36 - O Inimigo Mora ao Lado

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O caminho que percorriam se tornava claro apenas quando davam mais um passo, e em contrapartida, o caminho no qual vieram se escurecia conforme os dois avançavam naquele corredor. Era impossível enxergar o que estava muito à frente, como também era impossível enxergar o que estava atrás. Mas Oliver não se sentia assustado com isso, pois ele sabia que se houvesse algo ali que ele não podia enxergar, era óbvio que Fukase ouviria e sentiria a presença. Sua preocupação agora estava em seus amigos, Oliver se perguntava se era seguro se dividirem em grupos tão pequenos, mesmo que fossem três corredores. Afinal, na última vez que estivera com Rin, a garota não parecia nada bem.

Se algo ruim acontecesse com Rin e Kaito, eles conseguiriam fazer algo para ajudar àquela distância? Eles chegariam a tempo?

Enquanto caminhavam, Oliver sempre verificava o pequeno rádio para ter certeza de não perder nenhuma tentativa de comunicação dos amigos. E, distraído, o loiro quase não reparou quando Fukase se virou e entrou em uma porta ao lado. Desesperado e com medo de ficar sozinho naquele corredor, Oliver o seguiu às pressas, notando que era mais uma sala de comando.

– Sorte que viemos pelos dutos – disse Fukase, apontando para os monitores que avisavam que o elevador estava fora do sistema – teria sido uma missão suicida.

Oliver agradeceu que, diferente do corredor onde estavam, aquela sala possuíam uma luz que acendia e apagava com um simples e comum interruptor.

– O que é esse andar? – o loiro perguntou, observando as diferentes câmeras nos monitores.

– Um andar de testes. Não testes como faziam no andar onde encontramos Yukari e os outros, onde só testávamos os limites de vocês. Nesse andar estão todos os mecanismos que desenvolvemos para criar as drogas, os clones, e todo qualquer tipo de... "modificador".

Modificador?

– Um líquido que faz alterações no corpo. Como os que injetaram em mim quando vim pra cá.

– Tipo algo que te torna mais forte? Existem mais deles?

– Sim, mas além desses, também tem os que são usados 'pra outras finalidades... Como causar dores ou até traumas.

"Como um líquido poderia causar um trauma em alguém?" era o que Oliver queria perguntar, mas ele sentia que saber mais detalhes daquilo apenas o deixaria mais assustado, e preferiu seguir Fukase pela pequena sala, em silêncio.

O ruivo bisbilhotou pelas gavetas das mesas de escritório como quem procurasse algo, ou só tentasse a sorte de achar algo. Oliver observou alguns folhetos na escrivaninha que estava mais próxima, era apenas propaganda de uma sorveteria. O loiro achou estranho encontrar algo tão casual ali, embora aquele lugar também fosse um tipo de casa, por mais que fosse um cenário aterrorizante. Encarando aquele papel tão familiar, Oliver se lembrou que adorava tomar aquela sobremesa gelada.

– Fuka! – chamou – já tomou sorvete?

Fukase pensou em questionar a pergunta que parecia estar completamente fora do roteiro, mas viu o panfleto nas mãos do loiro.

– Não – respondeu simplório, pegando o panfleto e encarando a imagem de um delicioso sorvete de creme – nunca me importei.

– Eu amo! – sorriu – Você tem uma comida favorita?

Se deixando levar pela conversa casual, Fukase encostou-se na mesa ao lado de Oliver, como se estivessem em um dia normal e calmo.

– Bolo caseiro – respondeu com uma voz distante – sem confeitos ou recheio. Apenas um bolo.

Dominação [Vocaloid - Fukase x Oliver]Onde histórias criam vida. Descubra agora