(...) 4 dias.Victor narrando
Eu tava cansadão, mas a cria não parava quieta, o que já tava me deixando estressado pra caralho.
Coringa: Amanda, senta nessa porra aí caralho dos inferno.
Amanda: Pai, eu quero sair... — sentou, ainda tomando o sorvete.
Coringa: Pede pra tua mãe te levar.
Amanda: Mas você nunca sai comigo! — fez biquinho. — Primeiro que você ficou muito tempo sem me ver
Coringa: Eu tô aqui, num tô?
Amanda: Eu queira ir no cinema, como todo mundo, mas em todo lugar tem esses homens me olhando, minha mãe disse que é pra minha segurança, mas eu não gosto.
Coringa: Tu tem que entender que eu não posso ficar botando as cara em todo canto, e os nego que fica no teu pé, é pra te proteger.
Amanda: Mas eu tô feliz que você tá aqui.
Coringa: Fiquei sabendo que tu tava tarando os vapor daqui, qual é dessas fita aí Amanda? Tu tem nove anos porra.
Amanda: Pai, eu só perguntei se ele queria ir na sorveteria comigo.
Coringa: E o que mais?
Amanda: Ah, e eu falei que ele era bonito... — riu toda sem graça.
Coringa: Desse tamanho e já tá assim? Bagulho não funciona assim não viu.
Amanda: Eu já sou uma mocinha, minha mãe disse. E mocinhas namoram, né?
Coringa: Tá na Disney né? Nem saiu das fralda ainda, criança.
Amanda: Eu já sai sim. — a venenosa me deu língua. — E faz muuuito tempo.
Ela terminou de tomar o sorvete, fiquei mais um tempo com ela na praça. E depois levei ela pra cara, falei rápido com a Melissa, e piei pra casa da minha mãe, pra bater aquele rango bom.
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Bárbara: Hm, e você tá bem? (18:45)
Coringa: Tô de boa, tem rolê pra hoje? (18:46)
Bárbara: Não, você tem? (18:46)
Coringa: Cinema com a pirralha. (18:47)
Bárbara: Ah. (19:47)
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Minha mente tinha apertado pra caralho com oque a Amanda tinha falado. Se eu fiz esforço pra sair com a Bárbara, por que eu não faria com a minha filha?
Ela queria assistir o rei leão, então de boa, eu vou.
Bárbara tinha postado um status, eu respondi. Mas queria mesmo era chamar ela pra ir com a gente.
Não queria que a folgada achasse que eu tava querendo pegar ela, não sou oferecido, tem que deixar ela demonstrar o interesse.
Amanda: A bolsa rosa, ou roxa pai?
Parecia até uma adulta, querendo sair de bolsa e os caralho todo, tô fodido com essa mermo.
Coringa: As duas são feias, e aí? Como proceder? — ela me encarou cruzando os braços. — A rosa.
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Coringa: Você gosta de cinema? (19:45)
Bárbara: É um convite? Se for eu quero. (19:47)
Coringa: Eu nem chamei, oferecida pô. (19:47)
Bárbara: 👍🏻(19:47)
Coringa: Quer ir no cinema comigo e com a minha filha, Bárbara? (19:49)
Bárbara: Passa aqui em meia hora.(19:49)
Coringa: Blz. (19:50)
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Achei que a minha ia ser mó leiga com esse bagulho de dar confiança pra um bandido, principalmente por causa do Crusher e pá. Mas Ela tá sendo firmeza, e eu gosto da simplicidade, bagulho foda.
Barbara narrando
Coringa tinha ido comprar as pipocas, e eu estava sentada junto com a filha dele, que mexia na bolsa tirando várias coisas.
Bárbara: Você tem quantos anos?
Amanda: Eu tenho nove, você é a namorada do meu pai?
Bárbara: Não, seu pai é feio... — fiz careta.
Amanda: Eu gostei que você veio no cinema com a gente. Minha mãe diz que não posso falar com gente que ela não conhece, mas você é legal.
Ela voltou a olhar a bolsa, e eu olhei pra fila da pipoca, vendo que o Coringa já estava sendo atendido.
Em poucos minutos ele voltou, com dois baldes, um grande e o outro menor.
Coringa: Não tenho paciência pra essa porra de filme, mas vamo lá.
Amanda levantou animada saindo na frente, e a gente logo achou a sala, sentamos nas poltronas do meio, e antes mesmo do filme começar o Coringa já fazia cara de tédio.
Bárbara: Você é chato assim sempre, ou só as vezes?
Coringa: Eu só vim porque eu quase não saio com ela, mas eu não curto essas parada de filme. — olhou pra filha, que olhava pra frente concentrada.
Bárbara: Faz um esforço pelo menos.
Ele concordou com a cabeça olhando pra frente, e logo o filme começou.
Em pouco tempo depois ele tava risada com as cenas engraçadas, e eu também ria, só que da cara dele.
Ele se mexeu olhando pra frente, mas depois virou o rosto pra mim, colocando a mão na minha coxa.
Bárbara: Sem mão boba, por favor.
Coringa: Foi sem querer.
Bárbara: Uhum, tá.
...
O filme já tinha acabado, e eu estava morta de sono, quase caindo pro lado. Beatriz tava no banheiro, e nós estávamos na frente, esperando ela.
Bárbara: Percebi que você tem um ótima relação com a Amanda. — comentei, olhando pro lado. — E com a mãe dela?
Coringa: Na maioria das vezes é de boa, mas tem vezes que a doida se joga pra cima de mim. — riu. — Sabe como é mulher né? Não aguenta ver um cara com carro, moto e dinheiro que já quer, ela sabe que nós não dá certo, mas ela quer a fama.
Bárbara: Você fala no modo geral, e isso fica chato. Porque existe mulher que que trabalha pra ter o seu, e não fica dependendo de macho.
Coringa: Não é o teu caso né?
Bárbara: Como assim? — perguntei, não entendendo o que ele falou.
Coringa: Ah colé. Vai dizer que não tava com o outro lá por interesse, por amor que não era né. Mulher é tudo igual pô, só quer status e ser bancada
Olhei com nojo pra ele, e virei o rosto não acreditando que ele tinha falado aquilo pra mim.
Bárbara: Você conseguiu estragar a noite que até tava sendo legal. — olhei pra ele. — Isso foi escroto.
Ele deu de ombros virando o rosto, parecendo nem se importar pelo fato de que eu fiquei ofendida, por ele ter me chamado de interesseira.
Bárbara: Tchau, gatinha. — falei com a Amanda que estava saindo do banheiro, e ela saiu do banheiro, e ela sorriu pra mim.
Coringa: Eu te levo.
Bárbara: Não precisa, eu tenho dinheiro pra pagar um uber. — respondi grossa, e fui andando, pro lado oposto.
Olhei pro meu celular que marcava quase meia noite, e vi que tinha chegado mensagem dele, "não foi o que eu quis dizer". Ignorei aquilo, saindo do whats, e fui pedir meu uber, lembrando de tudo e sentindo ranço do Coringa.
─✧ Continua.
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leal
FanfictionSinopse. 🦋 Essa poderia ser só mais uma daquelas histórias de um menina chata, que mora em um apartamento no asfalto e é mimada pelos pais, mas não. Bárbara Passos, uma mulher de vinte e dois anos, formada em arquitetura e urbanismo está de volta...