Bárbara narrando
Eu do jeito que estava, continuei. Só olhando a mulher de cabelos longos, morena, e bem bonita, brigar com o Coringa, que falava no radinho, dando ordem pra não sei quem bater no namorado dela.
Coringa: Cala a boca, porra. A menina veio correndo atrás de mim, ela é uma criança caralho.
Melissa: Custava me ligar pra dizer o que tava acontecendo? Eu não sabia de nada, Coringa. Eu só fui no mercado, comprar umas coisas pra ela, quando voltei a menina tinha sumido, nem vizinho tinha visto.
Coringa: Eu já disse o que sobre tu ficar colocando qualquer um dentro de casa? Desgraça, tu tem a porra da noção de que esse filho da puta pode fazer alguma merda com ela, tu dá confiança demais.
Amanda: Me tira daqui... — falou, olhando pra mim e se encolhendo no sofá.
Eu nem sabia oque falar, e muito menos oque fazer. Era assunto deles, e eu não podia me intrometer.
Melissa: Ele pode ter falado brincado, você sabe como é criança.
Coringa: Ele também te bate brincando, ou como é?
Melissa: Você não tem mais nada com a minha vida, me deixa.
Amanda continuou calada, e a mulher me olhou.
Melissa: E ela, quem é?
Coringa: Tu não tem nada com a minha vida.
Melissa: Cuidado, tá? Coringa não é quem você pensa que é.
A porta foi aberta, a Carol entrou conversando com o Bak, e os dois olharam pra gente, quando percebem que o ambiente não tava muito agradável.
Carolina: Tão em um velório é gente?
Gabriel: O bagulho tá sério mermo.
Melissa: Meu amor.. — olhei ela passar a mão no rosto da Amanda. — Você sabe que a mamãe te ama, não sabe? Então você tem que contar as coisas, fugir de mim não vai adiantar.
Amanda: Por que você deixa ele te machucar? — perguntou tristinha, e eu me levantei, saindo de perto.
Melissa: Carol, vamos?
Coringa: Bak leva vocês.
Gabriel: Tem que pagar, não tem nada de graça aqui não
Bárbara: A Carol paga, com um beijo ou sei lá.
Carolina: Não achei minha boca no lixo. — fez cara de nojo.
Coringa: Quem tava quase se comendo esses dias?
Bárbara: Desculpa me intrometer, mas quando você for brigar com a mãe da sua filha, pelo menos faça isso longe da Amanda. Ela é apenas uma criança,e ela fica toda tristinha quando vê vocês bringando. — falei com o Coringa.
Nós saímos e Coringa deu a chave do carro pro Bak e ele foi levar a gente. O caminho todo de discussão, porque a Carol ligava o som, mas o Bak desligava, dizendo que ele tava indo pra casa, e não pra uma festa, e ainda reclamava que tava com dor de cabeça.
Coringa narrando
Angelica: Já chega vocês dois? Discutir só vai fazer a minha neta sentir mais medo. Melissa, ela tá com medo, e como mãe você deveria colocar sua filha acima de qualquer outra pessoa. Então por enquanto ela vai ficar aqui, e quando o Victor estiver no trabalho eu cuido dela. Você vai ter tempo pra dar um fim nesse seu namoro, e depois a Mandinha volta a morar com você.
Melissa: Eu não aguento ficar sem ela.
Coringa: Larga de show, tu pode vim ver ela todos os dias se quiser, mas minha filha não entra naquela casa enquanto ele tiver lá dentro..— apontei.
Amanda: Pai, você tem que proteger a minha mãe, não pode deixar ele machucar ela, deixa a minha mãe morar aqui.
Coringa: O que eu já te disse sobre isso, Amanda?
Amanda: Mas minha mãe vai ficar sozinha?
Coringa: Cada um faz a sua própria escolha, Amanda. Tua mãe escolheu isso, e se ela não quer ajuda eu não posso fazer nada.
Angelica: Tá vendo, menina? O quando isso faz tua filha sofrer, se afasta logo desse homem.
Coringa: Tu decide, ou ele, ou a tua filha.
Melissa: Vocês sabem que eu escolheria minha filha mil vezes, então parem.
Coringa: Como tu tem a porra da coragem de deixar ele te bater na frente dela? Em, caralho.
Melissa: Eu não deixo, nunca deixei. Eu tava de costas, e ele chegou puxando meu cabelo pra trás. Você acha que eu deixaria minha filha ver a parte pior?
Angelica: Deus, coloca juízo na cabeça dessa criatura.
Coringa: Amanda, vai pro quarto. — ela negou com a cabeça. — Anda, não vou falar de novo.
Ela olhou pra mãe que balançou a cabeça, e foi pro quarto correndo.
Coringa: A escolha é tua, se tu quiser eu mando apagar agora. E é sem falha, só depende de tu.
Melissa: Não precisa disso, eu vou terminar, já é o suficiente.
Angelica: E você acha que um homem assim vai te deixar sair do nada?
Coringa: Tá vendo né? Depois não fala que não teve ajuda, e os caralho todo. Se fode quem quer, porque opção é chance todo mundo tem.
Melissa: Você sabe que já fez o mesmo comigo, não tem o porque disso.
Coringa: Eu já te bati na frente da Amanda?
Angelica: Você sabe oque faz, a vida é sua. Se for se afundar, desça sozinha, porque se depender de mim e do meu filho, a Amanda não vai ver mais nada daquilo.
Ela só balançou a cabeça indo pro quarto falar com a Amanda, e o Bak voltou.
Coringa: Preciso de tu sete horas, beleza?
Gabriel: De boa, carregamento veio faltando, o que pegou?
Coringa: Mais da metade foi pra outra favela, mas isso já tá sendo resolvido.
Ele balançou a cabeça indo pra fora, minha coroa veio me abraçar, e depois saiu, junto com a Melissa.
Amanda: Pai, eu tô com fome.
Coringa: Quer miojo?
Amanda: Isso não enche a minha barriga. — fez careta. — Eu quero batata frita, e hambúrguer.
Coringa: Só porque tu escolheu ficar com o papai. — a sorriu, sapeca.
Quando o lanche chegou, comi junto com ela, e depois fui levar a cria pra casa da minha mãe, porque eu tinha que ficar na noite, já cheguei indo buscar os papo pra saber o que tinham feito com o cuzão lá.
─✧ Continua.
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leal
FanfictionSinopse. 🦋 Essa poderia ser só mais uma daquelas histórias de um menina chata, que mora em um apartamento no asfalto e é mimada pelos pais, mas não. Bárbara Passos, uma mulher de vinte e dois anos, formada em arquitetura e urbanismo está de volta...