Atento contar o mais detalhado possível autorizado da nossa dinâmica, de como trabalhamos juntos, como verdadeiramente é a natureza da nossa relação. Venho sujeitar-me a talvez uma não compreensão do porquê o amo e ainda não retive-me de sentimentos para com ele. Bem provavelmente, caro leitor, tenha uma má impressão da gente, ou de mim, ou somente dele e me considere tola e criança, apenas uma criança enganada e brincando de amar. Defendo de cara a minha lucidez com todas as atitudes de Neônio, defendo meus sentimentos e até os dele, mesmo que estes sejam ocultos à nossa visão.
Defendo este capítulo com um único argumento: este livro apresenta a minha visão dos fatos, prometi no prólogo a não criar uma versão e sim a minha visão, como a história é apresentada para mim e não como eu absorvo a mesma. Portanto, eu absorvi e passo à frente a história como ela é e como ela está! Poderia descartar esse capítulo agora mesmo para todos pensarem no príncipe que ele é ou poderia ser na minha mente, mas não vou, seria mentir. De príncipe ele não tem nada, se for da realeza então lembre-se do absolutismo, da monarquia pesada e dos problemas que consigo vinham!
Tomo também partido da parcial sinceridade dele comigo, não fui enganada ou iludida em nenhum momento, estive sempre a par das intenções dele comigo e dos métodos utilizados. Vamos então falar das maneiras horrorosas dele que chega a ser um repúdio, entretanto não julgo por diversos motivos que eu citarei posteriormente.
Neônio costuma ser ilusório como todo adolescente de praxe. Quem nunca demonstrou um interesse além do que realmente tinha, atire agora a primeira pedra e tenha total razão em julgar. Em certas ocasiões já chegou de usar dessa prática usada em uma pra tomar outra. Explico melhor, neônio contou pra fulaninha que estava com ciclaninha só por estar mas que fulaninha era quem ele realmente queria. Um mau caratismo que só, não fecho os olhos pra tal, porém não cabe a mim repreender essas atitudes.
Acredito no amadurecimento da idade e talvez Neônio deixe em algum momento pra trás essas atitudes, acredito até que essa última ele já tenha superado, entretanto, a prática de apresentar-se mais interessado do que realmente está pode acontecer ainda no intuito de ter mais beliscos e piscadelas para com a meninas atraídas. Ou em outras palavras, mais beijos franceses com suas respectivas ficantes, e caso ainda use das artimanhas da rivalidade feminina e da competição pra atraí-las, terei eu mesma de esfaquea-lo mais uma vez!
Ah sim, dei-lhe uma facada na mão uma vez, nada sério, na verdade era uma adaga cega. Mal chegou a perfurar-lhe a pele e foi super sem querer, nem se eu quisesse tanto teria chegado a tal.
Partimos do ponto no qual você conhece a natureza galanteadora dele e então vamos ao ponto no qual começamos a nos galantear pra valer e não só por amizade. O momento referido anteriormente como a vez que nos provamos. Não teve um flerte, não teve muita conversa, não teve o papo furado que eu não tenho paciência e nem capacidade de alimentar, teve somente nossas vontades com as cartas na mesa e dois jogadores árduos as acatando.
Conversamos somente sobre o consentimento em si, sobre a minha vontade de ter os lábios dele nos meus, seguimos então sem flerte, sem ilusões e só ações. Desde o primeiro beijo estivemos cientes dos outros interesses um do outro, das pessoas cujos flertes eram direcionados. Nossas juras de amor foram entregues pela sinceridade, pela abertura um com o outro, por isso encho tanto o peito para dizer da nossa intimidade. Não escondo o desconforto dessas informações mas ainda assim as compartilhamos sem mistérios.
Também exponho o nosso carinho violento, não somos pessoas de muitos apetrechos fofinhos um com o outro. Somos rudes, nos xingamos, tomamos a nos agredir levemente e somos críticos sem qualquer repreensão. Temos o costume da fofura só pessoalmente e dura só em momentos específicos como na hora de dormir, elogios não são tão requeridos e nosso carinho é diferente, é de morder, de implicar, de poder ser quem realmente é sem pisar em ovos, é poder falar o que pensa sem medo do julgamento e mesmo que julgue, é um sincero e grandíssimo foda-se!
