#clicheseemojis
Alguns dias já passados... 🍂
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Algumas pessoas dizem que o fim dos tempos está chegando, porém eu discordo disso fielmente. Imagino que o fim seja apenas quando decidimos deixar algo que tanto gostamos, que nos completa e que nos consola... Talvez, possa ser também aquilo que nos acolhe em um dia em que possam dizer que o fim realmente chegou...
Ainda lembro-me de quando ganhei meu primeiro violão, nomeado por um garoto de 9 anos por Sampi. Meus olhos deveriam ter brilhado ainda mais que a lua quando emite sua beleza através do sol, um pequeno rapaz movido pela música estava prestes a tocar em um instrumento mágico em tão pouca idade, ou talvez não tão pouca. Contudo, a verdade é que naquele aniversário, ao ver o objeto que com um simples gesto emitia sons, eu faltei flutuar.
Música sempre fazia meu corpo tremer, eu gostava de criar arranjos e escrever músicas, assim como gostava de cantar. Eu levei a música comigo até hoje.
No fundo, eu ainda tinha a esperança de poder ser um grande músico um dia, mas aquilo que para mim era tão importante, para meus pais, meu futuro deveria ser outro e não importava, eu sempre ouviria a mesma coisa: "Música não é o melhor para o seu futuro!".
Meus pais sempre foram boas pessoas, pensaram no melhor para mim, e eu agradecia por isso, mas no momento em que uma oportunidade de expandir o pequeno negocio associado a objetos esportivos, a situação mudou drasticamente. O amor de fato não mudou, mas a obsessão por fazer com que me tornasse algo tão grande que não me fizesse questionar o futuro ou lamentar, fazia com que eu precisasse seguir os seus passos.
E nos meus 18 anos, eu resolvi seguir o que eles disseram e abandonar a velha, mas ainda nova Sampi em um pequeno galpão onde ensaiava com Hoseok ha algum tempo. O lugar era dele, era uma espécie de estúdio de dança onde normalmente ele ensaiava e eu trabalhava em músicas ou pensava... Talvez naquele momento o que eu mais precisava era meu bom amigo.
— Nos vemos um dia de novo, querida Sampi! — beijei o violão, cobrindo os instrumentos com uma lona. O local estava limpo porque Hoseok ainda pedia que cuidassem do lugar, e mesmo depois de ir para fora por causa da dança, eu ainda tinha a chave para acessar o bom espaço.
Aos menos ele seguiria o caminho das artes!
Mas se você acha que eu desisti da música, volte 10 casas. Na verdade, eu apenas dei uma pausa.
Precisava cuidar da empresa até que Yeda tivesse 22 anos, depois eu deixaria o cargo e correria atrás dos meus sonhos. Eu seria um músico, mesmo que demorasse, seria mais fácil lidar com apenas uma coisa. Eu odiava administração, mas precisava fazer minha parte se não quisesse viver amarrado pelos próximos anos atrás de uma cadeira.
Eu, Min Yoongi era paciente e jamais deixava meus objetivos de lado!
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Culinária nunca havia sido meu forte, mas descobri que as vezes parecia quase uma terapia. Eu fazia parte do clube da escola, apesar do basquete, aquilo estava como outro hobbie e ajudava que eu não pensasse na marionete que eu estava sendo, me libertava por um lado.
Naquela sexta, por exemplo, ao chegar recebemos as instruções de que deveríamos fazer um bolo de chocolate com cobertura de Red Velvet. Foi um desafio, mas as coisas ficaram mais amplas com a minha dupla...
Deixar a música por um tempo seria difícil, mas entender o transe que passei no instante em que nos olhamos foi mais ainda. Os olhos negros daquela que me olhava eram surreais.
— Min Yoongi, está tudo bem?
— Min Yoongi? Quem? — idiota — Ah, e-eu estou bem! — tremi, eu era péssimo com garotas e estava passando a maior vergonha.
