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Bárbara narrando

Abri os olhos e senti aquela dorzinha na vista, com a claridade.

Olhei pro lado, onde tinha um sofá, e o Coringa e o Arthur dormiam lá. A Carol dormia em uma cadeira e a Larissa na outra.

Sentei na cama e comecei a tirar todos aqueles fios de mim, aqueles do meu nariz e dos meus peitos.

Aquele cheiro de hospital tava me dando enjôo, tentei me levantar da cama pra ir ao banheiro vomitar eu levei um tombo, levando todos os fios e aparelhos comigo pro chão.

Crusher: O que que você tá fazendo?

Bárbara: Eu quero ir no banheiro.

Coringa: Coloca isso de novo. — disse colocando os fios em mim.

Bárbara: Tira a mão de mim, garoto!

Carolina: Calma Babi, ele só quer ajudar.

Bárbara: Eu não preciso, ele já pode sair daqui.

Crusher: Bárbara?

Bárbara: Algum problema?

Coringa: Jae, tô cambando. — disse com a voz fraquinha, meu deu dó. — Se precisar de algo, me liga mano.

Fez toque na mão do Arthur e saiu.

Crusher: O que te deu?

Bárbara: Não vou com a cada dele...

Crusher: Hum... Mas ainda bem que você acordou.

Bárbara: Alguém me atualiza, por favor.

Larissa: Você levou um tiro, amiga!

Crusher: Você quer sermão agora ou depois?

Bárbara: Se não fosse por mim, alguém de vocês já tava no caixão.

Crusher: Quem quase foi pro caixão foi tu, doida.

A enfermeira entrou bem nessa hora, expulsou todo mundo, me encheu de remédios e eu dormi o resto do dia.

Acordei com a Carol me levando comida.

Carolina: Amiga..

Bárbara: Hummm...

Carolina: Por que você tratou o Coringa daquele jeito?

Bárbara: Você sabe o porque. ELE ME CHAMOU DE EMILLY.

Carolina: Sua bobinha, você já sabia desde o início onde tava se metendo. Agora já era, você gosta dele.

Bárbara: Mas não é recíproco.

Carolina: Será mesmo? Ele ficou aqui desde a hora que você voltou da cirurgia. Ele abandonou o morro pra ficar aqui, ele não saiu do seu lado. Ele que te trouxe correndo pra cá, porque seu irmão mal conseguia dirigir... E tava cheio de água, naquele zoio dele.

Bárbara: Peguei pesado?

Coringa: Um pouco. — disse parado na porta.

Coringa narrando

Coringa: Você tá bem? — sento na ponta da cama.

Bárbara: Fica de boa, tô melhor. — sorri fraco. — Obrigada, por me ajudar. A gente vive brigando, mas você é até legal, as vezes.

Coringa: As vezes? Se liga, tu é chatona, me cansa demais... — me olhou, com cara de ofendida.

Bárbara: Você só tá acostumado com as meninas que fazem de tudo pra conseguir ficar com você, eu não sou assim, por isso você me acha chata, homem tóxico.

Coringa: As vezes a vida é mó injusta né?! Teve umas parada que aconteceu na minha vida, que eu fiquei pensando que só ia me foder na vida, só que as vezes mesmo tirando oque a gente gosta pra caralho, ela sempre coloca alguém melhor.

Bárbara: Tá vendo que você é fofo quando quer? — sorriu toda bobinha.

Coringa: Reflexão otária!

Bárbara: Eu deixei você entrar na minha vida, isso as vezes me deixava brava por me envolver com alguém tão diferente em algumas coisas, mas foi uma escolha boa vai. — eu ri.

Coringa: E eu não tô afim de sair, vai ter que me aturar.

Bárbara: Eu não quero que você saia. — olhei todo sem graça pra ela.

Primeira vez que uma mulher me deixava assim depois de muito tempo. Bagulho meloso do caralho.

Coringa: Foi mal, eu ramelei contigo.

Bárbara: Tudo bem, vou passar de novo. Me desculpa, por ter sido grossa com você.

Coringa: Nós tem uma conexão do caralho, Bárbara. Desde o dia da ligação, tu é foda demais. Fecha sempre que precisa, sabe mexer comigo, quer namorar comigo parça?

Bárbara: Namorar, Coringa? — riu.

Coringa: É tiw, namorar. Nós se curte a um tempo, mesma parada assim, tá ligada?

Bárbara: É que você fala se um jeito, e a gente tava bringado até uns minutos atrás. Nada romântico da sua parte me pedir em namoro em um hospital. — eu ri.

Coringa: É o que a genre quer, não é? – fez sim com a cabeça. — Então é um sim?

Eu me abaixei a ela e ela balançou a cabeça segurando meu rosto e eu beijei ela de vagar. Quando se tratava da Bárbara tudo mudava na minha mente.

Bárbara narrando

Eu fiquei aqui ontem o dia inteiro e hoje o meu irmão assinou as papeladas da alta.

Ele é a única pessoa que eu tenho pra essas coisas, se seila, um dia eu for presa, quem vai ter que me ajudar vai ser ele.

Vesti meu conjunto de moletom, o mais solto possível. A Lara me ajudou a pentear o cabelo e depois me ajudou a descer até o carro.

Essas meninas são firmeza demais, pra mim o verdadeiro significado da amizade, são elas. Desde de pequenas somos grudadinhas.

Bárbara: Você vai me levar pra minha casa, né?

Crusher: Não, você vai pra casa com a gente. Fica lá até tu melhorar.

Bárbara: E vocês foram pedir a minha licença? Ou eu vou ter que trabalhar assim?

Carolina: Óbvio que sim, Bárbara.

Bárbara: Nossa, até que vocês prestam pra fazer as coisas direito. — eles riem.

Chegamos em casa e as meninas me ajudaram a descer e ir até o sofá. Me sentei, elas colocaram almofadas nas minhas costas e um banco pra apoiar meus pés.

Bárbara: Quanto tempo eu vou ter que ficar assim em?

Larissa: Segundo a médica de 7 a 8 dias pra fechar esse treco aí.

...

Era umas 20:00 e só tinha restado eu e o Arthur na casa. Nós estávamos assistindo televisão e eu não estava aguentando mais ficar sentada naquele sofá. Minha bunda já tava quase fazendo parte dele.

Crusher: Você sabe que eu sei né?

Bárbara: Sabe o que? — olhei.

Crusher: Você e o Coringa.

Bárbara: Ah. — olhei pra frente, sem graça. — Se for começar com sermão, nem perde seu tempo.

Crusher: Você sabe onde tá se metendo né?

Bárbara: E você apoia?

Crusher: Sou obrigado a apoiar, pra sua felicidade. Mas o Coringa não é os carinha de conto de fadas não, ele é bandido e mentiroso.

Bárbara: Já escutei isso de todos vocês.

Crusher: Então, falta de aviso não foi. Mas como você já é adulta, sabe dos seus atos, né?!

Bárbara: Exatamente.

Crusher: Certo então.

─✧ Continua.
─✧ Maratona 2/5.

lealOnde histórias criam vida. Descubra agora