002

2.1K 140 94
                                    

Victor narrando

Quando passou das meia noite eu já tava acordado, só pensando em como ia agarrar minha filha, sem querer soltar.

Achei que a arrombada da Bárbara fosse cair na minha. E não é que a desgraça não me atendeu mais?! Cuzona mermo.

Tava aqui me arriscando pra carai. Como ela mermo disse, por uma pessoa que eu nem conhecia, nem sabia das intenções.

Papo de doido, só que mesmo sem conhecer, eu botei a confiança. A mina tem jeito de ser certinha, mas ela não passou as fita pra ninguém.

Fiz minha oração rápida, e continuei na ativa. Na hora certa, dois verme vinha abrir a cela, tá ligado que o dinheiro com a postura né?

Liguei rápido pro Bak, ele deixou avisado que tava tudo no esquema, e eu continuei ali, contando os segundos pra sair daquele inferno.

(...)

Bárbara narrando

Larissa: Bom dia! — apareceu toda descabelada.

Achei que eu acordava pior, mas vendo a Lara, eu não achava mais isso.

Bárbara: Bom dia... — desejei, pegando um pão de queijo.

Ela andou em volta do balcão, pegou um prato na pia e depois voltou, sentando junto comigo.

Bárbara: Dormiu aqui foi nega do pó?

Larissa: Foi.

Bárbara: Na caminha do meu irmão é? — sorri, cerrando os olhos.

Larissa: Foi, mas ele não tava aqui.

Bárbara: Ele saiu ontem de madrugada e não voltou até agora?

Larissa: Sim, ele e o Bak. Foram fazer umas paradas aí, só não sei oque.

Bárbara: Entendi.

Lavei as coisas que tinha sujado, após o café da manhã. E a Bruna foi se arrumar.

Eu ainda tava conversando certinho com o meu irmão sobre descer pro asfalto pra ir trabalhar. De vez em quando tudo bem descer pra lá, mas todo dia já é arriscado.

Eu e as meninas descemos pro asfalto, só por hoje pra nos divertirmos no shopping. Os meninos não podem nem saber, se não vão ficar de chatisse na cabeça da gente, zero paciência.

Fizemos compras de maquiagem, roupa e tudo mais. Depois fomos embora, subindo aquele morro enorme, e atentas, porque ali brota pipoco do chão.

Chegamos em casa e nos sentamos no sofá, começamos a conversar e pá, até os meninos chegarem.

Bárbara: Ala, tem casa não? — digo pro Crusher que vem em minha direção.

Crusher: Tô aqui, não tô? — beija minha bochecha.

Gabriel: Tem comida nessa casa não tiw? — diz da cozinha.

Larissa: Tem arroz no pote, só pegar e fazer.

Os meninos pegam salgadinhos no armário e se sentaram na sala, junto a nós. Eles comeram, nós ficamos conversando e fazendo graça.

Crusher: Aí, se arrumem que hoje tem festa! — diz amassando o pacote de salgadinho.

Carolina: Qual a boa de hoje?

Larissa: Até parece que esse povo precisa de motivo pra fazer festa. É um "a", um baile novo.

Crusher: Coringa tá de volta. — se levanta e vai pra cozinha.

Carolina: Sérião? — erregala os olhos.

lealOnde histórias criam vida. Descubra agora