— Tem certeza? — ela sorriu, tocando a franja que caia em meu rosto para afastá-la de meus olhos — Desculpa se fui intrusa, mas havia uma pluma e poderia entrar no seu olho.
— Oh, okay... Não precisa se preocupar... Eu, eu...
— Você e eu temos um bolo para fazer — estendeu uma forma, sorrindo genuína.
Suas mãos deixaram o objeto metálico sobre a bancada, para afastar e amarrar os cabelos longe da cozinha, voltando em seguida com um avental nas mãos, para mim.
Que ironia, eu já deveria tê-la visto tantas vezes, mas como uma troca de olhares me deixou tão perdido.
Ela era tão bonita e prestativa que não conseguia deixar de olhar para ela, seus olhos eram pretos, como duas explosões em um buraco negro, os cabelos curtos e pretos assim como os olhos, a pele era morena e parecia brilhar com aquela tonalidade única, as únicas pessoas que conhecia que tinha a pele naquela cor, eram Hákila que ainda era um pouco mais clara e uma garota africana que estudava conosco. Eu admirava aquelas tonalidades, talvez por não vê-las com tanta frequência na Coreia, quando as via pareciam únicas e preciosas, mas a daquele garota nomeada por Kim Hyu-Ri, era ainda mais bela que todas, assim como ela por inteiro.
— Pode untar a forma para mim? — pediu, terminando de bater a massa e fiz o que pediu, tomando cuidado para fazer sem perder o foco.
— Quer ser confeiteira ou algo assim? — criei coragem para perguntar.
— Na verdade, não! Quero ser historiadora! — sorriu, colocando a massa quando entreguei a forma para ela.
— Interesante! — afirmei — Seus pais apoiam você?
— Não... — sorriu forçado — Mas vou fazer mesmo assim, não agora... Mas depois.
— Estamos no mesmo barco... — disse, ajudando-a a limpar a bancada.
— O que quer ser?
— Músico.
— E o que querem que seja?
— O herdeiro de uma empresa de esportes! — ri amargo — E você?
— Dona de casa — curvei uma sobrancelha — Meus pais ainda adotam aquele modelo patriarcal, minha mãe não trabalha e cuida da casa e dos filhos e meu pai, trabalha — suspirei, estávamos iguais, presos nas correntes dos pais.
— Sinto muito por isso, mas vai dar certo... Se não desistir!
— Se não desistir — completou, falando no mesmo momento que eu, dando um sorrisinho e eu ficando nervoso — Você é uma pessoa legal, Min! Por que nunca nos falamos antes?
— Digamos que não sou muito sociável — ri nasalado — E me chame apenas de Yoongi!
— Certo, Yoongi — disse sorridente, me encantando ainda mais.
Até o fim do horário do clube, arranquei coragem da crosta da terra para pedir seu número de telefone e pedir que a levasse até em casa.
Conversamos por mensagem a tarde toda e só paramos quando meu pai chegou e eu precisava ir para uma reunião, foi terrível ter que parar, mas depois que cheguei em casa senti o coração disparar quando mandei mensagem e ela respondeu no mesmo momento.
Viramos a noite e em menos de uma semana começamos a andar juntos como se fossemos amigos de anos, tínhamos inúmeras coisas em comum e a cada dia que se passava nossa relação apenas melhorava e mesmo dizendo que garotas não eram o primeiro tópico da minha vida, deveria aceitar que Hyu-Ri foi amor a primeira vista!
Min Yoongi, gostar de alguém pode causar as mesmas sensações no coração que o toque frenético de baquetas na bateria!
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ERA SÓ UM CLICHÊ QUE ME FALTAVA • JUNG KOOK
FanfictionJeon Jung Kook não esperava que folhas rasgadas fossem transformar sua vida. Tudo ocorreu na saída, quando nos corredores vazios ele avistou uma garota frustrada rasgando um diário, deveria apenas continuar andando, porém ao vê-la deixar a lixeira...