𝒩𝑜𝓈𝓈𝒶𝓈 𝓅𝑒𝑔𝒶𝒹𝒾𝓃𝒽𝒶𝓈 -𝐹𝓇𝑒𝒹 𝒲𝑒𝒶𝓈𝓁𝑒𝓎-

56-𝒜 𝒢𝒶𝓇𝑜𝓉𝒶 𝑒𝓂 𝒞𝒽𝒶𝓂𝒶𝓈 𝑅𝑒𝓉𝑜𝓇𝓃𝒶

No dia seguinte acordo com o som agudo do alarme do almoço, eu havia dormido muito.

Embora minhas energias acabassem de ser renovadas com poucas horas de sono, eu continuo cansada e parada na cama, agora olhando para a porta do banheiro.
A memória de Fred continuava em minha cabeça como um bilhete para me lembrar e me preocupar de como ele ficaria.
Seu sorriso era doce como o verão.
Ele me trazia a realidade, mas agora ele não estava aqui.

A bandeja da janta de ontem continuava na escrivaninha, a porta estava trancada, o abajur ligado ao lado da cama transmitindo a luz amarelada e baixa no quarto iluminado pelo sol e pelo pequeno reflexo do abajur.

Me sento na cama passando a mão pelo meu rosto, me levanto e troco de roupa, colocando uma calça legging preta e um suéter vermelho que Molly me deu ano passado, embora estivesse agradável no quarto, eu precisava de ar, então o ar frio da janela entraria no meu quarto.

Meu cabelo estava desarrumado, calço um tênis qualquer, pego a carta que escrevi ontem, pego minha varinha, e saio do quarto, passo por vários corredores até chegar ao corujal, entrego a carta a coruja com pelos caramelos com nome de Shuy, ela sai voando em direção a Hogwarts, o sol adentrava antes no que era um lugar escura quando pequena.

Sem entusiasmo me arrasto pelo castelo até meu quarto, estou perdida entre os milhares de corredores.

Ando até a antiga biblioteca onde passava horas e horas tentando arruma-la. Ela estava organizada e limpa, o piso mudara, agora era de quartzo branco, as estantes arrumadas por cor e as paredes azuis claras.

Me lembro de noites e dias passados nessa biblioteca, sorrindo para livros que contavam historias felizes ou memorias.

De repente a memoria se torna real, eu estava arrumando as prateleiras enormes até o teto junto a Jacob, que me passava os livros em ordem alfabética. Assim que acabamos de arrumar me sento na mesa de madeira e abro um livro qualquer que achei na ultima prateleira, Jacob me olha incrédulo.

-Bela, são duas da manhã, temos que ir dormir! -ele diz e nego rapidamente com a cabeça, eu não estava com sono.

-Não estou com sono, mas se quiser ir, boa noite, vou ler mais um pouco! -digo e ele sai sussurrando um "Boa noite então" de forma doce.

Quando vejo o dia já havia clareado e fui pega lendo fora do horário permitido na biblioteca. A doce memoria acaba quando sinto uma mão quente em meu ombro, me viro a olhar quem seria mas eu já sabia quem era.

-Então, está vendo aquela moça ali? -Jacob pergunta apontando a uma garota alta e loira lendo um livro, a mesma estava vestida de calça jeans e um moletom roxo claro.

-Sim, que que tem? -pergunto cruzando os braços quase segurando o riso.

-Como não a reconhece? claro, se passou muito tempo, mas achei que se lembraria de sua melhor amiga! -disse ele me olhando convicção com e fico para pensando.

-Quem? -pergunto de novo, tentando pensar em quem era a pessoa.

-A Bettany, é claro, vocês eram inseparáveis, não lembra? -ele fala como se isso fosse obvio.

Bettany?

Meu peito começa a acelerar, minhas mãos começam a soar, meu peito arde, minha cabeça começava a dar sinais de tontura

-Desculpe, você só pode estar confuso! -digo respirando fundo e saio da biblioteca sem tentar entender o assunto.

Ouço sussurros nos corredores.

"ouvi que tem uma Ex aluna, que voltou agora"

"Lembra quando Jacob disse sobre sua amiga, a garota em chamas! Dizem que ela voltou"

Corro pelas escadas enormes e entro no meu quarto, me jogo na cama com força, pego meu fone de ouvido e meu celular, uma das vantagens de ter pais antenados no mundo trouxa. Abro minha playlist que começa a tocar uma música qualquer.

Porque achavam que eu era amiga do Jacob e da Bettany? Jacob sabia de muita coisa sobre mim, isso me assustava. Ele enganou todo mundo sobre mim? Inventou uma nova vida? Ele mudou? Ele sabe do que fez?

As perguntas em minha cabeça não tinham respostas sem confronto, e eu não tinha força para o confronta-lo. Só me restava apodrecer o quarto que estava ou ficar ali até criar coragem suficiente para sair dali.