5 - Aluir em Pólvoras

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– F-Fukase! – Chamou Oliver, se levantando com dificuldade enquanto tossia ao inalar o ar poluído.

O loiro continuou a chamar o outro enquanto procurava alguma brecha que pudesse espiar o outro lado, mas não achou nada. Os pedaços de concreto que haviam caído eram bem grossos e densos, não havia restado nem mesmo uma mínima brecha tanto para entrar luz quanto para entrar ar puro. O que significava que logo os dois ficariam com pouco oxigênio, podendo apenas inalar aquele ar coberto por poeira.

A garota se levantou, parando ao lado de Oliver. Ambos estavam prestes a tentar tirar os entulhos um a um, mas uma voz os fez parar.

– Não toquem nisso! – Gritou Fukase do outro lado.

Oliver sentiu um alívio ao ouvir a voz rouca do outro, embora a mesma ainda aparentasse que o ruivo estava furioso.

– O tiro deve ter acertado algum cano, o concreto está úmido – Fukase continuou. – E os fios foram rompidos também, se tocar poderá levar um choque. – Enquanto ouvia o ruivo, Oliver pôde notar a fina água escorrendo, assim como alguns fios pareciam querer entrar em curto – Vou dar a volta e ver como está na escada.

– C-Certo! Vou esperar! – Disse Oliver, sentindo sua voz falhar por conta da poeira que ainda tinha no lugar.

Oliver pôde ouvir os passos fortes de Fukase se afastarem. Ele tinha mania de pisar forte demais no chão quando estava irritado – e seu par de coturnos apenas enfatizava o som –, o loiro já podia notar isso facilmente. O ruivo não era difícil de ler, afinal. Ou ao menos Oliver achava isso até aquele momento.

Dando um suspiro, Oliver voltou para a parede, se sentando e encostando a cabeça enquanto tentava não respirar demais. Oxigênio era como ouro, e seus pulmões já pareciam gastos pela poeira tóxica de pó de cimento. A garota o acompanhou e sentou-se ao seu lado, os dois fizeram silêncio.

– Me desculpa. – Disse ela, tentando arrumar a situação.

– Tudo bem, ele é estressado demais.

– Não, ele estava certo. – Ela fechou os olhos – Eu menti.

– Como assim?

– Não acordei agora e muito menos estou sozinha... foi tudo mentira. – Oliver se levantou e afastou-se dela – Não, eu não sou má! Era só um-

Enquanto falava, um som de tiro a interrompeu. Os dois fizeram silêncio novamente e logo outros tiros começaram. Enquanto os sons apenas aumentavam o lugar começou a tremer como quem fosse desabar.

– Merda, ele os encontrou... – Disse ela, com as mãos sobre a cabeça.

– Eles quem?

– Meu grupo – tossiu – Isso é ruim!

O lugar tremeu novamente, fazendo Oliver cair.

– Eles são maus? – Oliver perguntou, após tossir pela poeira.

– Não... mas não pareciam gostar do seu amigo. Meu líder disse que o conhecia.

– Conhecia o Fukase?

Oliver estava interessado em ouvir mais, porém as tremedeiras acompanhadas de mais tiros os fizeram entender que tinham de arrumar uma maneira de sair dali. Trocar tiros em um local em ruínas não parecia uma boa ideia. Logo Oliver e a garota de cabelo lilás começaram a catar algo que poderiam usar para retirar os entulhos da escada.

– Isso serve? – Perguntou Oliver, segurando um pé de cabra.

– Sim, e muito. – Ela apanhou a ferramenta – Ah, pode me chamar de Yukari.

Dominação [Vocaloid - Fukase x Oliver]Onde histórias criam vida. Descubra agora