiu tirar a barba e cortar o cabelo"
   Dias depois seguimos a conversa discutindo mais sobre o jeito dele comigo, de como eu tinha entendido de vez a forma dos sentimentos dele para comigo. Seja ele um tanto protetor autoritário, seja então esse jeito de implicar com toda mania minha de auto sabotagem, todas essas manias dele de cuidar de mim de um jeito mais bruto sendo rude com essas minhas manias que me prejudicam de certa forma, tudo isso foi entendido dias depois da conversa referente as minhas dúvidas em relação à nossa dinâmica.
   Meu surto seguinte, vamos chamar de surto da madrugada parte 2, deu-se pela saudade, semanas que não o via e essa última vez tinha sido tão pouco, tão rápido que pouco deu para abafar a saudade dele. Portanto, no dia 13 de Maio por volta das 2 da manhã, eu escrevi nas mensagens para ele e (antes de apagar ) logo transferi para as minhas anotações, o seguinte:
   "Você não tem nem ideia do quanto eu te amo né? Não tem ideia do quanto eu preciso de você e do quanto eu quero ter você. Eu adoro dizer o quanto você é perfeito pra mim, porque você é complicado, teimoso, determinado, insistente, persuasivo, tem uma personalidade autoritária e dominante e acima de tudo, você é uma criança muito esquisita e boba. Tem um papo incrível, piadas maravilhosas, quase os mesmos ideais morais que os meus, e tem coisas opostas a minha personalidade que me deixam intrigada demais. Sua força energética funciona como um imã para a minha, suas babaquices funcionam como um gatilho pra minha excrotisse e sua risada e felicidade funcionam como uma injeção de dopamina e seretonina em mim. Ah, seu filho de uma puta, se você soubesse o quão lindo fica me explicando algo, ou trabalhando em algo, ou cozinhando, puta merda como eu amo te ver cozinhar, se soubesse o quanto te acho lindo irritado, o quanto te acho lindo quando está com vergonha ou abobado, como acho perfeito você se posicionando, você me olhando, você tocando violão e guitarra, sim eu tenho ciúmes das suas bixinhas mas você fica mais lindo ainda cuidando delas, meu caralhinho de asas que quase me infartou quando impôs autoridade sobre as minhas irmãs, ou sobre mim, porra você me dominando, mandando em mim, cuidando de mim do seu jeitinho bruto. Por Deus, como eu queria ser a mulher da sua vida, como eu queria poder ser a mulher que vai cuidar de você e ser cuidada por você, como eu queria ser a sua mulher, como eu queria que fosse meu e somente meu. Eu aprenderia a passar roupa só pra ter o prazer de acordar às 4 pra passar sua roupa e te ver saindo pro trabalho, teria o prazer de te acompanhar em cada loucura se prometesse me acompanhar nas minhas, eu até deixaria meu corpo todo fudido pra dar à luz uma filha sua, eu seria sua... até meu último suspiro. Na verdade, mesmo que não sejamos um casal nunca ou mesmo que fiquemos afastados, você sempre será o meu dominador e eu serei SIM a sua... até o meu último suspiro. Eu te amo eu te amo eu te amo e não sei como te explicar que meu amor por você é maior que a expansão espacial, eu realmente espero que sejam só hormônios o que eu sinto por você mas se não for, ficarei honrada de ter a dor de te amar e te apoiar até eu tomar coragem de me mandar daqui. Obrigada por absolutamente tudo que um dia me fez, eu te amo meu eterno príncipe Philip, eu te amo daqui até a galáxia mais distante 128827473x, você é quem me destroçou emocionalmente e fisicamente, e por isso eu vou sempre te amar, seja como amiga, prima, baby, estranha com memórias, seja como for eu te amarei pra sempre!"
   Este fez-se mais agressivo e em pior condição, com choro abafado, com o peito apertado e com uma vontade de me deitar em seu peito aceitando caso isso fosse algum defeito (entende-se por isso uma péssima referência a música "Tudo Bem" do Lulu Santos). Mal tive tempo de deixar esfriar essa carta amorosa e um mês depois me ofereci para compor uma música para um amigo, logo tive então duas pequenas composições que eu não chamaria de música e sim de duas prosinhas, cada qual em uma data não lembrada por mim, porém acredito a primeira ter sido entre às 8 e 9 da manhã do dia 2 de Julho.
   A primeira prosinha fez-se então assim:
                                "Promessas
Cada detalhe esculpido por gregos
Até a ponta de seus dedos

