63- Fred?

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Era de madrugada, acordo com uma voz me chamando, não vinha dos quartos, nem da sala, não vinha de lugar nenhum, fecho os olhos para tentar dormir, mas imagens veem na minha cabeça, não imagens minhas, mas de um banheiro de Hogwarts, eu estava sentada no chão e quando levanto me olho no espelho, de cabelos de fogo, se encontrava Fred no banheiro, seus olhos inchados e corpo magro.

Abro os olhos e tento não os fechar de novo, quando vejo caio no sono, desta vez acordei na frente de Fred, ele estava dormindo e não havia ninguém no quarto, no momento em que meu barulho andando se fez presente, Fred acordou se assustando, não sabia como o poderia ver, mas ele estava a minha frente.

-Isso é um sonho? -perguntou ele se sentando na cama, sua aparência não mudou.

-Eu não sei. -Digo baixinho, ele se levanta e vem até mim, sua mão ergueu ao meu rosto e por fim o acariciou, o quente de sua palma passou a mim.

-Você está aqui! -ele diz parado a minha frente.

-Não, não estou, não sei como Fred. -Digo engolindo uma lagrima que escorria pela minha bochecha esquerda.

-Bela, não sei onde está, se voltou, mas eu preciso que esteja bem, porque eu amo você e não suportaria que algo acontecesse com você. -Ele diz e o abraço forte, sentindo suas lagrimas escorrerem em meus ombros cobertos pelo pijama cor de rosa.

-Uma hora você vai saber o que está acontecendo, até lá, tenho que ficar longe! -digo e ele concorda.

Acordo pela manha em minha cama, fria, sem o calor de sus mãos e nem o toque que me fez chorar por tê-lo deixado para trás.

Me levanto normalmente e me arrumo, coloco o uniforme que por desta vez era uma saia verde escura, com várias camadas parecendo folhas de bananeiras, e uma espécie de corset de mesmo tom com mangas por baixo como se tivesse uma blusa, mas era apenas uma peça, desta vez junto ao sapato havia uma bota, comprida e com salto baixo, de cor preta, coloco a capa verde clara por cima e sem tomar café por conta de atraso, me dirijo a primeira aula que teríamos hoje, Herbologia, com a professora Deb segundo Maria, assim que me dirijo a estufa na parte exterior do castelo.

A professora começou a explicar a matéria, mas logo foi interrompida pela diretora, que fez com que sua voz tomasse rumo por nós.

-Gostaria de chamar os alunos, Gabriel, Maria e Isabela! -ela diz e nos levantamos saindo da estufa, seguimos a diretora até onde paramos, em um canto da floresta, havia uma enorme arvore com uma porta, de dentro saiu a figura com cabelos sedosos e escuros de uma mulher.

-Bem vindos a minha aula, Maria e Gabriel lhe ajudaram nessa matéria, eles são mestres nisso, e você é única! -ela diz e percebo que a mesma falava de meus poderes.

-Desde quando sabem? -pergunto, era somente para a diretora saber, e não haveria exceções.

-Todos sabem, só não falamos nisso, não queremos te deixar desconfortável, temos senso. -disse Maria e abaixo minha cabeça, a diretora havia ido embora.

-Vamos começar. -disse a professora. -Me chamo Alessandra, vou lhe ensinar magia natural começando agora! Vamos postura reta, o que lhe faz sentir o poder? Estou lhe perguntando pois é diferente, Maria e Gabriel retiram seus poderes da natureza, você pelo que sei, cria poder. -Ela diz me observando com sua voz calmamente.

-Aparece quando estou com raiva ou triste, eu não consigo controla-lo, dói e queima, depois passa como o fogo em madeira. -Digo respirando fundo.

-Começaremos aí, Gabriel e Maria lhe mostraram como controlam e depois lhe ajudarei! -ela disse e concordei.

Gabriel se deitou no chão, braços um pouco separados do corpo e as pernas também, seus olhos foram fechados, a grama tremeu ao seu corpo, seus dedos das mãos tremiam, folhas antes no chão enroscaram seu corpo e o levantaram do chão onde estava deitado, o garoto abriu os olhos e foi jogado rapidamente no chão onde havia caído, ele sorriu rapidamente e se levantou tirando as folhas de sua roupa.

Maria por outro lado continuava em pé, ela esticou seus braços a frente, virou a palma de sua mão para o céu, que ateou em chuva, mas sem nenhuma gota nos tocar, ela fechou sua mão em círculo, fazendo uma bolha se formar acima de sua mão, em segundos ela abaixou a mão fazendo com que a água explodisse para todos os lados.

Me coloco na frente, respiro fundo abaixo os braços, antes presos em minha barriga.

-Pense em tudo, tudo na sua vida, tudo que lhe ocorreu! – Alessandra diz e abro minha mente.

A primeira coisa que vem a mim é Fred, seus olhos castanhos me chamando, seu suéter em meu corpo, lembranças boas, Jacob, Sectumsempra, tudo que ocorreu em Ilvermorny, tia Tiffy, minha culpa, eu havia ferido pessoas e havia as magoados, a dor se tornou profunda em meu peito, ardendo fortemente e tornando conta de mim, caio de joelhos no chão, abraçando meu corpo, meu coração batia tão rápido que jurei que todos pudessem ouvir, seria rápido. Abro meus braços e o clarão vermelho atinge todos a minha volta, fazendo com que queimem, desta vez não senti dor, não queimei, o clarão ficou vermelho escuro por segundos até fechar meus braços de novo, vendo os rostos assustados dos três a minha volta, eles não estavam feridos.

Aquela foi minha primeira aula de muitas.

-Isabela quero falar com você a sós, estão dispensados! -disse a professora entrando na arvore.     

𝒩𝑜𝓈𝓈𝒶𝓈  𝓅𝑒𝑔𝒶𝒹𝒾𝓃𝒽𝒶𝓈 -𝐹𝓇𝑒𝒹  𝒲𝑒𝒶𝓈𝓁𝑒𝓎-Onde histórias criam vida. Descubra agora