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Bárbara narrando

Terminei de almoçar, e já fui lavar a louça, porque hoje era o meu dia.

Coringa: Tá brava? — encostou do meu lado.

Bárbara: Eu deveria estar?

Coringa: Tu fica me encarando com essa cara aí, da até medo.

Bárbara: Não é nada, agora eu tenho que ficar rindo toda hora pra você, Victor?

Coringa: Ai porra. Cadê a Bárbara? Tu só pode tá possuída, chata pra caralho, se fuder... — falou boladinho, me fazendo dar risada.

Bárbara: Tá carente, gatinho?

Coringa: Achei que eu já tinha feito merda, porque é sempre assim. Eu faço tanta merda, que as vezes eu nem lembro que eu fiz.

Coringa ficou abusando do cachorro, mas depois deixou ele quieto, e eu agradeci porque ele não parava de latir.

Carolina: Então, Coringa. O que você acha de levar o floquinho pra passar uns dias na sua casa?

Coringa: O cachorro não é meu.

Bárbara: Ela só tá dizendo isso porque o floco rasgou a pantufa que ela deixou aqui.

Carolina: Por isso mesmo, não dá.

Bárbara: Carolina, não foi culpa dele. — ela revirou os olhos, e eu ri.

Carolina: Vocês podem fazer como se fosse uma criança, ué. Os pais estão separados, e o cachorro passa uma semana na casa de cada um.

Bárbara: Ele não vai fazer mais isso, fica na paz, ok?

Coringa: Valeu aí pela comida, jaé?

Bárbara: Já vai? — ele balançou a cabeça.

Coringa: Fé pra vocês.

Fui pra sala, na frente e depois ele passou por mim, segurando na minha cintura.

Coringa: Passa lá em casa, mais tarde... — apertou meu rosto, me dando um selinho.

Bárbara: Não vou.

Coringa: Vai começar com as graça?

Bárbara: Deixa de ser chato, Victor. Tenho compromisso, e não sei que horas vou voltar, quero mudar meu cabelo.

Coringa: Muda não pô, eu te curto assim.

Bárbara: Eu e mais quantas? — fez bico, vendo a Carol passar pro quarto.

Coringa: Só tu mermo, confia no meu papo não? — neguei e ele cruzou os braços. — Vai se fuder então.

Bárbara: Você é muito ignorante, não dá.

Victor veio querendo me beijar, eu dei só um selinho rápido, mas ele me segurou firme transformando em um beijo longo, no final ele deu um tapa na minha bunda, e saiu da minha casa com a mão no bolso.

Coringa narrando

Mob: Como que fica o preceder?

Coringa: Trás esse arrombado aqui, agora! — falei, pisando no meu cigarro de maconha.

Mob saiu por um tempo, e depois voltou arrastando o D2, eu tava todo leigo, chapado.

D2: Qual é das ideia aí?

Coringa: Quem faz as perguntas aqui sou eu, certo? Tudo que entra, e que sai é anotado, nada passa fora. E tu que é gerente da boca, como que as drogas tá sumindo, e não tem registro nenhum de venda? Ou tu anda passando pano pra alguém, ou tá usando droga até pelo cu.

D2: Eu não fiz nada de errado, carai.

Coringa: Saiu cocaína, maconha, e heroína, em grande quantidade, e nada disso foi anotado.

D2: É muito trabalho em mente patrão, as vezes acontece, não foi culpa minha.

Coringa: Isso nunca aconteceu antes, caralho! Tu anda chapado, menó. Como que fica isso aí? Não vou aceitar não, nada passa batido aqui, eu quero saber da porra do dinheiro.

D2: Mas só eu vou ser cobrado? E os cara que fica embalando toda a droga?

Coringa: Vai dizer agora que nego fica enfiando droga no meio das calça, pra sair da boca? Beleza, chama o Mob aqui, D2.

Ele balançou a cabeça saindo, eu coçei a cabeça sentando, mas depois levantei quando vi o Mob entrar de cabeça baixa.

Mob: Diz aí, patrão.

Coringa: Tão roubando as mercadorias... — D2 me cortou, querendo falar.

D2: Roubando não né, tem que saber das ideia primeiro.

Coringa: Tão roubando essa desgraça sim! Porque a porra da droga não criou perna e saiu andando, e a próxima vez que tu me interromper, sem eu pedir a tua palavra, eu corto a tua língua.

Mob: Eu fico lá embalando, e tal. E nada passou de diferente pra gente, toda droga é contada pra gente embalar, depois é tudo na mão do D2.

Coringa: Te liga, se tu.. — apontei pro D2. — Não admitir até amanhã, é tortura pra tu. — fiz sinal pros dois saírem.

Tomei um banho e fui pra casa da Bárbara.

Bárbara: Nossa, sabe esperar não caralho? — fui entrando e sentando no sofá. — E eu já falei pra você parar de fumar essa porra aqui dentro.

Coringa: Por que ao invés de tu ficar enchendo o saco, tu não puxa um comigo?

Bárbara: Otário. — ri. — O que pegou?

Coringa: Parada da boca, Emilly.. — ela me olhou.

Bárbara: Emilly?

Coringa: Foi mal. — fechou a cara. — Fica assim não pô, eu só confundi.

Bárbara: É né, normal você ficar me confundindo com as putas que você sai.

Coringa: Começa com as neurose não tiw.

Bárbara: Ai, me dá licença. — se levanta do sofá e sobe.

Levantei olhando pra ela subindo e saí, sem tempo pra discutir com a Bárbara, já tô puto o suficiente, não quero ter que fazer coisa pior.

─✧ Continua.
─✧ victor fdp.

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