Sua mente estivera quieta por um tempo que Oliver desconhecia, era quase como estar em transe, ou preso em um sonho – mesmo que tivesse a certeza de que estava acordado. Ele sentia como se seus olhos estivessem abertos, mesmo que a sensação do peso em suas pálpebras permanecesse; sentia o cheiro salgado da brisa do mar, mesmo que suas narinas parecessem exalar apenas um puro ar sem cheiro algum; ouvia um leve piado de um pássaro, mesmo que jurasse que seus ouvidos estavam tapados por algo.
Em seu subconsciente prevalecia a imagem de um porto de frente ao mar aberto, ao seu lado estava um pequeno pássaro, um pardal, piando como quem conversasse com o garoto. Mas Oliver não conseguia se mover, ele estava preso como quem fosse uma estátua de concreto grudada à madeira daquela ponte. Até que, em um solavanco, Oliver despertara, agora de verdade.
Seu olho se abriu, mas nada pôde ver além de uma imensa escuridão. O cheiro de alvejante junto do acolchoado colchão onde se deitava não se assemelhava com o lugar onde ele se lembrava de estar quando havia perdido a consciência. Sua mente estava confusa, muitas memórias se misturavam em seu cérebro como quem estivesse acordando de um coma. Até que, enquanto sua pupila dilatava e se acostumava com a falta de luz do cômodo, Oliver se lembrou do ataque daquelas pessoas, de Fukase ficando para trás, do prédio desabando e explodindo, de Yukari ferida e do corpo sem vida de Rin. Fora quando lágrimas escorreram em sua bochecha enquanto o loiro se forçava para se levantar.
No mesmo momento, uma pontada o fez parar: havia agulhas presas em seus dois braços, todas ligadas em borrachas que levavam às bolsas com líquidos estranhos penduradas ao seu lado. Oliver encarou aquilo, enquanto olhava ao redor. Ele estava em um aposento que o lembrava um quarto hospitalar, fora o fato da única porta estar coberta por trancas eletrônicas e não existir uma única janela nas paredes. Foi quando Oliver se lembrou de um estranho sonho que havia tido pouco depois de se encontrar com Fukase, onde ele acordava naquele mesmo quarto. Ele estaria sonhando novamente?
– T-Tem alguém aí? – Perguntou, podendo ouvir o eco de sua voz.
Com o esperado silêncio, o loiro respirou fundo, tentando não deixar o medo tomar conta de seu corpo. Com cuidado, ele retirou as agulhas que estavam presas em suas veias, estacando o sangue com a borda de sua própria roupa – que eram típicas vestes hospitalares –, e tentou se levantar, quando sentiu uma tontura e fraqueza como quem não movesse seu corpo havia dias.
Se concentrando em sua respiração para não desmaiar, o loiro encarou as máquinas ao seu redor, todas estavam desligadas. Ao tentar se mover novamente, notou que haviam fios também em sua cabeça, mas os mesmos não causavam dor. Ao puxar um deles, Oliver percebeu que a ponta que estava grudada em sua pele havia um tipo de material que ele desconhecia, mas era como um ímã estranho. Com medo do que seria aquilo, Oliver puxou todos os fios, que eram quase centenas, soltando-os de toda sua cabeça e encarando o monitor desligado onde os mesmos estavam conectados.
Sentindo o frio ladrilho em seus pés descalços, o garoto finalmente conseguiu se levantar daquela maca, enquanto se esforçava para enxergar o que mais havia naquele lugar. Era estranho como Oliver se sentia, fora como se não movesse seu próprio corpo havia dias ou meses, como se estivesse dormindo todo aquele tempo. Era estranho sentir seu peso, pôr os pés no chão e até mesmo respirar por conta própria. Enquanto caminhava cambaleando, esbarrou em uma pequena cômoda. Ao tocar na mesma, sentiu alguns papéis sob suas mãos.
Oliver forçou sua vista o máximo que podia, lendo seu próprio nome no papel que era uma espécie de ficha.
"Oliver Lerris"
– Meu sobrenome! – disse pra si mesmo, pasmo por não ter se importando em saber aquilo até aquele momento.
"Idade: 14 anos", "Origem: Inglaterra"
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Dominação [Vocaloid - Fukase x Oliver]
FanficFanfic de Vocaloid | Ollikase/Fukoli/Fukase x Oliver | +16 por conter gore e/ou tortura. | Oliver acorda completamente sozinho em um mundo caótico, sem ter memórias de sua vida ou do que havia acontecido para o planeta estar naquele estado, o menino...