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— Mas que porra é essa que você tá fedendo? — indagou Jeongin irritado, fazendo uma cara de nojo e esnobando Yeojin com um gesto.

— Não sabe o que é uma hidratação de vinagre de maça? — ela olhou pra ele com atenção, esperando sua resposta.

— Eu lá quero saber essas coisas de mulherzi— e antes que ele terminasse a frase, ela lhe acertou com um soco no braço. Ele em risos, acariciava o local onde foi atingido sem demonstrar reação a dor que sentia.

— Bom dia, gente! Cadê o resto? — questionei contente, com um breve sorriso nos lábios, olhando para aqueles dois.

— Em aula, né? Só a nossa turma quem não teve aula de Filosofia. — ela respondeu, se referindo a si mesma e Jeongin.

Eram por volta das nove e quarenta da manhã do dia seguinte quando cheguei na escola e sim, eu faltei os 3 primeiros períodos do dia e ainda me atrasado para a aula, entrei um pouco antes do intervalo para ver os meninos, mas só porque dormi demais!

— Ele tá bravo...? — perguntei sobre Chenle em um tom receoso, imaginando a resposta logo que visse a reação de Jeongin com a pergunta.

— Bravo? — ele soltou um riso irônico e curto — Ele contou tudo pro Donghyuck e agora os dois querem te matar.

"Já consigo ouvir os gritos de Haechan..."

Pensava comigo mesmo enquanto me aproximava para sentar em um banco do lado dos dois.

— Caguei na pica, mas nem é pra tanto. — dei de ombros, sabia que estava encrencado com eles, mas iria resolver isso.

Renjun não era uma pessoa ruim, lógico que ainda mantenho um pé atrás com ele, mas depois da conversa que tivemos ontem... eu acho que deveria dar uma chance.

A propósito, ele já está me dando uma terceira chance. Eu não consigo mais parar de agir igual um cuzão com ele.

Seu mísero, inconformavel, grandíssimo filho de uma puta, Na Jaemin. — ouvi uma voz conhecida.

— Eu posso me explicar! — me levantei no mesmo instante, olhando para Chenle, Jisung e Donghyuck — esse que surtava muito — logo atrás de mim.

O sinal do intervalo tocou no mesmo instante em que estiveram chegando ali. Era até meio curioso: como saíram tão rapidamente da

— Então começa agora, não tenho tempo pra baboseira. — respondeu Chenle afiado, vindo tentar me peitar mas foi segurado por Jisung no mesmo minuto.

— Te aquieta tu também! — retrucou Hyuck para o chinês da roda, cruzando os braços e parando do meu lado — Vai, desembucha.

— ... nós vamos indo. — Yeojin puxou Jeongin entre os braços, e no mesmo instante que as coisas pudessem pegar fogo entre eu e os outros dois — três se considerar Jisung um participante da briga —, saíram para longe.

— Olha só. — comecei, tentando encontrar um jeito de dizer aquelas coisas — Vocês já passaram por isso antes, quero dizer, já me viram sofrendo por Jeno... — a cada palavra que eu dizia, era maior a cara de julgamento que Donghyuck e Chenle faziam — Olhem bem, eu sei que disse muito mal de Renjun antes, mas ele está me ajudando a lidar com o término.

— Me diz como isso aconteceu? — questionou Chenle.

— Bom... ahm... — eu tinha cagado demais na pica, não tinha mais como explicar aquela situação toda.

— Renjun é atendente de uma sorveteira que eu e Jaemin fomos. — Jisung começou por mim, com uma carinha meiga no rosto — Tudo aconteceu no dia em que iríamos sair para o cinema e você me pediu em namoro, amor. — olhou para o namorado e o outro amigo.

Eu entendi que ele queria me ajudar, mas não iria funcionar bem naquele instante, ainda mais que Donghyuck estava sério demais me encarando.

Ele respirou fundo e deu uma risada.

