O infindável Oceano Cósmico turgido de pontos cintilantes exibia seu mistério sobre as nossas cabeças enquanto caminhávamos para a minha casa, embalados pelo cheiro gélido da noite inundada de orvalho e uma ausência confortável de sons além daqueles emitidos por insetos distantes que cantavam para a poeira do vento e os sopros das nossas respirações ritmadas.
Chegando ao destino, escalamos o andaime rente à parede e escorregamos para dentro do meu quarto. A primeira coisa que fiz foi arremessar meus sapatos para longe e cair na cama, a maciez do colchão e do travesseiro envolvendo meu corpo em um abraço de nuvem.
Mozart se aproximou da escrivaninha e fitou os pequenos retângulos de papel colados acima dela, na parede. Carimbado na maioria, havia anotações de coisas diversas que eu começara a fazer no início da semana, como o lembrete de colocar comida para os animais e alguns horários de outras atividades.
Sam, meu filhote de samambaia, se erguia timidamente sobre o tampo de madeira diante do moreno, mergulhado em seu pequeno vaso de cerâmica marrom.
Em dado momento, Moz se forçou a parar de bisbilhotar, tirou seus tênis e caminhou até mim, deixando-se desabar ao meu lado no colchão.
- Aqui costuma fazer tanto frio assim durante a noite? - inquiriu, e eu entendi o que estava querendo dizer.
- Pode pegar o meu lençol, se quiser.
De imediato, ele se esticou um pouco e capturou o manto repleto de desenhos de planetas e nebulosas distantes próximo do seu braço, recobrindo boa parte de si. Os contornos que moldavam seu corpo eram visíveis graças à iluminação colorida proveniente dos meus piscas-piscas.
- Você dorme com, tipo, todas essas luzes acessas? - questionou, e apoiou o cotovelo na cama, recostando a bochecha nos nós da sua palma.
- Isso aí.
- Tem medo do escuro? - A pergunta foi sutil.
Curvei os lábios em uma careta.
- É um medo meio bobo, eu sei...
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Para Todos os Desajustados do Planeta | ⚣
Teen FictionMozart tinha em mente alguns planos básicos para sobreviver ao Ensino Médio sozinho. Eles envolviam se manter distante de qualquer sinal de problemas, tomar o máximo de café possível e nunca parar de olhar as estrelas com os seus olhos bicolores. ...