12-Do sorriso fiz moradia.

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    Estamos em Novembro, quase nas festas de fim de ano, prometi a alguns amigos estar com eles no ano novo. Sabe o que isso significa? Falta um mês para Neônio e eu estarmos na mesma cidade, estarmos frente a frente e tornar a queimar novamente. Não só isso, menos de um mês para eu sentir o abraço dele me apertando até eu não conseguir respirar, um mês para eu mordê-lo atoa e fingir ciúmes da cadelinha dele.
Está chegando o momento de ser tomada pela risada e pela implicância, de estar inebriada no cheiro dele, de contar todas as fofocas da minha família para a mãe dele, está chegando o momento de deitar olhando para o tema infantil ainda pintado nas paredes do quarto dele, está chegando o dia de revê-lo.
Não só ele como meus outros amigos. Logo mais estarei no meu Estado natal e na cidade cuja moradia me fez nos últimos 10 anos, logo mais estarei rodeada daqueles que tanto gostam da minha companhia, tanto gostam de criar memórias malucas comigo, logo mais estarei criando mais piadas internas e formarei mais sorrisos em meu rosto que qualquer outra coisa.
Ah e falando em sorrisos, quantos sorrisos eu verei em um mês, quantas saudades estarei matando, quantas patuscadas iremos realizar e quantos chorões estarão frente a frente proferindo lindas palavras de amizade por tanto tempo longe. Só de imaginar o sorriso dele quando me vê após um certo tempo, meio reprimido, meio bobo, a voz esquisita quando ele me agarra repentinamente diminuindo a distância física e carinhosa de tanto tempo, esse sorriso é um dos quais eu estarei pensando dentro daquele ônibus por oito horas até chegar na pequenina cidade da Região dos Lagos.
Há tempos procuro achar esses sorrisos, essas alegrias, esses festejos por estarem comigo, pessoas cujo intuito é estar comigo do jeito que eu sou, com a minha personalidade estranha, com os meus problemas e com as minhas maluquices. São essas pessoas que há tempos procuro estar por perto, há tempos formei uma amizade concreta e verdadeira por meio somente de quem realmente somos e como nos portamos. São esses sorrisos abertos por me enxergarem ao longe chegando e aprontando em tempos de ano novo, são esses sorriso em postos de uma boa reunião calorosa e sentimental, são nesses sorrisos que eu acho o conforto e a segurança das minhas facetas, tal qual Neônio cujo sorriso faz-se minha casa mais bonita e semelhante, são nesses sorrisos que eu poderei ser a estranha maluca de sempre sem ser reprimida ou criticada a cada atitude minha.
    Querido leitor, se me acompanha até aqui já deve saber das minhas muitas nuances fora do comum esperado, principalmente, por exemplares de posse da razão. Aos olhos daqueles cujo gosto é o único bem visto, os meus sorrisos têm os piores motivos, os mais sem graça, os mais preocupantes e os que com certeza deveriam possuir um laudo psiquiátrico. Por isso são pra poucos os meus verdadeiros sentimentos, sejam de sangue ou uma família montada ao longo dos anos, meu afeto é tomado para um seleto grupo de honestas risadas e abraços.
    É prazeroso proporcionar a terceiros um maravilhoso tempo acerca de sua presença, é estonteante receber os elogios e as palavras de saudade vindas daqueles que eu realmente torno a afeição e o gosto. Compartilhar os receios, sonhos e devaneios é de melhor experiência para com aqueles em verdade e em puro conhecimento e aceitação dos esquisitos pesares vindos de ti. É para mim algo assim e eu desejo a qualquer um ter tais laços.  
    Por pouco e por tanto, tornei Neônio meu íntimo e meu primeiro em muitas coisas. Foi dos sorrisos em careta ou sorrisos felizes ou sorrisos em conforto, foi desse músculo facial em movimento curvado que enxerguei o vigor há tanto procurado, o semelhante, esse semblante tão autoexplicativo foi o suficiente para me encontrar em casa.
    Foi feito de antemão somente rindo com os olhos, um brilho, uma chama mais tarde encontrada, um esplendor. Ah sim sim! Tão esplêndido os nossos olhos se encontrando quando meros seres vivos sem ação cognitiva formada ou qualquer pensamento que seja, ou se reencontrando na idade das correrias e gritarias como principal objetivo de vida, ou em ocasionais encontros na idade dos descobrimentos mais... acentuados!