Pois é seu abraço que me conforta
É seu olhar que me transforma
E é sua boca que me destroça

Sua perfeição completa a minha
Sua loucura não me deixa sozinha
Fomos feitos pra não ser dois

Então só explica a minha epifania
Não serei eu a sua rainha
A deusa que você vai adorar

Meu completo absurdo
Me abdico de tudo
Só pra ser sua

Mesmo que te odiando
Eu sigo te amando e não largo a fissura

Pode ao menos me olhar
Quando for outra no altar
Ou quando sua filha te perguntar
Quem foi a primeira a te amar

Sei que não me ama como eu te quero
Sei que não me quer enquanto eu te espero
Mas eu sei quem te fez duvidar dos seus            próprios aspectos

Peço então, não me esqueça
Do mesmo fácil que me deixa
Do mesmo fácil que me beija
Apenas lembre o dia cuja promessa foi de me amar!"

     O segundo feito talvez duas semanas depois foi de certo mais agressivo e expressivo, tal como:
                                "Meu descaso
Um passo, um abraço
Um toque, eu me desfaço
Um beijo, um descaso
Nessa voz eu me acho

No seu grito eu me encaixo
No esporro eu paro
Foi só assim para eu entender
Que meu desejo era ter você

Então liga, diga, me sinta, me inspira a querer mais
Me prove, me esnobe, me xinga, me excita, atente a minha paz

Eu sou seu caso complicado
Um fato maltratado
Somos um vaso quebrado
Sem jeito e sem reparo

Suas promessas desfeitas
Meu amor que floresça
Talvez assim eu cresça
E perca a decência

Então grita, minta, me irrita até cansar.
Me acalme, me adore e faça dos seus braços o meu lar!

Eu só espero que no final do dia
Talvez um sonho me diga
Me tire a fadiga
E não vou me importar

Que quanto mais ao tempo
Vendo o relento
Eu não mais tento
Ter o seu amor"

O próximo deu-se este livro, o meu prólogo contendo a data e todas as explicações possíveis de qual foi o ímpeto para este escrever. Após todo esse tempo, tive então meu último, ou melhor, o meu mais recente surto. Não este de amor e nem de saudade, talvez seja também de saudade, mas foi de proteção. As minhas palavras buscavam somente proteção. Cheguei a enviar a mensagem, todavia, apaguei. Antes eu obviamente transferi para as anotações, e o contexto dessa minha necessidade de um abraço seguro foi: um momento tremendamente deslocado da minha vida, eu estava me sentindo longe de tudo aquilo que regia minhas mais puras nuances, estava com saudade de casa, dos meus amigos, da minha antiga escola, dos meus professores e da aluna que eu costumava ser. Estava odiando cada momento passado no mesmo lugar onde escrevo agora, odiando essa escola e odiando a minha participação, o jeito que eu não estou confortável em levantar e expressar minha opinião, dado as minhas faculdades do dia 20/10, exatamente uma semana atrás, temos o último surto do capítulo:
  "Eu só queria dizer que te amo e que tô morrendo de saudade, e que tô sozinha e com medo e com frio. E eu não aguento mais essa sensação, eu queria um abraço, um daqueles que você me machuca, que eu fico sem respirar e quase quebra uma costela, eu só queria ouvir vc fazer "sss" no meu ouvido agora, ou um daqueles abraços que vc me deu quando eu não passei no IFES, eu só queria não estar sozinha agora"

Amor, café e outras drogas...Onde histórias criam vida. Descubra agora