O CASAMENTO

10.6K 1.7K 224
                                    

Capítulo 4 – O Casamento

Park Jimin 

Min me encarava com um bico no rosto. Ela não parecia feliz, estava emburrada e reclamando o tempo todo de não poder ir brincar com os outros filhos de nobres. Eu estava tentando me controlar e distrair ela. A marca no meu ombro doía e latejava, eu estava enjoado e não havia conseguido sequer beliscar algo na cozinha.

Madame Sun parecia uma águia em cima da gente. Focada em cada pequeno movimento, como se esperasse pelo momento em que eu cairia em lagrimas e sairia correndo. Eu tentava me manter firme, de cabeça baixa, apenas ajudando Min no que ela precisava. Aguentando todos os olhares e comentários sussurrados, as risadinhas e as fofocas.

– Felicidades ao casal. – Lady Heendy disse se aproximando do Duque ao lado do marido, que não parecia animado para dar as felicidades aos noivos. – O casamento estava encantador. Digno de conto de fadas. – Seu olhar estava em mim, debochando da minha história. Lady heendy era umas das melhores amigas de Madame Sun, havia acompanhado meu tombo de perto. – Você está linda, querida. – Disse para Min, que apenas concordou sem desmanchar o bico. – Lembre-se de se comportar hoje. A lua de mel pode ser assustadora, mas você está com um verdadeiro Duque e está casada, não tem o que temer. – Meu estomago embrulhou com o comentário e como se eu não estivesse mal o suficiente, ela se direcionou para mim. – Não se esqueça do seu lugar, garoto. Olhe bem para eles e veja o que você nunca vai ter. Um alfa, um título, um casamento e uma marca. – E sem ao menos esperar a minha resposta, que eu não teria, ela saiu.

– Você está bem? – Escutei o Duque sussurrar em minha direção. – Consigo sentir seu mal-estar.

Sinto muito, Meu Senhor. – Disse de forma educada, no automático, tentando me equilibrar para me curvar. – Farei o possível para não acontecer novamente. – Eu teria que me acostumar com isso e lidar melhor com os meus sentimentos, os reprimir o máximo possível para que o Duque não sentisse o mesmo que eu.

Essa situação era uma grande confusão. Ele não me respondeu, vi pela lateral do olho ele travar o maxilar e olhar para frente, mas alívio me preencheu quase que instantaneamente, me fazendo relaxar e quase chorar em puro alívio. Era como beber água em um dia quente ou comer um doce no final da temporada. Meu olho se encheu de lagrimas, mas fui mais rápido em as conter.

A tarde era lenta e depois de algum trabalho, convenci Min a dançar uma valsa com o Duque. Ela gostava de dançar, mas sozinha, em seu quarto, normalmente com músicas criadas por ela mesma, que apenas cantarolava um ritmo e pulava feliz. Dança de salão não era o seu forte, mas respirei tranquilo quando a música parou e ela pode voltar para perto de mim.

Alguns nobres comentavam o motivo de eu estar ali. Porque uma jovem lady, agora desposada precisaria de uma baba, mas Madame Sun apenas desconversava e explicava que eu era um "ômega de companhia" ou algo assim. Que uma duquesa, título que sua filha carregava agora, precisava de serviçais e que já estava acostumada comigo por perto.

A maioria deveria achar que era um castigo para mim e talvez realmente fosse, mas o sentimento de que Min estaria bem acalmava a tristeza que preenchia o meu coração.

Antes do começo da noite, Duque Jeon fez um brinde, agradeceu a presença de todos e explicou que se retiraria com a sua noiva para as terras altas, onde ficava seu casarão. Apesar de muito novo, Duque Jeon morava sozinho e eu não havia visto os pais dele no casamento, mesmo sabendo que eles estavam vivos. Pelo menos, era essa a fofoca da cozinha.

O rei, que fez questão de comparecer ao casamento, já havia se retirado depois de conversar com o Duque por alguns minutos e poderíamos enfim ir embora. Min parecia mais do que satisfeita ao subir na carruagem, depois de dar um beijo em seu pai e ouvir um leve sermão da sua mãe, sobre como se portar ao chegar na casa nova.

IMPURO | JIKOOK | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora