Lábios sabor Coca-Cola

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C a p i t u l o 21

Lábios sabor Coca-Cola

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Assim que deixei a sala de Tsunade tive uma leve sensação de ter sido enganado pelas artimanhas daquela mulher, porém, o que um jovem puro, doce e ingênuo como eu poderia fazer contra pessoas tão malignas como essas? Era tão triste ser manipulado com tão pouco.

O som estridente do sinal tocando me tirou dos meus pensamentos profundos, além dos inúmeros alunos que esbarravam em mim, em um desespero irracional para chegarem logo na entrada, e com nenhuma surpresa noto Naruto no meio delas, contudo, ele não estava sozinho e muito menos apressado para chegar na entrada como os outros, muito pelo contrário, seus passos eram tão lentos quanto uma tartaruga, e sua atenção estava totalmente no garoto que ele conversa.
Seus ombros se tocavam enquanto andavam, a forma que conversavam e os olhares estranhos não me agradaram nem um pouco, uma sensação de desconforto estava em meu coração, e eu só queria arrastar Naruto dali o quanto antes, porém, me contive já que ainda não tinha nenhum direito sobre ele.

O garoto me viu, sussurrou algo no ouvido de Naruto e voltou para o canil de onde nunca deveria ter saído. Só o nome de Kiba já me dava mil e um pensamentos ruins, não gostava dele, por algum razão sua imagem era desagradável, e tinha certeza que não tinha nada haver com ele grudado no Naruto toda hora como carrapato.

Minha paciência já estava por um fio com tudo isso, afinal, todo mundo da escola acreditava que eu estava namorando o Naruto, aliás, toda a cidade até aquele ponto já deveria saber por conta do jornal, e mesmo que não fosse totalmente real, ainda era um chute no meu orgulho que os outros vissem meu “companheiro” de gracinhas para o lado de outros por aí.
Sempre acreditei que se algum dia, por algum motivo sinistro alguém tivesse que me trair que fosse com alguém mais bonito, rico, talentoso e carismático que eu, e até aquele momento o único que atendia esses requisitos era Itachi, e ele obviamente nunca faria tal coisa, por isso, Sasuke sempre dormiu com a cabeça tranquila.

E agora minha paz de espírito estava indo pelo ralo por alguém que eu nem mesmo tenho qualquer relação, os caminhos da vida realmente são misteriosos.

Quando Naruto se aproximou de mim, perguntei sem rodeiros. — O que vocês dois estavam conversando?

Naruto sorriu despreocupado, levando uma garrafinha de Coca-Cola a boca, tomando alguns goles antes de responder com indiferença. — Não te interessa.

Com toda a maturidade responde. — Se não interessasse eu não estava perguntando.

—... — Ele abriu a boca para responder mas não falou nada, repetindo isso por alguém segundos como um peixinho fofo fora d’água.

O silêncio foi incrivelmente mais constrangedor do que a resposta que deveria vir a seguir. Ficamos nos encarando por um tempo, comigo esperando o loiro falar e Naruto reprimindo o espírito de quinta série que habitava nele, depois de um tempo a gente começou a rir.

— Fala logo o que tu quer Sasuke. — Ele falou me puxando para fora da escola.

Somente aí percebi que quase todo mundo já tinha saído do prédio, restando só as pessoas que iriam se pegar depois da aula, usar a biblioteca ou fumar alguma substância ilegal atrás da escola, mas não posso julgar já que fiz parte de todos esses grupos em algum momento.

— A tua tia não te disse?

Perguntei só por perguntar já que a resposta era óbvia, como sempre Tsunade largava o sobrinho inconsequente comigo sem mais nem menos, era tão difícil ser o alvo daquela mulher em alguns momentos.

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