13 - Assunto Sigiloso

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Sem nem ao menos esperar, as mãos de Fukase já seguravam sua pistola, apontando-a para o semblante assustado de Yukari, carregando uma bandeja com suas duas mãos. Mesmo que aquele corredor destruído estivesse tão escuro a ponto de impedi-lo de entender a expressão no rosto da garota, seus olhos eram capazes de mirar em seu coração com perfeição. Era certo de que aquela bala não erraria o alvo. Trêmula e com uma bandeja sobre as mãos, a garota tentou dizer mais algo, porém fora interrompida:

– Que lugar é esse? – Perguntou Fukase. Sua voz fria penetrou na mente de Yukari como uma adaga, fazendo-a se estremecer.

– P-Por favor, abaixe a arma!

Fukase destravou a pistola, não precisando repetir a pergunta.

– Tudo bem... – Yukari suspirou,tentando encarar o ruivo sob aquele escuro – Eu-

No momento em que ela tentou dizer algo, uma batida em uma das portas trancadas que estava naquele corredor a fez dar um salto pelo susto, fazendo-a se calar.

Não se importando com o que fosse, Fukase manteve sua postura, com a arma apontada para o peito da garota. Cansada de ser ameaçada de morte por ele, ela suspirou.

– Por favor, eu vou te mostrar tudo. Apenas abaixe a arma, vai assustar ela.

Ela?

Tentando controlar o medo que sentia, Yukari caminhou até a porta que estava atrás do ruivo – a única que não possuía uma barra de ferro –, ignorando a pistola que a seguia pelo caminho, sua mão tocou a maçaneta.

– Por favor... – Pediu novamente.

Fukase estava prestes a ameaçá-la mais uma vez, quando, a imagem de Oliver o dando esporro por apontar sua arma para uma amiga veio em sua mente. Com um suspiro pesado, o ruivo abaixou as mãos, mas manteve seu dedo no gatilho, pronto para um caso emergencial. Com um sorriso que quase não fora visto, Yukari abriu a porta de correr lentamente e o ruivo pôde ver o cômodo quase abandonado perfeitamente bem:

O local era escuro, sendo iluminado apenas por um fraco abajur que estava sobre o chão, sendo a única mobília do lugar. As paredes estavam descascando e a tintura estava bem velha. Além do desgaste nítido, havia sujeira e sangue por todo o lugar, causando um mal odor repulsivo. No canto do cômodo, havia um embrulho... não, havia alguém escondido sob cobertores. Na borda, Fukase pôde notar – forçando a vista – um tornozelo de alguém, com uma algema ligada em uma corrente que estava presa no concreto da parede.

Delicadamente, Yukari se aproximou daquela pessoa, pondo a bandeja no chão e empurrando-a, com medo de se aproximar demais.

– Sou eu – sussurrou ela. No mesmo momento, os cobertores se mexeram – sou eu, Yukari.

A pessoa que estava presa se levantou, revelando ser uma garota de cabelos longos em um tom rosado bem claro, e seus olhos eram azuis cintilantes. Ela seria dona de uma beleza deslumbrante se não estivesse tão malcuidada e judiada: seus fios que deveriam ser sedosos e brilhosos estavam sujos e desgrenhados; seus olhos estavam acinzentados e sem brilho algum; sua pele estava suja e coberta por manchas roxas e sangue; e também, havia marcas de estrangulamento e outros ferimentos por seu corpo. Se Oliver estivesse ali, ele certamente cairia no choro ao vê-la, pensou Fukase.

– Venha, Ia – disse Yukari, tentando se aproximar mais.

Ao ouvir seu próprio nome, a menina que estava presa se aproximou da bandeja de comida.

– Yu... kari... – Ia sussurrou. Sua voz estava fraca e sem vida.

– Isso mesmo, sou eu! – A outra sorriu e Fukase pôde ver uma lágrima escorrer de seus olhos.

Dominação [Vocaloid - Fukase x Oliver]Onde histórias criam vida. Descubra agora