18: Orbitando Vinis e Piscas-piscas

3.2K 525 1.1K
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O infindável Oceano Cósmico turgido de pontos cintilantes exibia seu mistério sobre as nossas cabeças enquanto caminhávamos para a minha casa, embalados pelo cheiro gélido da noite inundada de orvalho e uma ausência confortável de sons além daquel...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O infindável Oceano Cósmico turgido de pontos cintilantes exibia seu mistério sobre as nossas cabeças enquanto caminhávamos para a minha casa, embalados pelo cheiro gélido da noite inundada de orvalho e uma ausência confortável de sons além daqueles emitidos por insetos distantes que cantavam para a poeira do vento e os sopros das nossas respirações ritmadas.

Chegando ao destino, escalamos o andaime rente à parede e escorregamos para dentro do meu quarto. A primeira coisa que fiz foi arremessar meus sapatos para longe e cair na cama, a maciez do colchão e do travesseiro envolvendo meu corpo em um abraço de nuvem.

Mozart se aproximou da escrivaninha e fitou os pequenos retângulos de papel colados acima dela, na parede. Carimbado na maioria, havia anotações de coisas diversas que eu começara a fazer no início da semana, como o lembrete de colocar comida para os animais e alguns horários de outras atividades.

Sam, meu filhote de samambaia, se erguia timidamente sobre o tampo de madeira diante do moreno, mergulhado em seu pequeno vaso de cerâmica marrom.

Em dado momento, Moz se forçou a parar de bisbilhotar, tirou seus tênis e caminhou até mim, deixando-se desabar ao meu lado no colchão.

- Aqui costuma fazer tanto frio assim durante a noite? - inquiriu, e eu entendi o que estava querendo dizer.

- Pode pegar o meu lençol, se quiser.

De imediato, ele se esticou um pouco e capturou o manto repleto de desenhos de planetas e nebulosas distantes próximo do seu braço, recobrindo boa parte de si. Os contornos que moldavam seu corpo eram visíveis graças à iluminação colorida proveniente dos meus piscas-piscas.

- Você dorme com, tipo, todas essas luzes acessas? - questionou, e apoiou o cotovelo na cama, recostando a bochecha nos nós da sua palma.

- Isso aí.

- Tem medo do escuro? - A pergunta foi sutil.

Curvei os lábios em uma careta.

- É um medo meio bobo, eu sei...

Para Todos os Desajustados do Planeta | ⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora