pink letter | renmin

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Os dias se passavam e aqueles dois garotos estavam numa nova fase.

Eles passavam a conversar mais, se entenderem mais, se verem mais. Não era como um relacionamento, mas Jaemin e Renjun passaram a tomar rumo de se encontrarem mais para poderem se beijar.

Seus encontros eram mais frequentes e definitivamente íntimos. Jaemin e Renjun passaram a tomar todos os lugares da cidade com seus beijos.

Era na estação da cidade escondidos debaixo da escadaria; nos elevadores; no estoque da própria loja onde Renjun trabalhava; ou ainda naquela mesma floresta já conhecida pelo chinês.

Todos os lugares daquela cidade — ou quase todos — estavam marcados por rastros de algum beijo daqueles dois garotos.

As coisas estavam indo bem, muito bem e muito mais do que Renjun teria imaginado antes.

— Quero você lá comigo, nesse final de semana, para presentear Chenle. — dizia Jisung lado a lado do estrangeiro enquanto ele fechasse a porta da loja.

— Jaemin vai? — ele tirava as chaves da abertura da porta, guardando em seu bolso e abrindo um sorriso meio de canto com o que houvesse dito.

Ele gerava um riso aberto por parte de Jisung.

— Por que eu deixaria de convidar seu namorado? — ele deu uma cutucada com o cotovelo no braço de Renjun.

Jisung era o único entre todos os garotos que sabia daquele caso de Jaemin e Renjun, e de todo modo, também era o único amigo de Renjun.

— Não chama ele assim... estamos ficando tem só algumas semanas... — deu de ombro, passando a andar em passos acompanhados do mais novo pela calçada.

— Dias você quer dizer quase quatro semanas? — riu sôfrego e irônico — Já chegou a falar com ele sobre querer algo a mais?

— Acho que ainda está tudo muito cedo. Ainda nem convenci o melhor amigo dele! — fez um beicinho, gerando um revirar nos olhos de Jisung.

Aquele chinês estava imerso de amor por aquele coreano. Muito mais do que imaginava que fosse possível ter por ele.

Renjun ainda estava ciente que não podia se emocionar com nada, que tudo precisava ir com muita calma.

Até porque não houve tempo bom o suficiente para conversar sobre seus sentimentos nesses últimos dias (quatro semanas), e ele não queria assustar Jaemin.

Tudo precisava ir com muita calma.

— Então amanhã é o dia que você e Chenle irão se dar bem! Avisa Jaemin que eu te convidei, já que ele não pode saber que eu sei de algo...

As coisas poderiam sair de controle, pelo menos era isso que Renjun imaginava.

Não era como se estivesse com medo de encarar uma fase maior com Jaemin, mas na realidade ele estava com muito medo de estragar as coisas.

Ele ficava dividido por um sentimento misto de vontade e apreensão, porque ele não queria ter que falar disso primeiro.

Ele só não imaginava como aquilo poderia ser tão fácil.

[...]

— Muito obrigada! — ela se curvou em sinal de agradecimento, sorrindo gentilmente com os lábios e se despedindo do garoto.

Jaemin do outro lado da cidade entregava um de seus últimos currículos em mãos para a confeiteira do bairro.

Naqueles minutos ele só conseguia pensar em uma coisa: como poderia falar de Renjun para seus amigos?

Ele não dormiu direito tinha algumas noites, porque resistia em mente a ideia de falar logo para os garotos sobre estar ficando com Renjun e ainda para que não precisasse mais mentir para eles sobre onde estava passando os dias.

Esse era um dos pontos: eles saiam para todos os lados e em todas as tardes pela cidade para poderem ficar juntos, mas Jaemin mentia para seus amigos sobre com quem estava.

Aquilo não era por maldade, era por defesa, porque ele não queria arrumar alguma confusão com Chenle novamente.

Inclusive, as coisas ainda iam bem entre ele e Renjun, logo o chinês sabia daquelas mentiras.

Mas agora, ele tinha um desejo persistente de poder falar com todas as letras e abertamente para seus amigos que ele tinha algo com aquele garoto.

Jaemin queria poder assumir Renjun para seus amigos como uma confirmação de que: "sim! Ele finalmente estava feliz com outra pessoa, então não! Ele não quer ajuda para ficar com mais ninguém"

No entanto para ambos os lados, mesmo que com metas diferentes em mente, as coisas não pareciam nada simples.

"Jisung irá fazer a surpresa para Chenle amanhã e acabou de me convidou para ir"

"você também vai? :D"

As mensagens enviadas de Renjun para Jaemin eram vistas no mesmo minuto na tela do celular do coreano, que não mencionado antes que esperava já na parada de ônibus um transporte para ir para casa, mexia no telefone.

"bem capaz que irei te deixar sozinho no meio daqueles orangotango"

Ele brincou, rindo sozinho para o celular com um sorriso no rosto.

A verdade era que, até mesmo que não fossem seus amigos, ele não iria negar oportunidade alguma de ver aquele baixinho e poder lhe dar alguns beijos novamente.

Porém, aquilo lhe dava também mais uma ideia interessante.

Quem sabe naquela noite Chenle não fosse o único a receber uma surpresa?