009

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Bárbara narrando

Eu do jeito que estava, continuei. Só olhando a mulher de cabelos longos, morena, e bem bonita, brigar com o Coringa, que falava no radinho, dando ordem pra não sei quem bater no namorado dela.

Coringa: Cala a boca, porra. A menina veio correndo atrás de mim, ela é uma criança caralho.

Melissa: Custava me ligar pra dizer o que tava acontecendo? Eu não sabia de nada, Coringa. Eu só fui no mercado, comprar umas coisas pra ela, quando voltei a menina tinha sumido, nem vizinho tinha visto.

Coringa: Eu já disse o que sobre tu ficar colocando qualquer um dentro de casa? Desgraça, tu tem a porra da noção de que esse filho da puta pode fazer alguma merda com ela, tu dá confiança demais.

Amanda: Me tira daqui... — falou, olhando pra mim e se encolhendo no sofá.

Eu nem sabia oque falar, e muito menos oque fazer. Era assunto deles, e eu não podia me intrometer.

Melissa: Ele pode ter falado brincado, você sabe como é criança.

Coringa: Ele também te bate brincando, ou como é?

Melissa: Você não tem mais nada com a minha vida, me deixa.

Amanda continuou calada, e a mulher me olhou.

Melissa: E ela, quem é?

Coringa: Tu não tem nada com a minha vida.

Melissa: Cuidado, tá? Coringa não é quem você pensa que é.

A porta foi aberta, a Carol entrou conversando com o Bak, e os dois olharam pra gente, quando percebem que o ambiente não tava muito agradável.

Carolina: Tão em um velório é gente?

Gabriel: O bagulho tá sério mermo.

Melissa: Meu amor.. — olhei ela passar a mão no rosto da Amanda. — Você sabe que a mamãe te ama, não sabe? Então você tem que contar as coisas, fugir de mim não vai adiantar.

Amanda: Por que você deixa ele te machucar? — perguntou tristinha, e eu me levantei, saindo de perto.

Melissa: Carol, vamos?

Coringa: Bak leva vocês.

Gabriel: Tem que pagar, não tem nada de graça aqui não

Bárbara: A Carol paga, com um beijo ou sei lá.

Carolina: Não achei minha boca no lixo. — fez cara de nojo.

Coringa: Quem tava quase se comendo esses dias?

Bárbara: Desculpa me intrometer, mas quando você for brigar com a mãe da sua filha, pelo menos faça isso longe da Amanda. Ela é apenas uma criança,e ela fica toda tristinha quando vê vocês bringando. — falei com o Coringa.

Nós saímos e Coringa deu a chave do carro pro Bak e ele foi levar a gente. O caminho todo de discussão, porque a Carol ligava o som, mas o Bak desligava, dizendo que ele tava indo pra casa, e não pra uma festa, e ainda reclamava que tava com dor de cabeça.

Coringa narrando

Angelica: Já chega vocês dois? Discutir só vai fazer a minha neta sentir mais medo. Melissa, ela tá com medo, e como mãe você deveria colocar sua filha acima de qualquer outra pessoa. Então por enquanto ela vai ficar aqui, e quando o Victor estiver no trabalho eu cuido dela. Você vai ter tempo pra dar um fim nesse seu namoro, e depois a Mandinha volta a morar com você.

Melissa: Eu não aguento ficar sem ela.

Coringa: Larga de show, tu pode vim ver ela todos os dias se quiser, mas minha filha não entra naquela casa enquanto ele tiver lá dentro..— apontei.

Amanda: Pai, você tem que proteger a minha mãe, não pode deixar ele machucar ela, deixa a minha mãe morar aqui.

Coringa: O que eu já te disse sobre isso, Amanda?

Amanda: Mas minha mãe vai ficar sozinha?

Coringa: Cada um faz a sua própria escolha, Amanda. Tua mãe escolheu isso, e se ela não quer ajuda eu não posso fazer nada.

Angelica: Tá vendo, menina? O quando isso faz tua filha sofrer, se afasta logo desse homem.

Coringa: Tu decide, ou ele, ou a tua filha.

Melissa: Vocês sabem que eu escolheria minha filha mil vezes, então parem.

Coringa: Como tu tem a porra da coragem de deixar ele te bater na frente dela? Em, caralho.

Melissa: Eu não deixo, nunca deixei. Eu tava de costas, e ele chegou puxando meu cabelo pra trás. Você acha que eu deixaria minha filha ver a parte pior?

Angelica: Deus, coloca juízo na cabeça dessa criatura.

Coringa: Amanda, vai pro quarto. — ela negou com a cabeça. — Anda, não vou falar de novo.

Ela olhou pra mãe que balançou a cabeça, e foi pro quarto correndo.

Coringa: A escolha é tua, se tu quiser eu mando apagar agora. E é sem falha, só depende de tu.

Melissa: Não precisa disso, eu vou terminar, já é o suficiente.

Angelica: E você acha que um homem assim vai te deixar sair do nada?

Coringa: Tá vendo né? Depois não fala que não teve ajuda, e os caralho todo. Se fode quem quer, porque opção é chance todo mundo tem.

Melissa: Você sabe que já fez o mesmo comigo, não tem o porque disso.

Coringa: Eu já te bati na frente da Amanda?

Angelica: Você sabe oque faz, a vida é sua. Se for se afundar, desça sozinha, porque se depender de mim e do meu filho, a Amanda não vai ver mais nada daquilo.

Ela só balançou a cabeça indo pro quarto falar com a Amanda, e o Bak voltou.

Coringa: Preciso de tu sete horas, beleza?

Gabriel: De boa, carregamento veio faltando, o que pegou?

Coringa: Mais da metade foi pra outra favela, mas isso já tá sendo resolvido.

Ele balançou a cabeça indo pra fora, minha coroa veio me abraçar, e depois saiu, junto com a Melissa.

Amanda: Pai, eu tô com fome.

Coringa: Quer miojo?

Amanda: Isso não enche a minha barriga. — fez careta. — Eu quero batata frita, e hambúrguer.

Coringa: Só porque tu escolheu ficar com o papai. — a sorriu, sapeca.

Quando o lanche chegou, comi junto com ela, e depois fui levar a cria pra casa da minha mãe, porque eu tinha que ficar na noite, já cheguei indo buscar os papo pra saber o que tinham feito com o cuzão lá.

─✧ Continua.

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