11 - Em Chamas

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Um garoto loiro com um par de olhos azuis acordara sobre uma caçamba vazia de caminhão, com as pernas amarradas e braços feridos. A dor em seu corpo aparentava até que o mesmo havia corrido em uma maratona na noite anterior, ou fora torturado durante toda uma madrugada. Mas para fazê-lo não ter ideia do motivo, o menino apenas se lembrava de seu primeiro nome: Len. E, sua outra memória era que ele tinha uma pessoa muito importante, talvez até mais importante que sua própria vida, e seu nome era: Rin; sua irmã gêmea.

Assim que seus olhos tomaram senso do que estavam vendo, o garoto se levantou às pressas a procura daquela que dividia sua alma com ele. O lugar onde estava era assustador, um tipo de cenário pós-apocalíptico tenebroso como os filmes de terror que ele se lembrava de odiar. Sua voz, ainda fraca, começou a ecoar chamando o nome de sua irmã como quem estivesse em total desespero sem ela.

Depois de desamarrar seus tornozelos, ele se levantou, descendo do caminhão com cuidado e caminhando com os pés descalços sobre os poucos cacos de vidro que tinha naquela terra mal asfaltada. Ele parecia estar em um tipo de armazém totalmente destruído – não existia mais um teto – e abandonado com as paredes quebradas.

– Rin! – Chamou novamente – RIN!

Depois do seu grito, uma fraca voz fina fora ouvida: era ela. Sentindo seu peito doer, ele correu na direção que podia ouvir a voz dela o chamando. Quanto mais perto estava, melhor ele podia ouvi-la.

– Irmão! – Chamou ela – Estou aqui!

Quando ele a encontrou, Rin estava presa dentro de um carro trancado e com as janelas fechadas. Ela batia no vidro, olhando-o desesperada. Fora a primeira vez desde que se lembravam que haviam se olhado, deixando uma sensação estranha e calorosa tomar seus corações.

Com o cotovelo coberto pela jaqueta que usava, Len acertou o vidro diversas vezes até que o quebrasse, se machucando no processo. Forrando o tecido sobre os restos de cacos que sobraram, ele puxou Rin para fora e os dois se abraçaram como se nunca tivessem se tocado antes. Era estranho como os dois eram totalmente estranhos um para o outro e ao mesmo tempo eram como um só. Len sentia que precisava de Rin, e Rin sentia que precisava de Len.

Certificando-se de que nunca se separariam novamente, os dois selaram a promessa em um forte e longo primeiro abraço.

Lembrando-se disso, Len tossia freneticamente dentro do porão de uma casa antiga, junto de Yukari.

– Ok, como saímos daqui agora? – Perguntou ele, encarando as escadas cobertas por madeiras que caíam do teto.

– Casas antigas costumavam ter uma saída para fora da casa. Vamos procurar. – Disse Yukari.

– E se não tiver outra saída?

– Vamos procurar primeiro, depois pensamos em um plano B!

Era fácil notar que não existia um plano B, mas Len tentou ser otimista assim como Yukari estava tentando colocar esperanças no coração do garoto. O lugar estava escuro e cada vez mais coberto por uma densa cortina de fumaça preta e tóxica, deixando-os levemente tontos com a falta de oxigênio. Enquanto vasculhavam entre armários, Len encontrou uma fresta de luz alaranjada; estava entardecendo. E o melhor: aquilo poderia ser uma saída.

– Encontrei... – tossiu – algo! – Disse o loiro.

Yukari foi até ele às pressas, logo ajudando-o a retirar o que seria um armário de bugigangas do caminho e, graças aos céus, os dois deram de cara com uma saída para fora da casa. No mesmo momento, os dois começaram a fazer força contra ela, mas a mesma não se abria de maneira alguma.

– Está trancada por fora...

Os dois se entreolharam, o brilho nos olhos de Len já estava distante. Ao que tudo indicava, eles morreriam ali.

Dominação [Vocaloid - Fukase x Oliver]Onde histórias criam vida. Descubra agora