Lado a lado nos divertimos como podemos, conversamos a vontade emendando os assuntos sem terminar o assunto inicial, passamos ótimas horas muito bem aproveitadas. Mas eu moro distante, moro agora em outro estado, poucas vezes nos vimos esse ano, se não fosse pelo mês de fevereiro que eu passei quase inteiro na casa dele, pouquíssimo tempo teríamos esse ano.
E mesmo distante mantemos nossos jeitos diferentes de demonstrar. Não somos de falar o tempo todo ou toda hora, chegamos a ficar dias sem trocar uma mensagem ou só trocando os memes. Por mensagem as conversas não são duradouras e eu acho isso maravilhoso pois tampouco tenho paciência para conversar por mensagem.
Brigamos, discutimos e quase nunca é sério. As brigas físicas são mais constantes e quem vê de fora e não entende, estranha muito. Cansei de ouvir de terceiros sobre o jeito que ele me trata sendo que é assim que somos, sobre as agressões sendo que todas são consentidas, sobre as grosserias sendo que o dia que ele parar ai sim eu estranharia. Eu sou grossa com ele também, tendo a agredi-lo mais vezes ainda e julgaria horrível se isso acabasse um dia. Nossa dinâmica é essa, funcionamos não no amor e sim na naturalidade. Verdadeiros e expressivos, sem receio do outro estranhar.
Dos pouquíssimos assuntos que privamos do compartilhamento são tao necessários e mesmo assim é tudo questão de conversa. Desde que eu pergunte ou ele pergunte, contamos tudo sem omitir nada. Se existe alguma desavença, dúvida, vergonha ou até mesmo qualquer que seja a questão, tudo e eu digo tudo mesmo, é resolvido conversando e expondo a tal questão.
Então vem a dúvida, tanto minha, quanto sua, quanto de minha melhor amiga/alma gêmea. Se todas as nossas questões são resolvidas conversando, por que eu ainda não conversei sobre o que sinto com ele?
Pois atualmente eu tenho a resposta dessa pergunta, se me fizessem essa mesma pergunta há alguns meses atrás como fizeram eu responderia por receio, mas hoje em dia eu digo que é porque eu não tenho a conversa.
Qual seria exatamente a conversa? Sobre meus sentimentos? Os mesmos que eu explico neste livro? Pois eu ainda estou procurando a melhor forma de explicá-los. Eu o quero como parceiro de vida mas não o quero como parceiro de vida agora por consequência das idades, eu o quero pra mim mas sei que se ele não quiser nada posso fazer, e eu não sei se sinto pra sempre ou se algum dia irei de enfezar dos seus defeitos e jeitos e me afastar de vez, ou se só o afastamento irá acontecer.
Creio mais na última alternativa, vou amá-lo e ainda assim estarei em um outro segmento da vida. Até amarei novamente nessa mesma intensidade só que não será ele, será outro homem que me fará sentir ou o mesmo ou diferente, mas me fará sentir! Não existe uma urgência de expor meu amor para com ele, pois de nada será feito no momento, quem sabe no futuro eu tenha com ele novamente, e diga em alto e bom tom todos os dizeres proferidos agora a quem lê meu livro.
Mas não pense nem sequer por um momento que me retenho de demonstrar meu amor. Nos nossos momentos eu não escondo ou omito a minha preocupação, a minha vontade e os meus amores por Neônio, só não tem a profundidade explícita, acredito até que Neônio só vê o que qualquer outro adulto enxerga nesse amor, um amorico, algo passageiro e sem importância, e não como meus amigos veêm, ou como eu o tenho, ou como até quem sabe você já tenha tomado partido de enxergar, algo verdadeiramente sentimental, que o amor infantil realmente existe em proporções plausíveis e não são fáceis de descartar e desimportantes.
Acredito fielmente que Neônio só vê o amor de amizade mantido entre a gente e não como eu exprimo por meio deste, talvez então seja melhor assim. Deixe-mos aproveitar a vida jovem, deixe-mos Neônio me aproveitar nessa vida jovem e outras também, vivendo sem saber que aqui tens um amor não antes tido por ninguém romanticamente, tido somente na mesma profundidade para com a minha alma gêmea, que não é ninguém menos que o astro mais bonito de admirar-se! Deixe assim, deixe-nos funcionar de modo tão desigual, tão único e tão... abuso dizer puro.
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Amor, café e outras drogas...
RomanceSabe quando um elemento químico é tão perfeito ao ponto de já ter os oito elétrons na camada de valência? Então, é o caso de Neônio, um gás nobre utilizado como apelido para a pessoa da qual existência na minha vida causou uma injeção forte de ocito...