Bárbara narrandoTava na sala vendo televisão até que escuto conversas, de longe. Vou na porta e vejo meu irmão subindo, com as meninas e o Coringa.
Só conseguia reparar no Coringa subindo, caralho viu, que homem lindo do cacete. Aquelas tatuagens, de colete e radinho na mão. Ô lá em casa!
Opa, vai virar maria bandido mesmo Bárbara? Tu tem que arrumar um cara direito. Mas na verdade nem de homem eu preciso, suave.
Voltei pro sofá, voltando a minha atenção a televisão. O Crusher e as meninas passaram pra cozinha e só um tempo depois eu fui perceber que o Coringa tava encostado na porta me encarando.
Bárbara: Ish, que foi?
Coringa: Tu é linda sabia?
Eu fiquei tão vermelha e nervosa que engasguei com a minha própria saliva.
Coringa: Ih carai, ficou em choque porque o gatão se elogiou?
Bárbara: Nossa se toca.
Coringa: Se toca o que? — ele segurou no meu braço e ficou me encarando um bom tempo.
Crusher: Tô atrapalhando?
Logo pensei, "vish, fudeu".
Quando o Crusher entrou na sala, o Coringa começou a gaguejar que não parava mais. Tava até engraçado.
Bárbara: É que eu ia cair e ele me segurou, só isso.
Coringa: É isso mermo, irmão!
Crusher: Hum, não quero ver vocês de ko não. Já disse que a minha irmã não é pro teu bico.
O Crusher sempre foi ignorante desse jeito. Me dá raiva ele ser protetor demais. Eu já disse que ele não manda em mim, e nem na minha vida. Eu já sou de maior a muito tempo e não preciso de ninguém no meu pé.
Mas por outro lado eu entendo ele. Nós sempre vimos o sofrimento da mãe com o pai. E ela sempre me disse pra que eu não me envolvesse com bandido, e nem pra que o Arthur vire um. Porque só iria dar problema pra gente no futuro.
Bárbara: Que saco em, queira que eu caísse e rachasse a cabeça? — digo nervosa e vou pra cozinha.
O Coringa sentou com ele no sofá e eles ficaram jogando vídeo game.
Eu sentei lá e fiquei olhando eles.
Coringa: Qual foi?
Bárbara: O dono e o sub jogando de boa um vídeo game e a favela fica a cuidados de quem?
Crusher: Ih, cala a boca matraca! — disse rindo.
Eu ri e fiquei mexendo no celular.
(...)
Hoje eu comecei a agilizar as coisas do meu trabalho. Semana que vem já vou começar a exercer e tô feliz demais, esse curso foi tão sofrido.
Enfim, Nobru me chamou pra dar uma volta e eu topei. Não sei qual a dele, mas ele parece ser um cara super gente boa, o tipo dele é massa. Além de ser um lindo.
Me arrumei e logo desci. Vi que o Nobru já havia chegado, e estava na sala junto com o meu irmão e o Coringa. Esse cara ainda tava aqui?!
Nobru: Uau, tá muito gosto... — encarei ele. — linda.. Muito linda. Vou chegar com essa gata e geral vai sentir inveja.
Crusher: Te cuida em Bárbara.
Coringa: Aproveitem bastante em. — diz com o braço apoiado no sofá e me encarando.
Bárbara: Pode deixar! — pisco pra ele e o mesmo sorri.
Dei risada e fechei a porta. Entrei no carro com o Nobru e quando chegamos lá era um baile, porém com menos gente do que aquele dia.
Nobru passou a mão pela minha cintura e falou no meu ouvido "relaxa, é só pra ninguém mexer com você."
Sorri e fui entrando com ele ouvindo várias cantadas que me faziam rir.
Nobru era um cara engraçado, me fez rir até. Dançamos e tudo mais, meu pés já não aguentavam. Fui no barzinho pedir uma água porque hoje não tava pra beber demais.
– Eai.
Bárbara: Cê tá me perseguindo?
Coringa: Ala, se achou.
Bárbara: Ah, beleza! — rio. — Tá sozinho?
Coringa: Eu nunca fico sozinha mina. — rio revirando os olhos. Esse menino consegue ser um puta ridículo. — Curte aí. — passa a mão na minha cintura e sai.
Como que esse cara brotou aqui assim? Do nada? Eu em.
Pego minha água e volto pra onde o Nobru estava. Nós ficamos mais um pouco e depois resolvemos ir embora.
Bárbara: Obrigada pela noite aí. — digo parando em frente à porta.
Nobru: Não foi nada gatinha, a gente se vê por aí. — dá um beijo no canto da minha boca.
Abro a porta bem de vagar, estava tudo escuro. Checo se não tem ninguém lá mesmo, porque aquele menino é tão insuportável e inconveniente, que brota nos lugares assim que você nem vê.
Vou pro meu quarto e só troco de roupa, deixo o banho pra amanhã. Deito e capoto.
Acordei com mó dor de cabeça, e olha que eu nem bebi muito. Levantei e fui pra cozinha, tomar café da manhã.
Hoje eu tava afim de ficar somente embaixo da coberta, vendo série, comendo besteira e dormindo.
Parece que o meu sono nunca passa, eu durmo muito tarde e acordo cedo demais.
Bárbara: Vamos ver um filme?
Carolina: Bora, mas e a comida?
Larissa: O mundo não vai se acabar em comida não, dragão.
Carolina: Vai tomar no seu cu, nega do pó.
Bárbara: Vou lá na cozinha pegar, vão escolhendo alguma coisa aí.
E assim elas fizeram, fui na cozinha, peguei algumas besteiras e voltei pro quarto.
Elas escolheram um filme de terror. Fechei as cortinas e começamos a assistir o filme.
(...)
Nós já tínhamos assistido mais da metade do filme quando a gente escuta a porta bater e passos lá em baixo.
Carolina: Que porra é essa gente?
Larissa: Não são os meninos não?
Bárbara: E eu sei? Vamos lá ver.
Nós três descemos, mas antes peguei uma cadeira que tava na minha penteadeira, a Carol pegou uma vassoura que tava no caminho, e a Lara foi atrás da gente, sem mada nas mãos.
Larissa: Quando eu disser já, vocês descem correndo e param no fim da escada.
E assim ela fez, no já eu e a Voltan descemos correndo a escada e quase caímos. Só paramos ao ouvir três risadas e uma delas eu conhecia.
Larissa: Caralho, vocês tem o que na cabeça?
Carolina: Vocês querem matar a gente né, merda?
Bárbara: Como vocês entram assim? Ainda bem que eu não tenho uma arma, se não era só pipoco em vocês.
Coringa: Bárbara, o que você ia fazer com uma cadeira? Isso não machuca ninguém.
Bárbara: É? Posso dar uma em você?
Carolina: O que vocês vieram fazer aqui?
Larissa: Com certeza não é ver você. — vai pra cozinha.
Carolina: Cala a boca.
O resto do dia foi bem inútil. Cumpri com as coisas que eu queria fazer, dormir e dormir.
Aproveitar meus últimos dias de folga da vida adulta.
─✧ Continua.
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leal
FanfictionSinopse. 🦋 Essa poderia ser só mais uma daquelas histórias de um menina chata, que mora em um apartamento no asfalto e é mimada pelos pais, mas não. Bárbara Passos, uma mulher de vinte e dois anos, formada em arquitetura e urbanismo está de volta...