    Tão jovens e tão acolhedores um ao outro. Feitos confidentes dos segredos e desabafos um do outro, é nessa causa onde exprimo minha saudade e minha tão vontade de correr até aquela cidade, nessa causa procuro minha residência, nessa casualidade de contar tanto de tanto tornando a minha preocupação cuidar das suas feridas e tornando, para ele, a responsabilidade de ter comigo as besteiras consequentes  da minha única e pura vontade.
   Naquele cuidado foi feito um berço para uma criança pimpolha, foi feito um reino para uma princesa em fuga. Mas toda criança eventualmente zela seus responsáveis e toda princesa por mais rebelde que seja toma a parte de seu reino. Foi feito assim então, explicitamente ele quem cuida de mim, me toma nos braços e me conforta no sorriso, implicitamente é a minha ocasião de ter com ele os temores e horrores do seu cerne.
    Mesmo com a distância, para ele a localizado muda as coisas, dificulta, anula, mas não para mim, eu ainda tenho um forte para ficar de guarda, seja de longe ou na linha de frente. Deixo para ralhar frente a frente, junto do aninhamento de nossos corações batendo em conjunto. Faço ao longe somente alertas sobre tais comportamentos e ações, não deixo a casa bagunçada mesmo que fique muito tempo fora!
    Faço contagem regressiva, um dia por vez aguentando os diferentes, os insultos, a solidão, um dia de cada para viver no relento, sem rir, sem amar, sem abraçar. Para tanto, agora pouco, correr e me agarrar aos tantos brilhos e tantos risos de minhas residências fixas de muitos anos. Em pouco tempo estarei juntinho de quem juro amor, de quem prometo amizade, dos que confio e de familiares ruas, rostos, esboços. Em pouco tempo estarei junto de Neônio e também da minha tia favorita, do meu amigo portador dos segredos tão mais meus e que nem eu conheço, da minha amiga de 8 anos em amizade, de meu melhor amigo de 10 anos em amizade, enfim, logo estarei passeando pelas praias de Arraial do Cabo entoando caóticas conversas junto dos meus.
    E tratando-se de pouco tempo, tomo esse finalzinho de capítulo para contar uma boa nova. Em alguns dirias estarei em São Paulo visitando minha alma gêmea, visitando a minha lua e correndo pelas ruas paulistas na companhia de quem o universo conspirou para ser a mulher da minha vida. Faz três anos desde a última vez juntas, então teremos uma semana para recuperar o tempo físico perdido já que temos contato por telefone frequente.
   A ansiedade não cabe em mim, as malas já estão a postos, a barriga já começa a formigar e todo o meu pensamento está voltado na sensação de mergulhar no sorriso dela quando nos encontrarmos, vamos dormir de conchinha e isso se formos capazes de deixar-nos adormecer, teremos o melhor tempo possível e juntas, bem juntas, sem desgrudar por um único minuto. Seremos Sol e Lua em um eclipse total!
    Só queria compartilhar essa perfeita informação, já se faz a essa hora o leitor bem próximo de toda a minha vida, todo o meu âmago e sentimento, pois bem então exprimo a minha maior felicidade do tempo de encontrar com quem não encontro faz mais de tempos e mais de dores e corações apertados por não poder deitar o abraço e o riso por perto, então temos aqui mais um sorriso dono do meu lar no qual estarei determinada a aproveitar seja quantos forem os minutos passados juntos só que este na sexta, e não em um mês, este se faz mais rápido e quem sabe até mais importante. Não diminui a minha vontade pelos outros sorrisos, não não, mas este sorriso se faz recluso de brilhar aos meus olhos em muito mais tempo que os outros.
     Então que faça assim, que o tempo passe depressa e bem depressa a ponto de logo eu ter encontrado meus sorrisos preferidos, minhas risadas mais escandalosas e os abraços mais apertados. Que venha o choro de felicidade, que diminua a distância dos meus lares mais doces e semelhantes, que me tenham as mordidas e beijos por todos aqueles que amo ou nutro carinho, que me façam em casa!

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