— Jaemin, tu sabe por acaso se o Jeno está ciente disso? De você e o Renjun? — ele me questionou, e eu não sabia como responder bem naquele momento.

— Acho que não, mas gente... Renjun é legal, mesmo... — coçei minha nuca, cabreiro do que estava dizendo agora — Sei que estou sendo hipócrita, que falei muito mal dele, mas Renjun está realmente me ajudando e eu tô dando uma chance pra ele.

— Não! Por favor, fala sério, Jaemin? Tu só faltava matar esse cara uns meses atrás. Tá de brincadeira com a nossa cara? — neguei persistente para Chenle, ouvindo ele xingar muito em chinês no mesmo instante.

— Eu também achei que estava fazendo merda, sinceramente ainda penso que estou fazendo... mas ele disse coisas muito legais pra mim e tá se doando até demais pra me ajudar com esse rolo com Jeno... ainda de graça.

— Se ele tentar usar as coisas que você diz contra você, te fuder pros outros, saiba que não iremos te ajudar. — retrucou Donghyuck — Encheu a boca pra falar desse cara e agora tá de putice falando com ele.

— Eu tô botando fé que ele é uma pessoa boa e eu tô aprendendo a lidar com minhas vistas grossas sobre ele.

— E eu to pondo fé que tu vai se foder ainda, e eu vou rir da sua cara. — terminou Chenle, puxando Jisung pela mão e seguindo rumo com ele pelo corredor em diante.

Donghyuck não demorou muito, ainda com os braços cruzados, saiu balançando a cabeça em negação para mim.

Continuaria pondo fé nas palavras de Renjun, mas eu jurava por Deus, a partir daquele momento uma única coisa:

Iria acabar com Renjun se soubesse que Donghyuck e Chenle estavam certos e ele estava se aproximando de mim unicamente para tramar algo contra minha própria vontade.

[...]

Era Mac DeMarco no meu fone e na minha mente Na Jaemin.

Jogado sobre minha cama e de fones nos dois ouvidos, escutava mais uma vez Heart to Heart no Spotify.

Não tinha ido a aula por pura preguiça, sinceramente eu não estava motivado nem um pouco para ver meus colegas e muito menos participar daquelas aulas.

Pensava em Jaemin e no nosso encontro do dia passado. Me sentia mal por tudo o que aconteceu, foi chato ver que ele nem me mandou mensagem depois disso, mas vai que ele pudesse ir me ver na sorveteira depois, não é?

Eu queria acreditar que ele não estava tentando me enganar...

"OLHA O TAMANHO DO MEU BRAÇO"

"[Mídia]"

Jeno no mesmo instante que estivesse pensando em abrir minhas redes sociais, me mandou mensagem.

Era uma foto do bíceps dele, ou pelo menos era pra ser.

"amigo, na humildade, não tá grande, seu braço ta normal"

"você tá preso em ilusão de ótica"

Revirei meus olhos, sorrindo e rindo pelo contexto daquelas mensagens, naquele mesmo momento.

"não tá na escola por que, jeno?"

"tô ocupado ficando bombado gostoso ne vida, ne vida? kkkkk"

"brincadeira, eu só nao tava muito afim, sinceramente eu vou largar a escola"

"mas e você?"

Uma ótima pergunta: por que eu não estava na escola? Eu não entendia bem por qual razão estava jogado na cama, desesperado e a espera de uma resposta do além sobre o que fazer ou não.

Estava só existindo, no maior tédio.

"tive preguiça de acordar cedo, ontem eu sai pela noite e voltei tarde pra casa, agora to preguiçoso porque não dormi direito"

"então bora sair! eu e você, agora pela manhã mesmo, azar"

"são 10hrs, dá pra dar uma volta e depois eu te largo no serviço <3"

Não era uma má ideia, bom... o que me restava fazer antes das treze horas da tarde?

"estou te esperando na esquina de casa, vê se não demora"

pink letter | renminOnde histórias criam vida. Descubra agora