pink letter | renmin

25

Mais uma vez vestindo suas peças moletom e com as mãos dentro dos bolsos num canto reservado naquela rua pouco movimentada pelo horário.

Eram meia noite em ponto, assim como Jaemin teria marcado com Renjun, lá já estava ele esperando seu secreto amado aparecer.

A rua ainda com alguns comércios locais abertos, mesmo que poucos pelo horário, iluminavam o restante de estrada que existia ali por perto longe dos grandes postes de luz.

Afinal, quem irá querer postes acesos quando se tem a luz das estrelas iluminando o lindo lago da cidade?

Mas embora isso tudo, Renjun estava ficando impaciente com a demora de Jaemin.

Lógico que era pura ansiedade de vê-lo, mas os minutos não se passavam e ele não aparecia de jeito algum.

Ele não aguentava mais, e o quanto mais demorava, mais se lembrava de Jeno e aquele perfume persistente.

"Aquilo podia ser um problema" bem como Renjun teria alertado horas antes, porque ele estava ficando ligeriamente obcecado naquele cheiro.

A cada instante distraído que passava, aquele cheiro voltava com tudo e amolecia seu pequeno corpo.

Não era como se estivesse necessitado de Jeno, mas por alguma razão não reconhecida ainda, ele precisava sentir mais uma vez aquele perfume ou se não talvez não dormisse em paz.

Era como se aquela fragrância houvesse roubado uma parte importânte de Renjun e agora a falta de Jeno fizesse toda a diferença.

— Desculpa a demora! — mas a voz ecoou no mesmo instante.

Finalmente ali estava Jaemin. Assim como Renjun, vestindo uma roupa confortável, mas por sua vez com uma mochila cheia nas costas.

Naquele minuto, não existia mais Jeno na cabeça do chinês, porque o verdadeiro ladrão da sua atenção estava ali na frente para lhe distrair de tudo que houvesse em volta.

— O que tem aí? — questionou sobre a mochila no ombro do coreano.

Jaemin abriu um sorriso aberto e animado no mesmo minuto, dando de ombros e soltando um ar entre os dentes.

— Eu quem te convidei, eu quem trouxe tudo de necessário para passarmos a madrugada juntos. — respondeu, causando um riso descontraído no mais velho — Vamos logo! Quero te mostrar algumas coisas.

[...]

— Não é muito escuro aqui? — questionou amedrontado, olhando um lado e o outro sem nenhum êxito.

Caminhando passo a passo dentre inúmeras folhas e árvores daquela imensa floresta em que a cidade guardava logo antes da rótula.

Por mais que a floresta estivesse iluminada pela presença da lua sob o céu, ainda incomodava drasticamente Huang Renjun.

— Você tem medo? — perguntou de volta, olhando com um sorriso nos lábios para o chinês pouco distante atrás de si — Não se preocupa, eu trouxe um lampião.

Não era como se Renjun guardasse algum medo de escuro, mas sim inúmeras preocupações enquanto estivesse sob a falta de iluminação.

Jaemin por outro lado amava estar sob aquele ambiente; aquela falta de incerteza no meio do que não se podia ver. Era um pouco esquisito ao pensar nisso, mas de qualquer jeito não se importava. Amava a emoção.

E no instante que Jaemin parasse frente a uma árvore grande com troncos deitados no chão, a pergunta vinha de imediato na cabeça de Renjun:

— Já chegamos? — soltou um sorriso receoso entre os lábios, parando seus passos e olhando o coreano a sua frente com atenção.