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Então ele... tentou jogar a barra de ferro no Yukhei... — continuou Jeno, causando murmúrios surpresos das duas mulheres.

Revirei meus olhos com força, sem me aguentar e rindo daquela história que ele falava.

— É sério que o Yukhei arrumou briga na academia e quase apanhou? — questionei — Ele não tem medo de morrer?

— Provavelmente não. — pegou a xícara de café pronto para tomar um gole, mas me cutucou com o cotovelo antes — De verdade?! O cara falando da Yuqi no meio dos demais como se ela fosse uma vagabunda?! Qualquer um reagiria daquele jeito pra defender quem ama.

— Ainda mais que ela nem deve saber disso. — argumentou minha mãe — Homens acham que podem falar como bem entenderem com as mulheres.

Graças a Deus somos lésbicas! — retrucou a outra, gerando um riso espontâneo em Jeno ao meu lado.

Era por volta das sete da noite numa sexta feira. Os dias se passaram muito rápido, logo estávamos no final de semana de novo, aproveitando para descansar e organizar mais afazeres para os demais dias que viessem.

Naquela sexta feira, no entanto, estava tomando café da tarde em família e com Jeno, cumprindo o que ele houvesse prometido e tido interesse dias atrás de vir para passar o tempo.

Minhas mães eram as pessoas mais contentes do mundo por passarem algumas horas junto dele. Sempre amaram a presença de Jeno, mas desde que conheceram Jaemin... elas estão tomando mais cuidado ao falar com ele.

A propósito, amanhã pela tarde teria que ir a casa dele. Estava ficando ansioso por aquilo, mas animado, de qualquer modo.

Imagina dormir na casa da sua paixão platônica, já de tantos anos? Ainda sem ele saber?

Só esperava que nada desse errado.

— Enfim... Jeno, vamos subir? — indaguei ele ao meu lado.

— Bora. — concordou e em seguida que nos levantamos, agradeceu minhas mães: — Muito obrigado pelo café, Senhoras Huang! — sorriu com os lábios, recebendo um beijo jogado ao ar pela mais velha.

Seguimos destino ao corredor e as escadas, sendo assim, subindo em passos rápidos e contínuos em cada degrau. 

Não demoramos muito e estávamos no meu quarto, entre os móveis ajeitados e a luz acesa.

Deixei a porta entreaberta, me destinando ao controle jogado num cômodo e ligando a televisão, para ecoar um barulho ali dentro.

— Ah! Que saudade eu tava dessa sua cobertinha! — murmurou na cara dura, se deitando sob minha cama e causando um barulho alto de seus cheiros na minha coberta.

— Da minha cobertinha, mesmo? — levantei uma de minhas sobrancelhas, esperando que ele respondesse algo lógico.

— Aham, da sua cobertinha. A última vez que vim aqui estava frio e você me deu ela pra se aquecer. — continuou afirmando, cobrindo o rosto com ela e continuando a fungá-la.

Me deitei ao seu lado e lhe analisei com atenção, rindo baixo sem entender bem aquela cena sob meus olhos, ainda sem dizer nada.

Ele tirou a coberta do rosto no mesmo instante que me escutou rir. Com um sorriso nos lábios, ficou me olhando de volta.

— As vezes esqueço que você tem dezessete anos, que logo faz dezoito. — ele suspirou fundo — Você parece uma criancinha.

— Meio que... ainda sou uma. — ele franziu o nariz, jogando minha coberta para outro canto e se deitando de barriga para baixo, aproximando de mim e me abraçando pela cintura com aquele seu braço livre que estava posto por cima do meu corpo.

pink letter | renminOnde histórias criam vida. Descubra agora